XXXIV: Bosque dos Bodes Malditos

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MIRA NÃO APARECEU na Arena

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MIRA NÃO APARECEU na Arena. Se a kitsune sabia que Ancísio estaria lá e esperava nosso confronto, eu não tinha a menor ideia. Raposas são trapaceiras, mesmo Mira tendo um sorriso e grande gentileza.

Mattheo e eu saímos dali. Não trocamos uma palavra, talvez porque não quisesse tocar no assunto inquietante entre nós, a minha personalidade.

O filho de Zeus era uma boa pessoa, por mais que eu odiasse admitir isso. Mattheo tinha muitas qualidades que eu não possuía, era uma boa pessoa e não se colocava no topo do pedestal antes dos outros.

Yushami Thunder era só mais um fetiche para se esconder atrás de tudo o que tinha medo. E porque refiro a mim mesmo em terceira pessoa, porque tenho vergonha de tudo o que fui e tudo o que resta de ruim em mim.

Eu odiava os deuses em muitas coisas, principalmente por esconderem detalhes da minha vida mortal, mas eram certos quanto a mim. Zeus poderia ter me destruído, mas me usou para trazer seu filho até aqui, fez eu pagar justamente por meus erros.

E eu sou o ápice da ignorância humana. Egocêntrico, narcisista, rude e patife. Por muito tempo eu tive medo de continuar sendo o garoto que sofrera bullying ou fosse o nerd mais estranho do planeta que acabei me tornando algo tão estúpido e fútil.

Não que eu esteja considerando tudo que fiz de errado porque estou morrendo, mas porque nunca é tarde para reconhecer a si mesmo - demorei muito tempo para perceber isso. E agora, com sangue do lado direito de górgona correndo pelo seu corpo, você reflete sobre toda a estupidez de sua vida.

Alguns minutos e uma dor forte atingiu minha cabeça como uma pedra em alta velocidade. Meus músculos se tornaram pesados, mal conseguia me mexer. Minha visão falhou e tive uma vertigem.

Tudo se tornou preto e assustador, tive medo de que fosse Tânatos me esperando desmaiar para levar meu corpo ao mundo dos mortos.

Sussurros preencheram meus ouvidos e um forte feixe de luz atingiu meus olhos. No Mundo Inferior é tão claro assim?!

Era só a lanterna do celular de Alice que incomodava meu rosto. Ela desligou assim que percebeu que eu sentei na maca que estava deitado.

- Boa noite, Bela Adormecida - sorriu para mim quando me viu olhar desconfortável por todo o ambiente.

Estava na enfermaria e ela estava milagrosamente vazia. Somente eu e Alice, algumas lâmpadas também marcaram sua presença.

Não tinha sol lá fora, apenas a luz da lua que brilhava intensamente no céu escuro. O acampamento estaria tão escuro senão fosse as tochas do anfiteatro e outras espalhadas pelas trilhas do campo.

- Quanto tempo eu dormi? - Perguntei coçando minha cabeça um pouco confuso. - Que horas são?

- O jantar já passou, peixinho - um sorriso se formou nos lábios de batom vermelho. - Todos estão nos bosques agora. Está perdendo o jogo!

Yushami Thunder e o Prisioneiro de AnimáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora