É só você

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Ellie tinha as bochechas rosadas devido as nossas corridas matinais. Era adorável. Paramos em uma banquinha de comida, onde pedimos apenas café. 

Fazia dois dias que eu procurava alguma maneira de contar a ela sobre Louise sem que tudo desmoronasse e ficasse esquisito. Acho que ela estava notando que eu estava tensa. 

— Tenho que te contar uma coisa, nada demais. — digo, tomando um gole do café e quase engasgando. 

— Diga. 

— Louise pediu para conversarmos. E deixar tudo bem… 

Ela riu anasalado, erguendo a sobrancelha. Eu adorava quando ela fazia isso, ficava mais atraente. 

— Nossa, você deve ter dispensado bem gentilmente não é? 

Nos sentamos em um banco e ela me encarou quando fiquei em silêncio e entendeu. 

— Então você se encontrou com sua ex? — pergunta, fechando a cara. 

— Eu queria saber o que ela tinha para me dizer. Você quer saber? Ou está muito brava? 

— Eu não sei se quero saber, Luna. — diz, olha o relógio e diz que precisa ir para o trabalho. — depois a gente se fala.

— Espera… — digo, mas é tarde demais. Ela já tinha sumido entre as pessoas que andavam pelo parque. — merda. 

Então eu fui para o trabalho, me jogar de cabeça no que eu fazia de melhor. E nem isso me fez tirar a expressão de insegurança no rosto de Ellie da cabeça. Pensei em várias formas de tentar tirar aquilo dela, mas qualquer coisa parecia insuficiente. 

Eu sei porque insegurança era meu segundo nome. 

Esperei alguma mensagem de El, mas nada chegava, então eu decidi mandar uma. 

"Por favor, conversa comigo." 

E então, três horas se passaram. 

E dois longos dias se passaram. 

Eu havia ligado para Sammy, que me aconselhou a lhe dar um tempo. Ela vinha ao meu apartamento me atualizar se El estava viva, mas não dizia muita coisa. Ela tinha ficado puta por ter descoberto que estávamos juntas daquela forma, em meio a um momento ruim. Todavia, como ela não podia se estressar, acabou ficando de boa rapidamente.

— Ela sai muito cedo e volta muito tarde, não fala muito. Só me pergunta como estou e como vai o bebê. — diz, acariciando a barriga. 

— Aliás, como vai meu afilhado? 

— Não para quieto e está bem saudável. Já sei que vai me dar trabalho. 

Sorrio, feliz por Sammy. Ela suspira e eu espero ela falar. 

— Ela sempre foi insegura, Luna. Desde que nos conhecemos, mas… foi por causa de um babaca, a alguns anos. Quando a conheci, eles já estavam juntos mas não era nada muito sério. Não era sério porque ele não queria, mas era claro que ela estava apaixonada. Ele usava essa desculpa de não terem nada concreto para ficar com outras…

— Me pergunto quem em sã consciência olharia para outra tendo aquela mulher ao lado. Coisa de homem mesmo, puta que pariu. — digo, sem pensar. 

— Quando eles começaram a namorar, ele fazia questão de manter contato com as peguetes dele. E isso não foi um problema no começo, mas essas mulheres soltavam algumas piadas para ela e isso entrou na cabeça dela e ele dizia que ela estava ficando louca, que era coisa da cabeça dela e essas merdas. 

Luna.Onde histórias criam vida. Descubra agora