VII: Origem gótica

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O MEU ALMOÇO não estava sendo completamente apetitoso, não quando minha mente girava com as ofensas da única semideusa que não me aturava

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O MEU ALMOÇO não estava sendo completamente apetitoso, não quando minha mente girava com as ofensas da única semideusa que não me aturava.

Ao meu redor os risos e chacotas vinham de todas as outras mesas enquanto podia desfrutar da solidão na mesa de Poseidon. Por ora o silêncio era bom para mim, quando podia refletir sobre alguns pontos questionáveis da minha vida.

Na mesa central, Hanks e Mira sentavam lado a lado enquanto outrora seus olhos tornavam a mim - obviamente falavam de mim. Sinceramente, não ligava quando diziam algo de mim e eu não ouvia, mesmo que lutasse por uma boa imagem para que continuasse sendo o garoto perfeito daquele acampamento.

Voltei meu pensamento para minha própria mesa quando dava um gole na taça mágica cheia de limonada. Não conseguia comer em paz mesmo sem pensar. Lutar para me manter com boa fama e ter uma missão de vida ou morte para cumprir não deixavam qualquer um em paz.

Meus planos poderiam começar a sair pela culatra nos próximos dias. Talvez todo adolescente com dezoito anos sentia um peso nas costas quando pensava em suas responsabilidades para seguir com a vida, para mim a pior coisa era ter que seguir a vida liderando uma equipe e enfrentando criaturas mitológicas em uma ilha criada pelos deuses.

"Sem devaneios." Disse antes de comer um pedaço da minha torta de mirtilo totalmente azul. "Pensamentos negativos trazem indigestão!"

Todos deixaram o pavilhão para voltarem às atividades e não tive vontade de sair dali. A preguiça do meio-dia bateu em minhas pestanas com sono, me segurei para não dormir ali mesmo.

- Precisamos conversar - o grotesco tom involuntário e relutante de Alice soou em meus ouvidos despertando o sono.

Minha espinha gelou quando a vi sentar à minha mesa.

- Você sabe que sentar à mesa que não te pertence é proibido, né? - Retruquei enquanto vi seus olhos se movimentarem em desprezo.

- O que importa agora é você agir com nossa missão! - Alice fora tão direta ao ponto de pensar em nossa intimidade da amizade.

- Minha missão. Você quis dizer! - E a minha excentricidade veio à tona quando se dirigiu exigentemente.

- Que seja, imbecil! - Praguejou brava quando colocou uma de suas espadas na minha mesa.

Alice gostava de violar as regras, como se sentar na mesa de um deus que não lhe correspondia.

- Tá tudo pronto! - Eu disse confiante. - Em uma semana vamos partir ao mar para buscar seu amiguinho.

A filha de Hades lançou uma mão em meu queixo apertando-o. Sua feição brava e astuta deixaram suas maçãs vermelhas em um rosto tão pálido, embora coubesse a mim entender como vergonha ou raiva.

- Não se dirija a Luka com tanta ironia - sussurrou brava quando sua mão apertava meu lindo queixo. - Você não o conhece!

- E você parece o conhecer demais, gótica! - Exclamei furioso ao tirar sua mão do meu maxilar. - Como dois semideuses podem se conhecer e não vêm para cá?!

Yushami Thunder e o Prisioneiro de AnimáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora