capítulo 37

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Capítulo 37

Dulce Maria.

Anahí aparecendo aqui para pedir conselhos me pegou de surpresa, tirando o fato que ela interrompeu um ótimo momento. Ela estava com os pés sobre o sofá e parecia realmente disposta a conversar.

- Any, Você pode explicar melhor essa obsessão. - Chris falou, sendo amigos dela não podíamos ser seus psicólogos. Mas uma conversa com Q de especialidade ajuda muito.

- eu cresci vendo a minha mãe servir meu pai, ela acordava e dormia por ele. Então eu achei que deveria ser assim. Meu pai foi o primeiro amor de minha mãe, e eles se casaram. Então eu me levei a acreditar que viveria como eles.

- a forma como vemos nossos pais influenciam na nossa futura experiência em relacionamentos, a imagem que temos de nossa mãe e nosso pai será como levaremos nosso futuro. Eles são a primeiro exemplo que temos. - falei sentando no colo de Christopher ele colocou o rosto me meu pescoço.

- eu sei, e eu via meu pai um homem que trabalhava, pagava as contas, chegava para o jantar, assistia futebol aos domingos e levava eu e minhas irmãs aos parques no sábados. - ela suspirou. - ele foi meu maior incentivador a fazer medicina.

O pai de Anahí era médico também e trabalhava bastante. A mãe dela era dona de casa assim como sua irmã que se casou e cuida da filha, Anahí mesmo com medicina não exerce fica em casa cuidando dos filhos mesmo tendo babá. Assim como sua mãe.

- minha mãe cuidava de mim da minha irmã, ajudava a fazer o dever de casa, limpava tudo, arrumava tudo, e fazia todos os caprichos de meu pai. - ela se sentou. - ela o amava tanto que tinha uma devoção absurda por ele. Mesmo assim ele não exitou em ter amantes.

Opa! Para tudo o pai de Any traiu a mãe dela? Christopher apertou minha cintura, mostrando que era um assunto delicado, ele também me deixou levar a conversa com ela.

- como você reagiu quando descobriu?

- fiquei furiosa eu tinha uns 9 anos, e contei a minha mãe. Ela disse que o que importava e que era pra gente que o meu pai sempre voltaria, então eu levei isso para vida.

- por isso o Poncho, ele era seu primeiro amor, sua primeira vez, e você viu nele o seu pai. O homem que trabalhava e que seria o sustento da casa, como seu pai. E não importava com quantas mulheres ele ficava ele sempre teria você lá.

- exato, eu achava que se ele estivesse casado comigo ele voltaria, ou se tivesse um filho comigo. - arregalei os olhos. - eu sou maluca.

- amiga você fez tudo isso pois idolatrava sua mãe, a relação dela com seu pai. Mesmo ela não sendo o exemplo de relacionamento perfeito.

- ao meu ver era perfeito, hoje eu vi que não. Que é ridículo.

- como foi a conversa? - Christopher falou pela primeira vez.

- tensa, eu o chamei dizendo que queria falar sobre a Maite. E a forma como o olhar dele ficava quando falava dela, era lindo. - ela fechou os olhos e lágrimas caíram por suas bochechas. - nem mesmo eu nunca fiquei assim para falar dele.

- eu espero que isso basta para você ver que não é saudável. - falei sentindo Chris beijar meu pescoço. - você deve buscar um casamento igual aos dos seus pais, mais um melhor.

- Ucker como era o casamento dos seus pais? - ele tirou o rosto de mim e pareceu pensar.

- bom eu era muito novo quando eles se divorciaram, acredito que as coisas desandaram por minha mãe ser modelo, me lembro que meu pai tinha muito ciúmes.

- e por isso você se interessou pela senhorita Carla, arquiteta, modelo e blogueira. - olhei para Christopher e ele parecia analisar tudo.

- pode ser, não sei. - ele ficou sem graça.

- que bom que acabou, por que aquela mulher fazia de você como alguém que ela podia controlar, assim como a mãe dela faz com o pai. E você aceitava, pois você via seu pai aceitar o jeito e a carreira de sua mãe.

Christopher coçou a garganta, mostrando que estava desconfortável com a conversa. Anahi ficou calada, talvez pensando que exagerou. E eu achei apenas a mais pura verdade. Isso me fez refletir para pensar sobre a relação de meus pais.

- meus pais também não eram nenhum exemplo brigavam bastante, nunca se entendiam. Depois que meu pai morreu minha mãe nunca mais esteve com outro homem. Acredito que apesar de tudo ela o amava. - senti um aperto mais firme, era doido falar de maus pais ainda.

- então deve ser por isso que você nunca teve outro relacionamentos, você foi fiel ao Christopher mesmo ele sendo filha da puta!

Nós três ficamos em silêncio dessa vez, levemente desconfortável. Anahí sempre falava tudo que pensava, ela se levantou e foi até a cozinha, pegando uma cerveja.

- que conversa de merda, vamos mudar de assunto. - a falou com a maior naturalidade.

- meu apartamento ficou pronto. - esse assunto era a pauta de aliviar o clima pela segunda vez.

- que bom! Temos que decorar. - ela se sentou empolgada.

- seria um ótimo momento para você pedir desculpas a Maite, vocês três podem decorar e pintar as paredes juntas. Vai ser divertido. - Christopher comentou e era verdade.

Anahí suspirou conversar com Maite seria difícil, a morena era bem complicada. Se ela fez o que ontem o Poncho na certa tentaria bater em anahi.

- você acha que os dois podem dar certo?

- eu acho que sim, não sei.

- depende do Poncho. - Chris falou. - ele tem medo de família. Vocês estavam falando disso sabe como a infância dele foi sozinha.

- é ele quase surtou quando Maite brincou sobre estar grávida.

Alfonso tinha pais muito ocupados, os dois eram advogados. Ele estudava em tempo integral, chegava em casa e sua avó prepara o jantar e o mandava fazer dever de casa. Seus pais muitas chegavam quando ele estava dormindo, quando foi crescendo as coisas só pioraram. Ele ia em festas o que causava muita discussão, os pais o obrigaram a cursar direito.

Ele acabou se mostrando um ótimo advogado, só que diferente de seus pais ele não se enfiava no trabalho. Ele era bem desocupado na verdade, trabalhava com um público muito seletivo.

Anahí ficou até bem tarde, e encheu a cara. Ela precisa de amigos e nós estávamos aqui para ela, depois de dormir no sofá. Christopher a colocou no meu quarto, e fomos dormir na suíte dele.

- acha que agora ela fica bem? - ele falou enquanto arrumava os travesseiros.

- claro! Ela é linda acha um homem em dois tempos, sem contar que o ex-marido dele ser louco por ela. - ele suspirou e se sentou.

- espero que sim, Any é incrível.

Nós deitamos abraçados, virou rotina eu dormir nos braços de Christopher e sempre de conchinha. Existem casais que não gostam, eu amo e ele também. Ele sempre dormia com o rosto enfiado em meu pescoço. Ele afirmava amar meu perfume.

𝘑𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘥𝘪𝘷𝘰́𝘳𝘤𝘪𝘰 ↝ Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora