Acordei dolorida. Ellie estava numa ponta e eu em outra. Só era possível ver do nariz para cima dela. O resto estava coberto. Levantei tentando não fazer barulho e fui ao banheiro pelo menos lavar o rosto.
Notei que Sammy estava em casa e que tinha café da manhã pronto. Olhei no celular e já eram onze horas da manhã. Fui atrás de um remédio para dor e deixei ao lado do sofá para Ellie tomar caso acordasse com dor e fui para o meu apartamento.
Definitivamente sou uma covarde. Todavia, tenho meus motivos. Primeiro que eu achava que seria estranho falar com ela tão cedo depois dela ter me pedido pra ficar e decidi poupar ela de me explicar que éramos só amigas e que ela só não queria ficar sozinha. Segundo, bem, não se… só achei que foi a melhor coisa a se fazer senão eu iria olhar para ela até ela acordar.
Do jeito que fico perto dela provavelmente diria "bom dia! Estava esperando você acordar enquanto te observava que nem uma psicopata. Aliás, tem remédio do seu lado."
Não mesmo.
Tomei banho e mandei mensagem para Dave perguntando se chegaram bem no Canadá e contei como tinha sido a noite com Ellie. Quando desliguei peguei o carro e fui dirigindo meio que sem rumo pela estrada. Parei em uma cafeteria que parecia ser aconchegante, estacionei e entrei o local era pequeno e as mesas eram bem divididas.
O piso maciço contrastava com as mesas pretas, me sentei no mais reservado e logo uma moça veio me atender e pedi um café e um hambúrguer. É, tenho gostos peculiares.
O celular vibra em cima da mesa com uma mensagem. "Achei que te encontraria quando acordasse, você está bem?"
Cara Ellie, o que você fez comigo? Meu estômago revirou.
"Desculpe, não sei porque fui embora. Espero que tenha acordado sem ressaca." Respondi sendo o mais sincera possível.
"Fui até sua casa para saber se estava bem, mas ninguém atendeu". Cansei da troca de mensagens e liguei.
– Alô? – ela disse e fiquei muda por alguns segundos. – Luna?
– Oi! Eu fiquei entediada de ficar em casa e fui andar pela cidade e agora me encontro em uma cafeteria bem aconchegante.
– Eu… – foi ela quem ficou muda daquela vez. Esperei. – queria pedir desculpas por ter te pedido para ficar. Agora as coisas parecem estranhas e eu não sei porque.
– Olha El… – "eu gosto muito de você e por isso fui embora porque eu estava com uma vontade imensa de te acordar com vários beijos, mas eu não posso." – não tem nada haver com você, sou eu que sou estranha mesmo. Me desculpa.
– Não precisa pedir desculpas por ser quem é, mas se não me quiser por perto pelo menos diz. Eu vou entender.
Deus sabia que o que eu queria era totalmente o contrário.
– Vem me encontrar aqui, te mando o endereço. Até daqui a pouco. – mandei minha localização e ela mandou mensagem dizendo que estava a caminho.
Eu não tinha nada concreto para falar, então eu só só deixei rolar e falei para mim mesmo que agiria normalmente e tentarei ao máximo evitar falar de sentimentos, mesmo o olhar dela me deixando totalmente, completamente à flor da pele.
O café forte e levemente adocicado chegou poucos minutos depois junto com o hambúrguer suculento no qual devorei em minutos. O sino na porta do café tocou, chamando minha atenção.
Ellie entrou usando uma blusa de botão florida e uma calça jeans clara. Usava um óculos escuro que combinava perfeitamente com seu rosto.
– Aqui é bem aconchegante mesmo.
– E a comida é uma delícia! – ela se sentou de frente para mim, tirando os óculos. Chamei a garçonete para anotar o pedido de Ellie.
– Um hambúrguer e um suco de maracujá, por favor.
– Sim, obrigada. – e ela saiu, deixando o ambiente estranho.
– Porque me chamou aqui, Luna? – perguntou, olhando em meus olhos. Desviei, olhando o papel de parede ao meu lado.
– Porque eu não quero que pense nem por um segundo que eu não gosto da sua companhia ou que eu não gosto de você. Por que eu gosto. Muito. É bom ter você por perto, El. Eu só sou estranha as vezes.
Ela riu, pegando na minha mão gelada.
– Eu também gosto de você e de te ter por perto. Desculpa ter ficado assim por não te ver ao acordar, eu só sou insegura demais.
– Você não precisa ficar insegura quanto a mim, pois eu sempre estarei aqui por você. Ok?
Apertei sua mão lhe passando segurança e ela assentiu.
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Luna.
RomanceEu tenho um trauma. E isso me persegue e me tortura em vários momentos da minha vida. Achei por muitos anos que não sentiria mais afeto por outra mulher, sentia que não fui feita para ser amada de verdade e que tudo que eu tocasse viraria pó. Achava...