capítulo 10

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Capitulo 10

- não Dul, vício não é um desvio de caráter não fale assim. O primeiro passo você deu, você sabe que tem um problema que precisa ser tratado. - ele segurou as mãos dela, dessa vez ela aceitou. - não pense nisso, olhe como está sendo forte tentando, lutando, seus pais tem orgulho que você está tentando sair dessa vida.

- eles agradeceriam você, você me tirou de lá não era sua obrigação. E eu sei que é difícil agora, que eu me sinto mal e doente. Mas vai passar e quando eu estiver bem eu vou subir na vida e devolver todo o dinheiro que te devo.

- dane-se o dinheiro. Sabe o que eu quero? - ele perguntou bem perto dela. - quero ver a Dulce da faculdade outra vez, aquele sorriso lindo que chegava até o último fio do seu cabelo, quero ver você brincar, sair com os amigos, cozinhar pra todos, como sempre fez. Quero que encontre um marido de verdade, por que sou bem falsificado em. - ela riu. - viu você rindo é incrível te ilumina, eu tenho alguns vislumbre seus, mas ainda não te enxergo.

- eu vou tentar, é que agora é difícil, mas agradeço por cuidar de mim. - ela se aproximou e beijou a bochecha dele. - eu consegui uma recomendação de Paco, ele disse que eu era responsável pela organização dos funcionários no cassino, enviei alguns currículos para uns hotéis e pousadas. Você acha que eu consigo?

- fico feliz, quem sabe? Você pode conseguir qualquer coisa Dulce de agora em diante depende de você. - ele voltou para seu lugar no sofá. - tem uma Kitnet que fica a três quadras daqui é meu imóvel favorito, eu estaria por perto, mas escolhe o que você quiser. Eu vou dar a entrada, e pagar os seis primeiros meses, depois é com você. - ela sorriu e estendeu a outra metade de seu sanduíche para ele. - obrigada.

Os dois continuaram a assistir o filme, Dulce comeu, tomou um banho, caiu na cama aquele remédio era ótimo, durante a noite teve pesadelos e acordava suada. Pegou o celular e viu que eram 05h45min, logo Christopher acordaria, ficou mexendo no aparelho quando viu um anuncio de jogo de Poker, passou rápido pela propaganda, logo em seguida viu outro e mais outro, irritada deixou o celular de lado. Fechou os olhos, ela não seria fraca.

Quando levantou encontrou Christopher com a camisa social aberta servindo uma xícara de café. Era uma bela visão, ele não se deu conta que ela estava ali, Dulce ficou olhando ele todo distraído lendo algo no jornal, e viu exatamente quando ele levou a xícara aos lábios e errou derrubando o café quente no peito.

-porra. - levantou num pulo, indo até a pia.

- não passa água vai arder mais ainda. - ela finalmente entrou na cozinha prendendo o riso.

- ta queimando o que eu faço? - ele resmungou igual uma criança quando se rala.

- oras, tira isso com um pano ne. - pegou o pano de prato e foi ate ele limpando o café que caiu no peito e nas calças dele. - vai ter que trocar de roupa.

Christopher olhou ela lavar o pano para não manchar, foi até seu quarto e merda aquela era sua única calça que não estava amarrotada, sem opção vestiu a menos amassada, sua camisa também se sujou e escolheu outra também amassada. Voltou para a cozinha e encontrou Dulce tomando o café.

- meu deus, não tem um ferro de passar nessa casa?

- sabe, até tem eu não sei usar mesmo. - falou sem graça.

- me da sua camisa, me diz onde fica o ferro em 5 min. vai estar novinha. - ela estendeu a mão pra ele, Christopher sem muita escolha tirou e entregou a ela.

- na lavanderia tem a tábua e o ferro, ficam na parede. - Dulce foi até lá com a xícara de café e um prato de biscoitos.

Ela voltou alguns minutinhos depois com a camisa engomada, estendia no cabide. Christopher já não estava mais na cozinha deveria estar terminando de se arrumar, colocou a roupa no aparador de bolsa que ficava na entrada. Estava lavando a louça da cozinha quando ele retornou.

- obrigada Dul, salvou minha vida. - ele foi abotoando a camisa. - minha empregada que geralmente passa, mas eu a dispensei durante esse mês.

- de nada, você deveria manter suas roupas organizadas evitaria isso. - ela falou ainda lavando a louça, e acabou não vendo Christopher fazendo uma careta igual um menino birrento. - que horas a Maite vem?

- ás 8 horas, se você escolher algum hoje me liga, eu já resolvo tudo hoje mesmo. - ele comentou pegando sua bolsa masculina e se preparando pra sair.

- Chris. - ela o chamando fazendo-o parar na porta. - quero que você pague somente os três primeiros meses, o resto deixa comigo.

- tem certeza? Não vai ser problema pagar os seis meses. - fechou a porta.

- eu tenho, você vai ser o fiador, e em três meses acho que já vou estar mais estabilizada. - ela falou com determinação.

- eu vou confiar em você Dulce. - ele voltou a abrir a porta. - vou nessa, na consulta com o médico diz tudo que está sentindo e faça todos os exames. - ele limpou a garganta. - fique a vontade para pedir uma consulta para um... É uma pessoa... Que possa... Você sabe. - ele falou sem graça e corado. Dulce não aguentou e caiu na gargalhada.

- Christopher, eu não preciso que você me diga para ir ao ginecologista, eu sei os exames que uma mulher deve fazer. Obrigada. - ela falou risonha.

- tchau, vou nessa. - fechou a porta rápido e foi embora.

Dulce caiu na risada um homem daquele tamanho com vergonha de falar sobre  ginecologista, terminou de limpar a louça do café e foi tomar um banho. Arrumou-se novamente com os produtos da Carla, mulherzinha nojenta, Christopher apesar de ser gente boa tinha um padrão de mulheres, suas namoradas sempre eram parecidas, na época da faculdade fora galanteador, teve várias amantes e todas eram do mesmo padrão, mesma cor de cabelo, mesma altura, estatura corporal, parecia até que ele namorava cópias. Diria até que fora a única diferente, era mais encorpada e tinha os cabelos vermelhos sangue. Se olhou no espelho e fez careta, precisava ir ao salão de beleza.

Quando deu 8h Maite mandou mensagem pedindo para ela descer, quando chegou ao hall do prédio avistou o carro da morena, onde ela passava batom. Maite sempre fora uma morena muito bonita chamava a atenção na faculdade.

- oi Mai. - ela bateu a porta do carro. - pra onde vamos primeiro.

- temos um dia cheio amiga, muitas coisas. - abriu a mão para contar nos dedos. - primeiro vamos à imobiliária pegar as chaves dos apartamentos. Segundo dirigir até eles. Terceiro almoçar. Quarto te levar ao médico. Quinto encontrar com Christopher no consultório dele. - fechou a mão e abriu um sorriso. - vamos nos divertir juntas.

Dulce concordou e saíram para pegar as chaves e conhecer sua futura casa. Viram um apartamento perto da casa de Mai, era bonito, básico, um prédio seguro e tranquilo. O segundo foi um próximo a casa de Poncho, também era bonito Dulce seria a primeira proprietária o que seria incrível, o terceiro era o mais afastados de todos era também o menos bonito e ficava a quase 5 Km da casa de Christopher, o que fazia o apartamento ficar mais barato, por último foram até a kitnet, era fofa bem feminina, era a menos de 1,5 Km da casa de Christopher e era também uma das mais caras.

Dulce não pensou duas vezes antes de unir o útil ao agradável, ficaria o mais longe possível e pagaria menos.

- Mai eu gostei daquele próximo ao cinema.

- mas aquele é o mais longe de todos Dul. - falou estranhando. - não acho que seja uma boa ideia ficar tão afastada.

- eu não sou uma criança indefesa, eu dou conta. - falou com firmeza, mas Maite não gostou muito dessa ideia e Christopher iria gostar menos ainda.

Próximo capitulo vai ser pensamentos somente do Christopher, ele vai saber a escolha de Dul, vai rolar uma briga disso ai.

𝘑𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘥𝘪𝘷𝘰́𝘳𝘤𝘪𝘰 ↝ Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora