Rafaella?

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Por Rafa Kalimann

- Por que você está aqui? Por que está fazendo isso comigo... fala... por que?

Sua voz ecoava pelo galpão, eu quero correr até ela e abraça-lá mas algo me impedia. Ele me impedia.
Olho para ela que estava chorando, eu estava chorando. Eu me sinto um monstro, por permitir isso..

- Que bom que você chegou meu amor...

[...] vamos voltar no tempo  3° dia do sequestro...

Odeio ter que vim fazer campanha logo agora. Justo quando estou fazendo de tudo para encontrar a Manu.
Pelo menos hoje é meu último dia no Rio de Janeiro...

- Rafaella? - ouço meu produtor me chamar, levanto indo em sua direção. Mas parando quando ouço o meu celular tocar. Pego vendo um número desconhecido - Cinco minutos, pra você atender e desligar. Estou te esperando aqui fora

Faço positivo com a mão e ele sai. Atendo o celular, colocando no ouvido

- Alô? - pergunto sorrindo.  Espero que seja a Manu

- Sentiu saudades, meu amor? - ouvir aquela voz, faz meu corpo estremecer inteiro - Não vai falar nada?

Silêncio.
Não consigo falar. Meu coração está acelerado, minhas mãos estão soando.

- Tudo bem! O seu silêncio já é considerado uma resposta - ele solta uma sorrisinho - Sabe quem está aqui comigo? Não necessariamente aqui, porque não estou no g a l p ã o

- Galpão?

- Chega de enrolação. Você está no rio ainda? - ele pergunta, COMO ELE SABE

- Como você sabe?

- Mandei uns caras te seguir. Mas assim, acho melhor você voltar logo. Sua princesinha, precisa de você.

Antes que eu possa responder, ele desliga.
Fico olhando para o celular, sem nenhuma reação. O produtor me chamar, mas estou muito em choque para olha-lo. Só quero sair daqui, quero voltar para São Paulo urgente.

Ele está com ela

[...] 4° dia do sequestro

Depois da ligação, eu não quis mais saber de nada. Volto para São Paulo, o mais rápido possível. Enquanto saía do avião, olhando para os lados.

Ele poderia ter capangas me vigiando.

Encontro Gizelly e Gabi no aeroporto, me esperando. Disfarçadas, com um boné e óculos escuro. Que belo disfarce.
Chego perto e começamos a andar apreensivas para fora do aeroporto, sem trocar nenhuma palavra. Nossos passos eram rápidos, estávamos com medo. Eu tinha contado tudo para elas, antes de sair do Rio

Quando estamos no carro de Gizelly, sinto meu celular vibrar.
Número desconhecido.
Olho para as menina que me olhavam assustada. Revolto atender e colocar no viva voz, mas antes pedindo para Gabi gravar tudo.

- A-alô - minha voz sai falha, fazendo o monstro do outro lado da linha rir

- Já falei, eu vou matar ela se você não vier. - ele fala, e olho para as meninas sem entender nada - Não! O combinado era cinco dias, no máximo e você levaria ela para longe.

- Você é louco, doente. Seu psicopata!

- Vou mandar um dos meus motorista ir pegar você!

Everything I want  [RANU] Onde histórias criam vida. Descubra agora