Capítulo 27 - A Segunda Tarefa.

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O dia da segunda tarefa tinha finalmente chegado, depois de ouvir uns milhões de "vai ficar tudo bem" de Gina Weasley, desci para o lago. Passei pelos gramados gelados e ensolarados com Gina e Neville me alertando sobre todos os perigos, eles pareciam mais preocupados com a tarefa do que eu. 

_Onde está Fred? - Questionei Jorge que andava com Lino Jordan, pegando apostas.

_Dumbledore o chamou,  não o vi depois disso. - O ruivo disse. - 10-1 para Fleur, quem dá mais? - Ele gritou.

_Boa sorte, Sam! - Lino gritou saindo ao lado de Jorge com uma caixa de apostas.

Vi as arquibancadas idênticas ao da primeira tarefa, mas agora nas margens do rio. Em uma das margens vi os juízes e os outros campeões, me despedi dos dois amigos e fui até o outro lado.

_Estaremos torcendo por você. - Gina disse me entregando o Guelrincho.

_Cui-dado! - Neville gritou um pouco ansioso, ele tremia mais que o normal. - Boa sorte, Sam.

Os dois foram até um lado do rio e eu fui aonde os campeões e juízes estavam.

Cheguei e vi todos os outros campeões preparados, todos com trajes de banho. Vi também os juízes, Percy estava lá - Crouch não havia comparecido, novamente. 

_Samantha Potter! - Bagman chegou me dando um tapinha nas costas. - Já sabe o que fazer, Samantha? - Ele sussurrou me encarando preocupado.

_Sei…

Ele bateu nas minhas costas novamente e foi até Harry que tinha acabado de chegar. Esse cara era estranho.

Cedrico respirava e pulava onde estávamos, Fleur mexia os dedos e Krum encarava o nada. Senti minha visão embaçada e meus braços tremerem involuntariamente. 

_Boa sorte para vocês. - Eu desejei para os três ao meu lado, Cedrico e Fleur sorriram, mas Krum não expressou nenhuma reação a não ser encarar o chão.

Bagman apontou a varinha para a própria garganta como fizera na Copa Mundial, disse “Sonorus!” e sua voz reboou sobre as águas escuras até as arquibancadas.

– Bem, os nossos campeões estão prontos para a segunda tarefa, que começará quando eu apitar. Eles têm exatamente uma hora para recuperar o que foi tirado deles. Então, quando eu contar três. Um... dois... três!

O apito produziu um som agudo no ar frio e parado; as arquibancadas explodiram em vivas e palmas; sem me virar para ver o que os outros campeões estavam fazendo, tirei meu sapato e minhas meias, coloquei o guelrincho na minha boca e pulei no rio.

Frio. Muito frio. Senti meu corpo inteiro esfriar em breves momentos, arrepios surgiram na minha espinha e senti meus braços e pernas arderem. Mastiguei e engoli o guelrincho em uma só. Senti meus ombros e joelhos se movimentarem automaticamente com as ondas do rio. Levantei o corpo e coloquei minha cabeça para fora.

Risos.  Muitos risos da arquibancada, Harry também estava com metade do corpo para fora. E então eu senti meu pescoço arder, sensação de que uma almofada invisível estava cobrindo minha boca e meu nariz. Coloquei a mão no pescoço e senti - guelras.

Olhei para Harry e ele também as tinham. Apontei para ele as minhas guelras e sorri, Harry também parecia aliviado.

Abaxei a cabeça na água. O primeiro gole de água gelada do lago pareceu um sopro de vida. Tomei mais um gole e sentiu passar suavemente pelas guelras e bombear oxigênio para o meu cérebro. Estendi as mãos para a frente e olhei. Pareciam verdes e fantasmagóricas debaixo d’água e haviam nascido membranas entre os dedos. Me contorci para ver os pés descalços – tinham se alongado e igualmente ganho membranas; parecia também que saíam nadadeiras do meu corpo.

The Girl Who Broke - LIVRO II - Harry Potter FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora