hymn for the weekend - 2

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[hino para o final de semana - 2]

NICK

A festa estava inacreditavelmente boa. Poucas vezes na vida eu havia visto a casa da fraternidade tão cheia e as pessoas tão animadas, o que me encheu de expectativa para o semestre que estava começando. Se todas as festas que déssemos fossem assim, eu não teria do que reclamar.

- E ai, cara. - falei ao avistar o Tom descendo as escadas da casa - Por onde você estava?

- Minha presença foi requisitada pela Tiffany e pela Audrey no meu quarto. - ele explicou, se sentindo orgulhoso -

Eu ri.

- Boas companhias. - comentei, virando o líquido do meu copo vermelho -

- E você? - ele questionou - Alguma chance de ficar com a Mandy hoje?

- Sem chance. - respondi - A Mandy continua com a idéia fixa de que somos um casal. Não estou afim de todo esse drama hoje.

- Vi umas calouras bem gostosas na piscina. - ele falou - Talvez você consiga se dar bem por lá. Você sabe que as calouras geralmente são mais fáceis porque estão sempre loucas para entrar para o time de líderes de torcida.

Eu ri.

- Não preciso que sejam fáceis. - retruquei - Você sabe que gosto de desafios. Foi assim que eu roubei Kelsey de você no ano passado, afinal. - alfinetei -

Kelsey era uma veterana de arquitetura pela qual o Tom havia ficado apaixonado. Mas felizmente - pra mim - a garota não se sentia da mesma forma em relação à ele e acabamos transando no vestiário nas eliminatórias do campeonato de futebol entre faculdades.

- Sim, eu sei. - ele riu, debochado - Ei, por que não escolhe uma garota daqui pra que eu possa te provar que quando se trata de desafios, eu não tenho medo de você?

Eu ri.

- Você não precisa me provar nada, cara. - eu dei um tapinha em seu ombro, aliviando um pouco a tensão de ter mencionado a história da Kelsey - Vamos só curtir a festa e nos divertir, está bem?!

- O que, você acha que eu não consigo? - ele insistiu - Anda, Nick. Pode escolher qualquer garota, e eu te prometo que a calcinha dela estará no chão do meu quarto antes do amanhecer.

Eu o olhei, com um sorriso. Ele parecia estar falando sério.

- Anda. - ele repetiu - Tudo bem. Se você não quer escolher uma garota pra mim, eu escolho uma pra você.

- Isso não é o ensino médio, cara. - eu respondi - Não preciso que você diga com quem eu vou transar.

- Você parece estar intimidado. - ele debochou -

- Por você? - retruquei - Jamais. Mas tudo bem, já que você está sendo tão insistente com toda essa história, eu escolho uma garota pra você, você escolhe uma pra mim, e nós veremos quem se dá bem.

- Fechado. - ele sorriu, satisfeito, fitando uma garota de cabelos castanhos que passava por nós em direção à cozinha logo em seguida -

__________

LORI

A cozinha estava uma completa bagunça, como já era de se esperar. Alguns casais se pegavam em cima dos balcões, uma garota vomitava no lixo ao lado da pia e outro grupo de jogadores de futebol riam animados no outro canto do cômodo.

Ignorando o completo caos ao meu redor, entrei decidida na cozinha, abri a geladeira e peguei duas cervejas de garrafa para Oli e Becky. Coloquei as cervejas em cima do balcão e comecei a procurar pelos armários de madeira do cômodo por uma garrafa de tequila - ela tinha que estar guardada em algum lugar por ali.

Abri os armários que ficavam no alto, mas estes somente guardavam pratos e copos. Nos armários embaixo da pia, havia apenas produtos de limpeza. Finalmente, quando me abaixei para procurar nos armários embaixo da bancada, me esquivando do casal que praticamente transava em cima dela, achei uma garrafa de vidro com o líquido dourado dentro. Bingo!

Estiquei o outro braço para alcançar um copo de shot em cima da pia, e quando estava prestes a segura-lo em minha mão, senti a garrafa de tequila sendo literalmente arrancada de mim.

- Desculpe, docinho. - ouvi uma voz dizer - A tequila é apenas para os membros da fraternidade ou para convidadas muito especiais. - ele informou -

Quando me virei por completo, encontrei um sorriso debochado estampado no rosto de um cara alto, atlético e com uma jaqueta amarela e azul amarrada na cintura.

Óbvio, tinha que ser um dos idiotas da fraternidade.

Eu apenas ri, lançando-lhe um sorriso mais debochado ainda.

- Seus amigos ali no canto não parecem suportar mais nenhum gole de tequila. - provoquei -

- Bem, meus amigos não são como eu. - ele se vangloriou, depois de olhar na direção que eu havia acabado de apontar -

- Que sorte a deles. - debochei, fazendo-o rir -

- Sou Nicholas Hayes, você já deve ter ouvido falar de mim. - ele estendeu a mão, e eu ignorei completamente o gesto -

- Hm, na verdade, não. - respondi com sinceridade -

- Sou o capitão do time de futebol da universidade. - ele complementou -

- Ainda não me lembro de ter ouvido alguém mencionar o seu nome. - informei, e ele riu, sem humor -

- Tudo bem. Na verdade, é bom que nunca tenha ouvido falar de mim. - ele falou depois de alguns segundos de pausa - Muita gente conta mentiras ao meu respeito por aí.

- Deve ser difícil ser uma celebridade universitária. - caçoei, desinteressada -

- As garotas me adoram e os caras querem ser como eu. Não é nem um pouco difícil. - ele retrucou, convencido -

- Eu deveria ficar impressionada?

- A maioria das garotas fica. - ele lançou um sorriso que evidenciava suas covinhas - Talvez se você for assistir ao meu próximo jogo, ou compartilhar essa garrafa de tequila comigo, você também fique.

- Sem chance. - eu ri -

- Posso compartilhar uma dose de tequila com você se aceitar assistir ao jogo na sexta-feira. - ele sugeriu -

- Seria necessária a garrafa inteira para isso. Mas mesmo assim, obrigada. Prefiro ver você e seus amigos vomitando nas próprias camas após beber toda essa garrafa. - eu provoquei, fazendo menção de dar as costas para ele -

- Ei! - ele chamou - Não vai me dizer o seu nome? - eu o olhei, com atenção. Nada que saísse daquela boca poderia me interessar -

- Foi um prazer te conhecer, astro do time, mas vou curtir a festa com os meus amigos. - ironizei - Aproveite bem a garrafa de tequila. Espero que ela te traga uma bela ressaca amanhã.

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