Capítulo 1

26.5K 1.2K 2.4K
                                    


-Qual o seu nome? – A mulher mal-humorada do registro olhou para mim. Sua cara estava azeda e ela estava mascando um chiclete da forma mais nojenta possível.

-Any. – falei, arrumando pela quinta vez a alça da minha bolsa no ombro. – Any Gabrielly.

Essa mulher precisa transar urgentemente! Uma dose muito boa de endorfina cairia muito bem mesmo nela.

-Any Gabrielly Rolim Soares, 18 anos, curso de psicologia, com mais aulas extras de Astronomia e economia; de São Paulo, Brasil? – ela perguntou.

-Sim.

-Você está no alojamento A. Apartamento 350. Sua colega de quarto era Paulina Marescotti, mas ela foi transferida para o alojamento B. Ainda não apareceu ninguém para ocupar a vaga, mas é provável que alguém apareça até o fim do dia. Aqui está o seu cartão de alojamento. Você deve apresenta-lo na portaria do seu prédio para identificação. Vão entregar-lhe a chave e você poderá ocupa-lo. As ocupações começam a partir de hoje. – A mulher mal-humorada me empurrou um cartão azul escuro com o nome da faculdade, o alojamento e a assinatura do responsável pelos dormitórios.

Peguei o cartão da sua mão, arrumei minha mochila em um ombro e levantei da cadeira, a empurrando para trás. Dei um sorriso forçado para a mulher, que apenas me olhou impassível. Suspirei e corri para fora daquele lugar lotado e longe do olhar mal-humorado daquela lá. Me virei por um momento para lança-la um último olhar fuzilante, mas aí eu bati em um poste.

Ou pelo menos parece ser um poste... Mas postes não são quentes, cheiram malditamente bem e tem, 1, 2, 3, 4, 5, 6... Oito dobrinhas? Oh, Gabrielly! Isso é a barriga de alguém! Larga, larga. Por que você não larga? Por que diabos você contou as dobrinhas no abdômen do cara? Você ainda está com as mãos no abdômen dele, idiota! Solta!

Puxei minhas mãos imediatamente para longe do abdômen do cara e mordi o lábio. Estou mortificada! Não vou olhar para ele. Não consigo olhar pra ele! Posso correr e fingir que não fiz isso?

-Por acaso você gostou da superfície? – A voz rouca e sexy com um óbvio sotaque britânico do Sr. Oito Gominhos, me chamou a atenção e eu olhei para ele. Desejava não ter feito.

O Sr. Oito Gominhos tem olhos azuis, cabelos loiros e levemente bagunçados. Tem pelo menos uns cinco centímetros a mais que eu. Ombros largos, braços musculosos. Seus lábios estão curvados em um sorriso sexy e preguiçoso... Ele parece totalmente beijável.

-Desculpa por ter esbarrado em você! – Soltei.

-Você estava contando o meu abdômen? – Ele arqueou uma sobrancelha.

-O quê? Não! – Minto.

Sim, eu estava contando, mas em minha defesa, foi involuntário!

-Sim, você estava. – Seu sorriso se alargou. – Senti seus dedos deslizando e seus lábios estavam contando silenciosamente enquanto você descia os dedos por cada dobrinha.

-Não, não estava! – Insisti.

-Okay, se você diz que não, mesmo eu sabendo que sim, tudo bem.  Eu sou Josh a propósito. – Ele estendeu a mão.

Seus olhos são tão bonitos. Nunca vi olhos tão bonitos assim. Tenho vontade de olha-los o dia inteiro. - Oi, Josh. – Sorri, recuperando a postura e apertando sua mão.

-Essa é a parte que você diz o seu nome, sabe?

-Não costumo dizer meu nome para caras que eu não faço ideia de quem seja – Retruquei. – Você pode ser um psicopata e procurar onde eu moro quando sair daqui.

Bliss - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora