fight for your right

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[lute pelo seu direito]

LORI

As primeiras avaliações do semestre já estavam se aproximando, o que me deixava apreensiva. Eu havia trabalhado duro e dado o melhor de mim pra conseguir a bolsa de estudos parcial da Universidade, mas agora que já estava lá, parecia que tudo era ainda mais difícil.

Eu sempre fui muito exigente comigo mesma e nunca, na vida inteira, havia tirado uma nota vermelha nos meus boletins. Eu simplesmente me recusava a tirar notas ruins e sempre me esforçava ao máximo pra ser a melhor da turma.

Talvez fosse meu perfeccionismo aflorado, ou minha eterna insatisfação com meu status quo, mas algo dentro de mim sempre fazia eu ser sempre a pessoa mais determinada da classe. E isso se aplicava a tudo na minha vida.

Determinação era o meu sobrenome - eu não descansava até conseguir aquilo que eu queria e que sabia que merecia. Eu não aceitava menos do que o meu melhor. E exatamente por isso eu não aceitava migalhas de qualquer pessoa que se relacionasse comigo.

Eu sabia do que eu era capaz, e sempre lutava pelo que eu desejava com unhas e dentes. Óbvio que nem sempre eu conseguia conquistar tudo que queria, mas a sensação de ter feito tudo que estava ao meu alcance sempre me reconfortava nessas ocasiões.

Quando fui aceita na UCLA, esse pensamento se aflorou em mim, mas, ao mesmo tempo, me trazia inquietações. Sim, eu sempre havia sido a melhor aluna da classe, com as melhores notas e um histórico escolar invejável. Mas e agora?

Agora que eu estava finalmente na Universidade eu estava insegura. Com medo de falhar, medo de tirar notas baixas e medo de não ser mais aquela aluna perfeita que eu era no ensino médio.

Parte disso era porque a Universidade era um mundo novo pra mim, com pessoas, lugares, professores e matérias que eu nunca havia visto antes. Será que eu me sairia bem? Será que eu havia feito a escolha certa em vir para Los Angeles? Será que o nível da Universidade era muito alto pra uma garota que estudou a vida toda nas escolas públicas de Columbus?

Eu esperava ter a resposta pra essas perguntas em breve. Mas no momento, tentava prestar atenção na explicação que estava acontecendo na minha frente.

- Quanto à aplicação da lei penal no tempo, via de regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da prática do fato criminoso, de acordo com o princípio do tempus regit actum. - o professor Moore explicou ao mesmo tempo em que escrevia a expressão em latim no quadro - Isso significa, meus caros, que a lei penal produzirá efeitos, em regra, no período da sua vigência, de acordo com a lei vigente na época do fato.

Enquanto o professor falava, eu digitava aspectos que julgava ser dignos de nota no meu computador.  Ao meu lado, o Oliver estava mais preocupado em dar likes em fotos de caras sem camisa no Tinder.

- Assim, praticado um crime, por exemplo, na data de 22 de julho de 2013, reger-se-á a pretensão punitiva estatal, a princípio, de acordo com as regras vigentes nesta data. - o professor continuou - É importante que vocês saibam também que exceção à regra supracitada ocorre nos casos de extra-atividade da lei penal, em que abrange a retroatividade da lei mais benéfica e sua ultra-atividade.

O sinal sonoro da faculdade tocou, anunciando o final da aula. O Oliver comemorou com um suspiro aliviado, mas sem tirar os olhos do celular. Aparentemente ele havia acabado de receber um nude interessantíssimo.

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