"Uma missão. Um destino. Uma vida."
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Depois de fugir por seis meses Yushami recebe uma carta dos deuses, onde se vê mais uma vez preso ao lugar onde morou desde os doze anos.
A sua vida vira de cabeça para baixo ao descobrir a existência de um...
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EU ERA O PRISIONEIRO e não o garoto que estava desacordado ali no chão. Sou aquele que desafiou a ira dos deuses e agora o ceticismo corrompeu até o estado vital, e não aquele garoto ali no chão.
Naquele momento eu só tinha uma certeza da minha vida: Yushami era uma fraude. Talvez porque mesmo com meu corpo bem formado, dentes perfeitos e desejado por muitas garotas, por dentro era somente o balofo de quatro-olhos que vivia de olho roxo por socos dos valentões do colegial.
Eu tive oportunidades, aos doze anos descobri que era filho de um deus que até então achei ser apenas uma escultura de museu sobre a Grécia Antiga e seus mitos. Desde então, o garotinho órfão passou a ser o filho do deus do mar.
Ele partiu em aventuras, descobriu coisas que achou nunca existir. Enfrentou monstros que quase o matou, mas aqui com seus dezoito anos acabou de descobrir que ele mesmo estava se matando por dentro.
Deixei que minha mágoa me corrompesse ainda mais e joguei fora todo o meu ego e "personalidade forte". A gente só percebe o valor da vida quando está prestes a perdê-la, mas graças aos deuses fiz muitas coisas das quais não me arrependo nunca.
Fui até Mattheo Luka e mais uma vez o sacudi até que sua cabeça se levantou em minha direção. Mal conseguiu ficar de pé, o que seria provável para alguém que fora possuído pelo deus dos relâmpagos e dos céus (ou o próprio pai).
Novamente coloquei seu braço atrás do meu pescoço e agarrei sua cintura para que não caísse sem forças. Caminhamos esperançosamente para a saída sem ser pegos por algum imprevisto.
- T-te devo a m-minha vida - pronunciou quase sem fôlego depois de sorrir com os dentes perfeitos.
- Considere estas as minhas palavras, literalmente - respondi-lhe com um sorriso. - Mas guarde suas forças para sairmos dessa ilha cheia de monstros.
Eu não tinha a menor ideia do que nos esperava lá fora e rezei aos deuses para que meus amigos tivessem dado um jeito em Ladão. Minha principal hipótese: Ou Airam furou suas cem gargantas com sua lança dourada, ou Alice cortou todas as suas unhas com a foice de ferro-estígio. Provavelmente, consideraria as duas opções.
Enquanto caminhamos para fora, a luz foi tomando tamanho e o barulho de vozes masculinas e femininas começaram a aumentar a cada metro mais próximo.
Quando nos aproximamos, meus nervos pularam no alerta para pegar minha espada e enfrentar Ladão, mas com Luka tão machucado eu duvidava que passaríamos por ele vivo até o outro lado.
Vi de novo o verde da copa das grandes árvores. De longe, o cheiro de marshmallows assados e batata grelhada me fez ter água na boca e pressa para chegar mais perto.
Estava do lado de fora. Me espantei em não ver ali o Dragão Hesperio, mas fiquei muito feliz em ver meus amigos sentados em um círculo ao redor de uma fogueira.
