– Então, confirmado. Duma e a Industries Kalliw são sócias. Foi bom negociar com você, senhorita Segrini. – Toby apertou minha mão como acordo verbal, mas logo a papelada estaria pronta para fecharmos contrato.
Não sei se eu estava tão bem humorada por causa de um dos vários contratos bem sucedidos que fechamos ou porque estava anestesiada com o meu momento com Ellie.
Com certeza a segunda opção.
Após aquele dia, ela fez questão de me mandar mensagens dizendo o que achava dos livros que recomendei. Fazia uns quatro dias que tivemos aquele encontro maravilhoso e ela já havia me falado como estava presa na literatura brasileira.
Como não sou idiota, já falei que tenho vários livros para recomendar a ela. Eu realmente não sabia o que estava fazendo, mas não conseguia me controlar e parecia que sempre queria mais. Mais assunto, mais tempo com ela.
Eu precisava vê-la sempre sorrindo para, então, ficar feliz.
Deixei minha agenda mais livre, pois os projetos em andamento estavam quase concluídos, faltando apenas alguns detalhes finais.
– Um café expresso, por favor. – pedi ao garçom. Tinha combinado com Ellie e Sammy de nos encontrarmos lá para jogar conversa fora. Fui a primeira a chegar, mas Ellie chegou logo após meu café ser entregue.
– Capuccino, por favor. – se sentou ao meu lado. – como foi a reunião?
– Muito bem. Como foi a manhã? – ela deu de ombros, então foi aí que notei que ela não estava bem.
– Foi normal, dia tranquilo. A Sammy te ligou?
– Não, aconteceu algo?
– Bem, eu não sei. Ela estava estranha na ligação e disse que tinha algo para nos contar, mas não deu mais nenhum detalhe.
– Que estranho. – Ela assentiu, bebendo seu capuccino. Fiquei na dúvida se perguntava ou não como ela estava. Apesar de Ellie ser bem falante, ela ainda sim conseguia ser bem reservada. O que me instigava a conhecê-la tão mais a fundo.
Ela era um universo inteiro, que nem seus olhos cor de Marte.
– Você está bem?
– Estou, só… uma semana cansativa. – ela sorriu, batendo sua perna sem querer na minha ao balançar ela. Ela estava nervosa? – Eu terminei Os miseráveis. E uau!
– É incrível, não é? Uma escrita extremamente instigante.
– É muito boa, eu vi que tem o filme. Você já assistiu?
– Sim, mas poderia assistir de novo… com você. Se quiser, claro.
– Eu quero sim, esse final de semana? – sorri e falei que estava combinado.
– Então você me conta no final de semana porque está triste. Eu me importo com você, Ellie. De verdade, e não gosto de te ver assim.
– Problemas amorosos, Luna. Eu estou confusa, e o Mattew estamos tendo vários conflitos e isso está me desgastando.
– Ele tem sido babaca com você?
Ela desviou o olhar do meu, em silêncio. Eu já estava puta com o babaca, mas decidi respeitar o espaço de Ellie. Sammy logo chegou, com o semblante sério.
Se sentou e pediu um chá e nos fez esperar até sua bebida chegar. Um longo momento silencioso carregado de dúvidas.
– Eu não sei como contar isso… – ela começou, olhando para as mãos que estavam apoiadas na mesa.
– Sammy, independente do que seja, nós estamos aqui. Vai ficar tudo bem. – Ellie segurou em sua mão, passando confiança.
– Vocês lembram do cara que eu saí? O Ted? – assentimos. – puta merda! Então, meninas... Eu estou grávida.
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Luna.
RomanceEu tenho um trauma. E isso me persegue e me tortura em vários momentos da minha vida. Achei por muitos anos que não sentiria mais afeto por outra mulher, sentia que não fui feita para ser amada de verdade e que tudo que eu tocasse viraria pó. Achava...