ꪶཷ୭͓ꦿ݉ᐧᨗThirty one

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Do leme ao pontal - Tim Maia
Vale tudo - Tim Maia
Acenda o farol - Tim Maia
Me de motivos - Tim Maia

°. 🌙 "。

Cantarolando em meio a sala rodeando o corpo em espera que o assado avisasse que estava pronto, Oscar estava quase chegando em casa e traria consigo César. Em particular estava ansiosa, queria logo saber o que tinha acontecido e como estavam as coisas agora. Claro que não me agradou saber que ele teria que ir no território dos profetas, mas me garantiu que ficaria tudo bem e logo voltaria para casa, aproveitei então para preparar algo para eles comerem e nada melhor do que um assado, purê de batata e arroz grego. O cheiro percorria toda a casa agora já limpa e bem iluminada pois fiz questão de arrancar aquelas cortinas repletas de pô.

Arrumei a mesa com lugares o suficiente para todos comerem, ajeitando tudo em seu devido lugar e quando ouvi o barulho do Impala estacionando andei até a porta me encostando nela. Sorri aberto abraçando César que me levantou do chão e dizendo que tinha voltado.

De certa forma sempre quis saber como funcionava as coisas entre os dois e até que deu certo, almoçamos em perfeita harmonia e recebi elogios sobre minha comida e claro que tive que dizer de onde tinha tirado aquela receita. Está que tinha surgido de uma página do Facebook, uma das melhores e também a única que deu certo, mas sabendo do gosto do mais novo decidi não colocar o que dava uma pitada a mais na comida que era a cebola.

Depois de tudo, acabamos por lavar a louça e tomar alguma coisa na varada enquanto o sol se escondia, mas infelizmente tive que ir embora, afinal eles tinham muito o que conversar e eu, bem tinha que estudar. Com esse negócio de prótese apenas tinha coragem de sair de casa para lugares próximos, como a casa do Oscar ou coisa do tipo, ainda não tinha criado coragem para ir à escola e isso me deixava mal.

Com o final do ano letivo se aproximando precisava fazer alguma coisa, como prestar vestibular. Se tinha algo que eu queria era fazer minha faculdade e com isso tinha que tentar um bom desconto e nada melhor do que prestar um vestibular. Já tinha me escrito e a vaga já estava garantida só dependia apenas de mim. Ao chegar em casa, ainda sem muito o que fazer fui direto ao quarto levando apenas uma garrafa de água e passando o restante da noite ali.

Meus dias não eram diferentes, sempre abrindo os grupos de estudos e conversando com alguns colegas que consegui on-line para desenvolver o que estávamos vendo, neste encontrei Jonny, ele era um rapaz de vinte e um anos, trabalhava em uma cafeteria e estava tentando fazer o vestibular para conseguir desconto para a faculdade que geria fazer. Com isso marcamos de fazer uma Call, assim seria mais fácil de desenrolar a conversa sobre os assuntos e até mesmo sobre nossa vida fora dali.

Com ele acabei construindo uma amizade e mesmo que nunca tivéssemos nos visto pessoalmente era uma coisa que estava indo bem, até mesmo Laura estava achando-o boa pinta e insistia em dizer que ele era melhor do que meu namorado, o que particularmente me irritava. Entendia o fato de que com a prisão repentina dos profetas as coisas tinham apertado para ele assim que cuchillios o chamou para uma conversa que me deixou aflita e querendo saber o que estava se passando.

Dançava em frente ao espelho, infelizmente ainda não me sentia a vontade para ir à escola por conta de meu físico, mesmo todos me apoiando ao máximo para isso, ainda era difícil pensar no olhar de cada um sobre minha prótese. É o mesmo olhar que qualquer receberia se aparecesse com uma melancia na cabeça, considero esse fato lamentável, pois ainda é um ser humano com sentimentos passando por aquele julgamento, coisa que não desejo nem para o meu pior inimigo.

[  ᥣ͠ꫝᦾ ꯱ᥙ᧞᥉ᧉᡶ]   (concluída)  - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora