Dorothy Chambers
Palomares e eu tivemos sorte por sobrevivermos ao naufrágio, menos de 300 corpos foram resgatados e trazidos para o cais, mas o restante se perdeu no mar, entre eles, a senhorita Isabeli Bennett, o senhor Paolo Furlani, o senhor Jimmy Adams, a senhorita Glenda Carter, o senhor Timothy Baker e inclusive o imbecil de Phillip Carlysle e o meu amado Edward Simpson. Palomares e eu procuramos Claire em todos os lugares do cais de Queenstown, mas o que eles respondiam era somente “não conheço” e “não, não vi essa mulher”, mas Claire foi levada pro necrotério da cidade e lá ficou até chegarmos e identificarmos o corpo. O corpo de Claire foi levado para os Estados Unidos, em 9 de maio de 1915, no navio de expedições, SS Estrella Siriah, da Chambers Line, o corpo de Claire foi enterrado em Nova York, Palomares não pôde ir ao enterro, pois estava traumatizado em viajar num navio novamente.
O mundo inteiro reagiu ao Lusitania, condenando a Alemanha, manifestantes destruíram lojas alemãs em cidades britânicas. O “New York Times” dedicou uma edição inteira ao naufrágio, possuindo fotografias de sepulturas coletivas, nossas tragédias pessoais logo se transformaram propagandas de guerra, a Alemanha foi riscada da lista de nações civilizadas. O capitão alemão, Walther Schwieger, se dirigiu para a sede do quartel naval alemão, onde se encontrou com o Almirantado Alemão Schengen.
— Capitão! Chamou Schwieger subindo os degraus de uma escada.
— Capitão Schwieger! Respondeu Schengen descendo os degraus com o seu quepe em suas mãos.
— Trouxe seu diário de bordo como requisitado? Perguntou Schengen se aproximando de Schwieger, o capitão do submarino deu ao Almirantado no seu diário de bordo, Schengen abriu e passou algumas páginas.
— Sua reunião com o almirantado foi cancelada! Avisou Schengen ainda passando as páginas do diário de Schwieger.
— Foi? Perguntou Schwieger sem entender nada.
— Você vai voltar a base de uma vez! Anunciou Schengen fechando o diário de Schwieger.
— Mas eu tenho uma ordem pessoal para… Tentou dizer Schwieger, mas logo foi interrompido.
— A situação mudou! Interrompeu Schengen.
— Como? Perguntou Schwieger confuso e sem entender nada mais uma vez.
— Você não será mais felicitado e tem sorte por manter sua patente, a Alemanha tem sido condenada pela imprensa mundial, o imperador tem sido chamado de bárbaro, assassino, tudo por causa de seus atos! Disse Schengen em um tom de decepção e vergonha de Schwieger e o Almirantado começou a continuar a descer os degraus da escada.
— Meus atos… Eu estava apenas seguindo as ordens! Respondeu Schwieger se virando para Schengen que logo volta para perto de Schwieger.
— Nenhuma ordem foi emitida para afundar o Lusitania! Disse Schengen parando em frente a Schwieger com a sua cara de raiva.
— Você sabe que aquele navio era alvo de todos os comandantes dos U-Boats! Disse Schwieger tentando enfrentar Schengen.
— Tudo que sei é que você interpretou suas ordens de um jeito muito lamentável, e agora a América pode se juntar com a Inglaterra, o que será um desastre para a Alemanha e graças a você! Disse Schengen e em seguida deixando o capitão Schwieger sozinho nos degraus daquela escada.
Na Inglaterra,era quase 10 horas e 30 minutos da manhã de 8 de maio, na casa do Lorde Britânico, Robert Bennett, a empregada Sarah Clarke, recebe uma notícia terrível e decide então contar a Robert Bennett, o pai de Isabeli Bennett e futuro sogro de Paolo Furlani.
— Senhor Bennett, senhor Bennett! Chamou Sarah ao ver o Lorde descer os degraus da escada, que tinha o acesso ao segundo andar daquela casa.
— Mas o que houver, senhorita Clarke? Perguntou Bennett preocupado ao ver Sarah assustada e ofegante.
— O Lusitania! Respondeu Clarke olhando no fundo dos olhos de Robert.
— O que tem ele? Perguntou Bennett e continuou a descer os degraus.
— Afundou ontem às 15 horas da tarde! Respondeu Sarah e logo Robert parou e olhou rapidamente para Sarah.
— O que você disse? Perguntou o senhor Bennett assustado.
— Afundou ontem às 15 horas da tarde e possivelmente há poucos sobreviventes! Respondeu Clarke vendo Robert.
— Me dê o jornal! Pediu Robert ao ver Sarah com um jornal enrolado em suas mãos.
— Meu Deus! Disse Robert assustado ao ver a primeira notícia que estava estampada na primeira página do jornal britânico.
— Então é verdade! Disse Robert e ele rapidamente entregou o jornal a Sarah, logo depois colocou a sua cartola na cabeça e seguiu para a porta e saindo pela mesma, mas se deparou com vários membros da imprensa local.
— Senhor Bennett, aonde o senhor vai? Perguntou Sarah seguindo Robert.
— Vou falar com a Cunard! Respondeu Robert, mas logo se encontrou no meio da multidão daquela imprensa.
— Senhor Bennett, pode nos falar sobre a possível morte de sua filha? Perguntou um repórter e Robert apenas olhou para ele.
— Respeitem minha dor… Seus bandos de urubus! Disse Bennett com muita raiva, mas logo a raiva se transformou em tristeza e Robert chorou no ombro de Sarah e na frente de toda a imprensa.
Bem o senhor Bennett havia perdido a sua esposa, Mary Bennett, há alguns anos antes de 1915,mas ele perdeu a sua princesinha, sua boneca delicada de porcelana, para um naufrágio. Na vida de Robert só lhe restava apenas uma pessoa que era a sua filha mais nova, Justine Bennett. A tragédia do Lusitania afetou a vida dos Bennett's, que passaram a viver numa vida sombria, escura e problemática pelo passado, a vida de Robert Bennett nunca mais foi a mesma sem Isabeli e sua esposa, Mary. Sobre a família do senhor Paolo Furlani, eles souberam do naufrágio e da morte de seu filho, o pai de Paolo então decidiu seguir a vida e acabou vivendo uma mais ou menos vida feliz depois da morte de seu filho.
Continua….
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S.O.S Lusitania
Historical FictionDorothy Chambers e Edward Simpson embarcam no luxuoso RMS Lusitania,da Cunard Line,o mesmo está indo para Liverpool com mais de 1.257 passageiros a bordo,entre eles está as pessoas mais nobres e ricas da socidade americana,está o senhor Alfred Vande...