Era quinze de maio, já estávamos a pouco tempo de desembarcar na Suíça. A viagem tinha sido longa, dormimos e acordamos nem sei quantas vezes.
— Falta menos de uma hora. — El fala, igualmente sem paciência.
— Odeio viagens longas, sério. Pelo menos é por um bom motivo. Um ótimo motivo.
— O destino vai valer cada minuto aqui dentro!
Me abraça, iniciamos uma conversa longa sobre o hotel que ficaríamos. Logo chegamos no aeroporto e seguimos de táxi até o hotel. Eu alugaria um carro, mas estava cansada demais para dirigir.
Após o check in e de nos acomodarmos no quarto, abro a porta da varanda. Fico maravilhada com aquela vista. El me abraça por trás, apreciando a paisagem. Era fim de tarde, os tons de laranja vermelho e rosa se misturavam.
— Vou tomar um banho. — diz, após alguns minutos. Assinto e ela pega uma roupa, eu a espero enquanto desfaço as malas.
El demora, mas eu estou tão cansada que acabo dormindo. A cama king size era tão confortável que não resisti, apenas deitei. Despertei levemente quando senti o braço de El ao meu redor.
— Pode dormir, amor. — e assim o fiz, com sorriso no rosto por estar aconchegada nos braços de El.
Acordo me sentindo restaurada. Dizem que o ser humano precisa de oito horas de sono, porém, eu já me acostumei a dormir bem menos que isso, então quando acontece me sinto outra pessoa. Renovada. E ainda era sete horas da manhã.
Me afasto de El, que ainda tem o sono pesado e vou escovar os dentes e lavar o rosto. Peço o café da manhã e aguardo chegar. Waffles, mel, café e ovos com bacon chegam e eu como a minha parte enquanto aprecio a visita da varanda. Outra coisa que eu quero muito ir, talvez ainda hoje, é a piscina do hotel. Quando termino me deito ao lado da minha mulher, distribuindo beijos leves em seu rosto até ela acordar.
— Hm… que preguiça, Lu. — diz, ainda de olhos fechados.
— Você é muito gostosa dormindo, sabia? Mas acorda, vamos aproveitar o dia! — digo, ficando por cima dela. Ela abre um olho, assustada.
— Você, de bom humor matinal?! Acho que eu troquei de Luna no aeroporto.
Rio, saindo de cima.
— Só quero aproveitar nossa viagem. Aliás, seu café está aqui. — digo, mostrando a mesa arrumada na varanda.
— Tentador. Ok, vou levantar. O que vamos fazer hoje?
— Que tal hoje só andarmos um pouco pela redondeza e tirar algumas fotos? Estou olhando para a modelo perfeita. — digo, sorrindo. Ela fala que não, mas eu sei como conseguir seu melhor sorriso para fotografar.
Oito e meia estamos prontas. Tomei banho logo após El. Eu uso uma blusa social branca meio soltinha e transparente, com uma calça jogger e um sobretudo simples preto. El optou por uma calça preta social e uma blusa preta de gola alta canelada. Seu sobretudo era amarelo queimado.
Entramos no elevador, nosso andar era um dos últimos. Estávamos sozinhas no cubículo.
— Você demorou para dormir? Eu ia te esperar, mas juro que ia te esperar.
— Eu só sequei o cabelo e me deitei. Também estava cansada. — a porta abre dois andares depois, mas nem presto atenção. Só percebo quem havia entrado quando Ellie dá um leve aperto em minha mão.
— Bom dia. — Ninguém menos que Linn Somers fala, colocando a mão no bolso de sua calça. Anne entra junto a ela, dando bom dia também. El e eu respondemos, obviamente.
Depois das poucas palavras, o silêncio constrangedor se instala, parece que o hotel possui trezentos andares devido a demora e eu só quero morrer.
A porta abre e nós saímos. Seguro a mão de El e seguimos para fora do local.
— Eu achei que aqui fosse grande demais para nós nos encontrarmos. Eu achei que elas teriam o nariz mais… empinado.
— Eu também, até achei que não falariam nada. Talvez não sejam isso que falam.
— Pode ser, mas não quero mais falar sobre isso. Enfim, achei que aqui seria mais frio.
— Deve ser a época. Eu gosto desse clima. — fala. Seu celular começa a tocar. Sammy. — Oi! Cadê meu afilhado? — pergunta, colocando no viva voz.
— Está aqui, olhando para mim com esses olhos gigantes.
— Eu já estou com saudades. Do Bernardo. — digo, implicando.
— Tudo bem por aí? — El pergunta.
— Tudo… só liguei pra saber como estão. Me sinto mãe em todos os aspectos agora. E também, não tinha mais ninguém para ligar.
— Nós estamos com saudades de vocês também, Sam. Próxima vez vamos vir todos juntos.
— Ai meu Deus, preciso trocar esse menino. Amiga, preciso ir. Tenham um bom dia! — e desliga.
Acho que Sammy, mesmo com nós duas pro perto, ainda sente o peso da solidão da maternidade.
— Ela vai ficar bem? — Ellie pergunta.
— Vai, é a Sammy, amor. E ela sabe que pode nos ligar a qualquer momento. — a abraço, e ela assente. — vamos, estamos perto de uma feira. Sinto que irei falir aqui.
— Eu também, por Deus!
Seguimos pela rua e vejo uma escadaria cheia de flores e peço para El se sentar lá, a foto fica perfeita. Nada menos que perfeita.
Ficamos o resto da manhã naquela feira e depois almoçamos em um restaurante perto de onde estávamos. Quando voltamos ao hotel, ficamos algumas horas na piscina. E eu ficaria ali o resto do dia se pudesse. Água maravilhosa. Depois que voltamos, tomamos banho juntas.
— Quer uma massagem? — pergunto a Ellie, que sorri, amarrando o cabelo. Fico atrás dela na banheira e começo a massagear seus ombros. — hm…
Começo a passar a mão em seus seios, apertando o bico de leve.
— Sabe, é dessa massagem que eu gosto. — fala, virando o rosto para mim e me beijando em seguida.
É, acho que hoje eu não dormiria cedo.
Ela fica no meu colo e eu coloco as mãos em sua bunda automaticamente. Aperto, fazendo ela sorrir e dar um pulinho. Ela me encara com aquele sorriso sacana desgraçado e puxa meu cabelo para trás, deixando meu pescoço exposto aos seus beijos.
Perco o controle, atacando seus lábios e descendo minha mão, fazendo ela gemer do jeitinho que eu gosto.
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Luna.
RomanceEu tenho um trauma. E isso me persegue e me tortura em vários momentos da minha vida. Achei por muitos anos que não sentiria mais afeto por outra mulher, sentia que não fui feita para ser amada de verdade e que tudo que eu tocasse viraria pó. Achava...