Capítulo 32 - O cemitério.

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Senti meus pés baterem no chão, a taça finalmente soltou da minha mão, senti minha cabeça doer. 

– Onde estamos? – perguntou Harry.

Cedrico sacudiu a cabeça. Levantou-se, ajudou Harry a ficar de pé e os dois olharam a toda volta.

Estavam inteiramente fora dos terrenos de Hogwarts; era óbvio que tinha viajado
quilômetros – talvez centenas de quilômetros – porque até as montanhas que rodeavam o castelo haviam desaparecido. Em lugar de Hogwarts, me vi parada em um cemitério escuro e cheio de mato; para além de um grande teixo à direita podiam ver os contornos escuros de uma igrejinha. Um morro se erguia à esquerda. Muito mal, consegui discernir a silhueta escura de uma bela casa antiga na encosta do morro.

_Um cemitério? - Questionei tirando minha varinha do bolso. - Por que eu sinto que não deveríamos estar aqui?

_Será que isso faz parte da tarefa? - Harry questionou, em pé com a varinha na mão.

– Vem alguém aí – disse Cedrico de repente.

Apertando os olhos para enxergar na escuridão, vi um vulto que se aproximava,
andando entre os túmulos sempre em sua direção. Não conseguia distinguir um rosto;
mas pelo jeito que o vulto caminhava e mantinha os braços, dava para ver que estava carregando alguma coisa. Fosse quem fosse, era baixo e usava um capuz que lhe cobria a cabeça e sombreava o rosto. E... vários passos depois, a distância entre eles sempre mais curta – Vi que a coisa nos braços do vulto parecia um bebê... ou seria meramente um
fardo de vestes?

_Pessoal… - Olhei para os dois que pareciam tão confusos como eu. - Eu não sei se Dumbledore planejou nos matar de susto, se foi isso… ele está conseguindo.

_Tome cuidado, Sam. - Cedrico disse ficando ao meu lado. - Se algo der errado, estamos juntos nessa.

Sorri vagamente, ainda preocupada. Eu considerava Cedrico, um grande amigo. Seria bom vencer a taça ao seu lado.

Antes que eu pudesse responder Cedrico, Harry caiu no chão se contorcendo de dor. Vi que sua mão segurava...sua cicatriz. Quando a cicatriz de Harry doia, somente significava uma coisa.

_Isso não é do torneio! - Eu gritei para Cedrico, que parecia confuso entre os olhares para Harry e para o vulto. - Cedrico! Volte embora! Chame Dumbledore! - Apontei para a taça.

_Eu não vou deixar vocês aqui! - Ele disse, firmemente e apontou a varinha para o vulto. - Pare de fazer isso com Harry! - Ele gritou para o ser desconhecido.

De muito longe, escutei um voz fina dizer. 

"Mate o outro garoto"

Um zunido, e uma segunda voz que arranhou o ar da noite:

– Avada Kedavra!

Um relâmpago verde passou rapidamente pelo meu lado acertando em cheio o peito de Cedrico. Ele me olhou no último instante, seus olhos jovens e cheio de medo. O corpo dele caiu duro e imóvel, fiquei paralisada ao ver os olhos abertos e ausentes. Cedrico estava morto.

Antes que eu pudesse entender o que havia acontecido, eu escutei a voz fina dizer novamente.

"Rabicho, mate a garota"

Senti meu corpo travar, olhei para frente e finalmente vi o vulto, era Pedro Pettigrew, com seu cabelo calvo e postura desregular, ele segurava um bebê no colo. Mas também, segurava a varinha com a mão direita.

_Sam! CORRA! - Harry gritou ainda se contorcendo. - ARRGHHH!

_Avada Kedrava!

Senti minhas pernas se movimentarem automaticamente, deslizei de joelhos até as costas de um caixão, senti a terra úmida do cemitério esfriar minhas pernas. Vi o feitiço verde passar rapidamente ao meu lado, batendo em uma lápide.

The Girl Who Broke - LIVRO II - Harry Potter FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora