Perfect Man

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A vida de Nari e as possibilidades que se abriam para ela passaram por seus olhos nos trinta segundos que sua felicidade durou. Estava nos braços do homem que havia escolhido para o resto de sua vida, presa no olhar espantado dele, envolta pela aura e pelo cheiro dele. Podia morrer ali e morreria feliz porque foram os melhores trinta segundos de sua vida até ali.

Os mesmos trinta segundos também duraram mais do que o normal para Hoseok quando ele se deu conta de quem estava em seus braços. Teve tempo de sobra para gravar a cor dos olhos, do cabelo, as dobrinhas ao redor dos olhos por sorrir demais, a boca bem desenhada, num formato em o que o atingiu em cheio em partes que achava impossível durante o trabalho.

Mas foi tudo muito rápido e logo depois dele toda a equipe entrou para ajudá-los com a troca de roupa e o frenesi que era um show daquele porte. Os dois se viram sendo empurrados mais para o canto, conforme a equipe se concentrava nos outros membros. O único ausente era Suga, que estava cantando seu solo no palco.

– Quem é essa? Moça, você precisa sair! – alguém da equipe falou energicamente. Inconscientemente Hobi ainda estava com os braços ao redor dela, como se a protegesse do caos que era ser um idol.

Nari finalmente conseguiu desviar o olhar de Hoseok quando viu Julia entrando. A moça ficou branca ao vê-la ali, mas nenhuma das duas deu sinal de se conhecerem para que a situação não ficasse pior. Outro membro da equipe perguntou quem ela era e por quê estava ali, de modo que Nari se sentiu perdida. Não sabia se saía dos braços daquele homem ou se abria caminho para ele poder trabalhar e perdia a única chance que tinha. Nenhum dos dois conseguia dizer nada.

– Quem deixou você entrar, moça? Onde conseguiu essa pulseira? – um dos empresários se aproximou e ela e Hobi se separaram, sem jeito. Deixou que o homem segurasse seu pulso e falasse a vontade, ainda estava presa no olhar e nas sensações que tinha acabado de viver.

– Fui eu que dei, Hyung. – mentiu Hobi, falando finalmente.

– Voc... Essa pulseira é só para os funcionários, Hoseok-ssi! – protestou. – O máximo que poderia dar era para família ou namorada.

– Ela é minha família. É minha...- olharam-se pensando numa resposta.

– Prima. Sou prima dele, Kang Nari, prazer. – a moça esticou a mão e assumiu seu melhor sorriso. Como o moço não se movia, ela tirou um cartãozinho da empresa da mãe e entregou a ele.

Ela estava certa sobre a ambição, só tinha calculado errado qual tipo de ambição era mais comum em Seul. A ambição de nome e renome. O rapaz arregalou os olhos e fez uma breve reverência para ela e Hoseok, saindo logo em seguida. Os dois se encararam e a magia voltou imediatamente, mas o show ainda estava pela metade e a próxima música era entre ele, Namjoon e Yoongi.

– Não pode ficar aqui...

– Eu sei... entrei por acidente. – respondeu sem jeito. – Só queria te ver. – completou baixinho, abaixando a cabeça. – Você deveria ter me procurado... – falou levantando os olhos e jogando o cabelo para o lado.

– HOBI! – alguém gritou avisando que era a vez dele se trocar.

– Já vou. – respondeu para trás, sem desviar os olhos dos dela. – Vem aqui. – puxou-a para uma sala adjacente que ela ainda não tinha reparado. Havia um sofá, uma mesa com comida e várias malas, provavelmente aquela era a sala privativa deles para descansarem antes do show. Namjoon e Jin acompanharam os dois com o olhar, mas foram interrompidos pela entrada de Yoongi, que viu Nari apenas de relance.

– Aqui. Espere-me aqui. Tem uma tv ali, caso queira assistir ao show. – apontou, mostrando a sala como um todo. Nari sorriu, aliviada. Não ia mais precisar desviar de ninguém.

Interlude (Suga)Onde histórias criam vida. Descubra agora