LAÇOS DE SANGUE: EL PLANO

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— Finalmente! — O feiticeiro exclamou um pouco alto demais, quando a imagem da bruxa do pântano surgiu dentro do pequeno espelho com bordas de ouro.

— O que você quer? — Ela pergunta, rispidamente, de dentro do espelho.

Este artefato magico era um dos muitos que Darcy já havia feito. O espelho de ouro, em especial, permitia a qualquer um conversar com a bruxa independente do lugar que estivesse. E, às vezes, Darcy se arrependia de ter dado o espelho para Jimin.

— Por favor, me trate com um pouco mais de carinho. — Jimin desdenha, apoiando os pés sobre a pequena mesa de madeira coberta por suas quinquilharias de feiticeiro.

— Diga logo o que você quer, estou ocupada.

— Ocupada devorando sapos e outros insetos asquerosos?

O rosto de Darcy se contorce atrás da venda, e se ela não fosse tão perdidamente apaixonada pelo feiticeiro, ela, com certeza, já teria o matado.

Percebendo que a bruxa não daria uma resposta, Jimin espia a porta fechada de seu quarto no navio do Capitão Infâmia, antes de fazer sua próxima pergunta.

— Onde ela está? — Jimin pergunta, enquanto rola um anel de pedra roxa pelos dedos.

— Mais perto do que você imagina.

Ele arqueia as sobrancelhas, sorrindo com a resposta.

— Então não vai demorar para que os navios se cruzem? — O feiticeiro ri baixo.

— Não. — A resposta de Darcy vem junto de um coaxar de sapo ao fundo.

— Isso é bom. Muito bom, na verdade.

— Por que você não vai até ela sozinho? — Darcy pergunta sem paciência.

Jimin encara o pequeno espelho, fitando a venda de Darcy.

— Serena não me ajudaria, ela não se lembra de mim, e sei como pode ser difícil ganhar sua confiança, afinal, sou seu tio e sei como ela herdou essa característica irritante do meu irmão. — O desdém escorria do seu tom de voz, o fazendo sorrir logo em seguida ao pensar em como seu irmão estava agora: morto.

— É mais simples do que parece, Darcy. — Jimin lança o anel no ar, antes de pegá-lo de volta. — Só estou nesse navio imundo, porque preciso do Capitão Infâmia para encontrar as partes do mapa de Atlantis. Quando elas estiverem reunidas, vou fazer com que ele e seu irmão se digladiem pelo que não terão, lutando até a morte. E então, nesse momento, eu coloco meu terceiro soldadinho em jogo. — Um sorriso completamente perverso pinta os lábios cheios do feiticeiro. — Como você sabe, antes de vir para essa ratoeira flutuante, eu fui atrás do rei e convenci a sua guarda a se juntar ao meu plano. Confesso que não foi fácil, o comodoro Jung tem um grande senso de justiça e não queria se unir ao Capitão Infâmia. Mas, quando eu prometi que tudo isso era apenas um plano para atrair o Capitão Hanna e, assim, prender os dois piratas mais procurados de uma só vez, o comodoro não pôde recusar a minha oferta.

Os olhos do feiticeiro vagam para longe, em pensamentos onde ele conseguia imaginar todo o seu plano perfeito se concretizando.

— Quando o comodoro entrar na briga com os piratas, ele com certeza vai tentar prender a Serena também, porque ela faz parte da tripulação do Capitão Hanna. E será nesse momento que eu a salvarei e contarei toda a triste história de como seu pai morreu por mãos humanas, enquanto tentava encontrar Atlantis. E como sendo o último desejo de seu pai, minha doce sobrinha vai me ajudar a encontrar Atlantis antes que eu a mate de vez.

— Árie não morreu por mãos humanas, você foi a causa da morte dele. — Darcy cospe as palavras através do espelho magico.

— Isso é só um detalhe, minha querida. Não acho que Serena precise saber disso. — O feiticeiro fala de forma despreocupada.

Na mesma intensidade que o amava, Darcy também odiava Jimin, pois, em todos os seus longos anos de vida, ela nunca conheceu ninguém tão cruel como o feiticeiro exilado dos confins do mar.


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