the hardest part

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[a parte mais difícil]

NICK

Eu estava convicto de que estava vivenciando um dos piores dias da minha vida.

Aliás, um dos piores, não: o pior.

Ver a Lori bem não me machucava — eu gostava dela e queria que ela fosse feliz, apesar de todo o mal que eu a havia causado. O que me machucava era ver todos os caras em cima dela e vê-la sorrindo pra algum deles enquanto conversavam.

Em questão de minutos, contei no mínimo uns seis caras se aproximando dela, oferecendo bebidas ou puxando conversa. E tudo bem, ela era solteira, tinha o direito de conversar e conhecer outras pessoas, mas isso não tornava menos doloroso pra mim ter que assistir enquanto ela fazia isso.

Queria ter dito pra ela que estou apaixonado enquanto ainda era tempo. Queria ter contado pra ela sobre o quanto amo seu sorriso, sobre o quanto acho ela a garota mais incrível que eu já conheci e ter pedido pra que ela fosse minha.

Mas suas palavras pra mim, quando nos encontramos na cozinha, foram como farpas. Atingiram direto o meu coração e o fizeram sangrar. Eu estava em completo sofrimento, e jamais entenderia toda a dor que a causei, mas ouvir o que ela tinha pra me dizer foi uma amostra grátis do quanto uma pessoa pode nos machucar com gestos e palavras.

Eu jamais me perdoaria por ter feito o que fiz, e também não poderia culpa-la por fazer o mesmo. Há alguns meses eu era um completo babaca e tinha plena convicção disso, mas só queria que ela tivesse a oportunidade de ver o quanto eu havia mudado e o quanto o que eu sentia por ela era genuíno.

Mas a aposta havia contaminado tudo de bom que havíamos vivido e agora ela achava que tudo não passava de uma mentira. Mas como poderia ser uma mentira a forma que eu me sentia perto dela? Como poderia ser uma mentira o fato de meu coração praticamente saltar pela minha boca toda vez que ela me tocava?

Eu só queria fugir de tudo aquilo, mas pra todos os lugares em que eu olhava, lá estava ela. Sorrindo, flertando, gargalhando, se divertindo. Sua presença era sufocante — eu sentia que todo o ar do ambiente havia sido tomado desde que ela chegou.

Me distanciei alguns metros da casa e me sentei sozinho em um toco de árvore abandonado. De onde eu estava, eu ainda conseguia vê-la, mas pelo menos não havia uma multidão ensurdecedora embaralhando todos os meus pensamentos. Eu só precisava de alguns minutos em paz com minha garrafa de Jack Daniels.

No meu peito, o vazio só crescia. Vê-la tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe, era uma das piores sensações que eu já havia experienciado. Eu jamais imaginaria que me apaixonaria por Lori Mackenzie quando a conheci e talvez este tenha sido o maior erro que eu já havia cometido na vida.

— Ei, cara. — o Bran apareceu, me cumprimentando — O que você está fazendo aqui?

Ele estava com um saco de lixo preto nas mãos, o que me levou a perceber que ele havia se afastado da casa para joga-lo na lixeira da nossa rua.

— Tentando me induzir ao coma alcóolico pra tornar essa noite suportável. — eu respondi, erguendo a garrafa de whisky.

— Noite ruim? — ele brincou.

— Semana ruim. — eu informei, tomando um gole da garrafa.

Eu já estava completamente bêbado àquela altura, mas nem me importava com os meus sinais embaralhados e minha visão turva. Nada que eu fizesse naquela noite parecia amenizar o efeito que a Lori estava causando sobre mim.

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