XXXIII: Semideuses inconsequentes

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NUNCA PENSEI que chegaria vivo em casa, pelo menos vivo o bastante para aproveitar meus últimos dias ali

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NUNCA PENSEI que chegaria vivo em casa, pelo menos vivo o bastante para aproveitar meus últimos dias ali. Long Island era única comparada com uma ilha no meio do nada, o típico cheiro do verão e a brisa do mar salgada do estreito.

O iate se aproximava da praia e um bando de crianças meio-sangues e sátiros jovens fizeram um alvoroço quando Kaique apertou a buzina na cabine de controle.

Olhei para Luka que observava a praia com sentimentos mistos e confusos. Talvez porque o garoto sofreu tanto por chegar ali, ou também porque pensava que sua vida inteira foi de sofrimento simplesmente pelo motivo de aquele acampamento existir, graças aos nossos pais divinos.

- Bem-vindo a sua nova casa - apertei seu ombro lhe dando forças. - Creio que o chalé 1 tenha muito espaço pra você.

Ele sorriu sem pêsames.

A praia ficou mais perto e os rostos sujos de terra, poeira e galhos de árvores dos campistas, mostraram que acabavam de chegar de uma luta nos bosques.

No momento que ancoramos no mar, me lembrei de quando Mira me trouxe de volta em um carro voador. O acrófobo aqui quase morrera.

Com o bote reserva, os nove mochileiros de uma ilha estranha remaram até a praia para serem recebidos por seu público.

Bati a areia da minha calça e percebi o queimado de faíscas do relâmpago que quase me atingira. Senti meu mau cheiro e a sardinha azeda precisava de um banho.

Um grupo de sátiros saiu do meio dos campistas e trotaram na nossa direção. Na frente deles, o baixinho e gordo me olhou bravo e carrancudo.

- Cumpriu mais uma missão, Sr Thunder! - Era um sátiro baixinho mas sua voz rouca e viril demonstraram que está nessa vida há um bom tempo. - Era o mínimo que podia fazer quando o Casco Fendido estava atarefado por todo o continente...

- O que ele disse é que estamos agradecidos por salvarem a vida de mais um campista - Minniot surgiu detrás do homem dizendo gentilmente.

- Ele não é só um campista - Hanks disse ao se aproximar. Então virou a todos os outros e estufou seu peito como sempre fazia nas apresentações. - Salve Mattheo Luka. Filho do Grande Zeus, rei dos deuses e senhor dos céus.

E os olhos mais curiosos e impertinentes dos pirralhos se voltaram ao garoto. Mattheo se sentiu envergonhado e procurou algum ponto no chão para não olhar aos campistas em sua frente.

- Temos muito orgulho de tê-lo aqui, senhor...

- Luka! - Pegou na mão de Hanks solidariamente. Pensei bem se seu nome era composto ou se escondia seu sobrenome, mas Hanks já sabia seu nome. - É um prazer estar aqui.

- Certamente estão com fome - Hanks indagou olhando diretamente para mim, realmente conhecia a minha fome.

- O senhor não imagina o quanto - respondi com um sorriso aliviado.

Yushami Thunder e o Prisioneiro de AnimáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora