capítulo 34

932 70 7
                                    

Capítulo 34

Christopher Uckermann.

Quando cheguei Carla se levantou e já veio para me dar um abraço, eu me soltei dela com uma carranca. Minha manhã tinha sido boa demais para deixar ela estragar, resolvi ficar com neutro e descobrir o que ela faria ali. Uma consulta que não era eu tinha certeza.

– então, achei que tinha deixado claro que quando eu estivesse disposto a conversar eu iria te procurar.

– deixou sim, eu só vim avisar que o apartamento de Dulce esta pronto.

– obrigada, pode ir. – falei entrando na minha sala.

– você não percebe Christopher é um sinal.

– sinal? Que sinal?

– do destino, mostrando que a Dulce está prestes a sair da nossa vida. Temos a chance de conversar e nos entender eu prometo mudar.

– prometer não significa que vá cumprir, a Dulce está com o apartamento pronto, mas não significa que ela vai morar lá.

– como não?

– não foi esse o motivo da nossa briga, ela continuar comigo. Pois isso não mudou e eu te avisei, ela ainda não está pronta, Dulce está no começo do processo de terapia. E enquanto Eddy não me dizer que ela está emocionalmente pronta para lidar com a vida sozinha, eu não vou permitir.

– essa mulher virou dia cabeça mesmo. Você falando dela assim. Nunca falou de mim assim.

– não começa com comparação ninguém é igual a ninguém, desde quando você tem complexo de inferioridade?

– desde que você me trocou por uma perdida na vida, uma mulher sem futuro, suja, viciada, maluca, pobre, ridícula...

– poupe elogios, tá vendo, por que você é tão hostil? Você sempre foi gentil e delicada, agora quando conhece alguma mulher perto de mim fica assim. Hostil.

– claro, eu sou a única que você precisa.

– desde quando você é tóxica? Ou eu era cego? – eu para um psicólogo precisava me atualizar da minha própria vida.

– amor, você eu não sou mulher suficiente para você?

– eu achei que fosse, mas pelo visto. – falei dando ombros. – pode ir embora, eu tô cheio de pacientes.

Entrei na minha sala, escutei o carro dela se afastar, apoiei minha cabeça contra a mesa. Cada vez que eu via Carla ela soltava uma pérola. E eu via o quanto meu relacionamento era empurrado com a barriga, Dulce era o estopim que faltava para eu enxergar. Talvez ter outra mulher com atitudes diferentes tivesse esse efeito. A comparação, querendo ou não é uma ação natural do ser humano.

É difícil você viver a mesma situação com pessoas diferentes e não por as diferenças na balança, e fazendo isso eu vi que Carla não era nada do que eu pensava. Eu me contentava com ela, talvez meu relógio biológico estivesse apitando tanto que eu aceitei qualquer coisa.

Atendi alguma pacientes mais antigos, alguma recuperados que faziam poucas sessões apenas para manter um bom equilíbrio. Muitas pessoas não levavam a sério a estabilidade da mente, só que isso surtia efeito em todas as nossas ações.

Veja a Dulce ela estava num momento difícil pelo vício, isso tornava algumas coisas muito maiores ao seu ver, pois ela não tinha cabeça para se preocupar com outra coisa. Como hoje que ela me ligou avisando da senhora que pegou em seu pé, se ela tivesse com uma cabeça tranquila teria resolvido eu tenho certeza.

𝘑𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘥𝘪𝘷𝘰́𝘳𝘤𝘪𝘰 ↝ Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora