Os dois tomaram café sem mais conversas, Dulce ficou tensa. Após isso o sono a pegou ela resolveu tirar um cochilo, enquanto Christopher foi para o escritório continuar arrumando sua agenda de pacientes. Recebeu uma mensagem da namorada avisando que ela escolheria o restaurante, ficou feliz imaginando que talvez ela pudesse estar aceitando a ideia.
Dulce estava na cama olhando pro teto, era incrível podia sentir todo sono do mundo, mas não conseguia dormir de jeito nenhum. Resolveu levantar e escolher uma roupa para ir ao almoço, abrindo o closet viu que só tinha calça jeans e blusas simples, ela não poderia ir básica em um restaurante.
Ela abriu as gavetas vendo se não tinha talvez uma blusa mais bonita, encontrou em uma prateleira alta um vestido, azul escuro meio estilo marinheiro, era bonito, devia ser da tal noiva. Ela pegou e colocou no cabide e resolveu perguntar a Christopher se poderia usar. Foi até o escritório e o viu sentado com um óculos olhando umas fichas de pacientes.
- Chris. - chamou baixinho, e levantou a cabeça. - esse vestido estava no closet é da sua noiva?
- era, ela comprou só que ficou apertado, acabou deixando aí. - ele olhou Dulce estava bem mais magra que Carla. - vai ficar ótimo em você, pode usar pro almoço se quiser.
- obrigada - ela sorriu. - acha que ela não vai se incomodar?
- imagina, ela nem deve lembrar disso. - ele lembrou do restaurante . - Dulce ela vai escolher onde vamos comer, tem alguma alergia ou restrição?
- sou alérgica a nozes. - ele acenou com a cabeça, ela resolveu o deixar trabalhando. - vou deixar você terminar isso.
Ela voltou para o quarto, dentro do banheiro de hóspedes tinha shampoo, condicionador, hidratante e perfumes. Fazia tanto tempo que ela não via produtos tão cheirosos. Não resistiu e tomou um banho, lavou os cabelos, passou o hidratante, vestiu a roupa e borrifou o perfume. Abrindo a armário da bancada encontrou alguns produtos de maquiagem. Sempre fora muito vaidosa, passou blush, iluminador, rímel, delineador e um gloss que encontrou ali.
Ela sabia que todos os produtos eram da noiva, esperava de coração que ela não se importasse viu que eram quase 11:15, saiu do banheiro e encontrou Christopher bebendo água na cozinha de costas.
Christopher sentiu o cheiro do perfume e se virou, e viu Dulce bem diferente ela parecia até mais nova, ela sorriu de lado, ele já tinha percebido que esses sorrisos não alcançavam os olhos, ela parecia triste o tempo todo.
- você tem certeza que ela não vai se importar? - perguntou insegura.
- não vai. Você ficou bonita, o perfume combina com você.
- obrigada, estava no banheiro eu deveria ter pedido desculpa.
- imagina, eu dei de presente pra Carla ela não gostou do cheiro, acabou deixando aqui só pra não me chatear. - ele comentou lavando o copo e guardando.
- sabia que esse perfume me lembra muito o que eu usava quando era mais nova. - ela cheirou o pulso e fechou os olhos. - é um dos meus cheiros favoritos.
Ela estava de olhos fechados sentindo o perfume e Christopher ficou olhando ela. Dulce era apenas metade da ruiva que se casou, Carla era magra e o vestido tinha ficado apertado, em Dulce parecia até folgado, ele suspirou imaginando o que aconteceria com ela se não tivesse pago os 10 mil ao agiota.
- vamos, ela já escolheu o restaurante. - Dulce concordou e pegou o celular que ele tinha lhe dado, e se encaminharam para o elevador. - Dul. - ela o olhou. - você tá muito bonita.
Ela corou e sorriu, fazia tanto tempo que não recebia um elogio, o caminho até o restaurante foi em silêncio, Dulce estava muito nervosa ela tinha que agradar a noiva, afinal Christopher não merecia ficar em uma situação ruim.
Chegando agradeceu ter pego o vestido, era um restaurante chique, só tinha gente bem vestida. Entraram e foram até a mesa reservada, tinha uma mulher de cabelos escuros, magra, corpo pequeno. E Dulce reparou que ela se parecia com as outras namoradas de Christopher, mentalmente rezou para que fosse gentil.
- amor. - ele deu um selinho, a mulher o puxou e lhe deu um belo beijo desentupidor de pia. Deixando Dulce sem graça e com a boca seca . - quero que conheça a Dulce. - Christopher estendeu a mão e chamou a mulher que se aproximou cautelosa.
- prazer Dulce, você deve ser a Carla. Christopher falou bastante de você nesse tempo. - a mulher a olhou e levantou a sobrancelha ao vê-la usando suas coisas.
- prazer é meu Dulce. - deram beijinhos na bochecha. - que bom que ele falou de mim, pois fiquei sabendo de você a menos de um ano.
Dulce sorriu sem graça, não seria tão fácil assim, Christopher puxou a cadeira pra Dulce e se sentou do lado da noiva, que juntou suas mãos. O garçom veio trazendo o cardápio, pediram uma brusqueta como entrada. Enquanto isso o assunto foi em como tinham se encontrado, claro que omitindo os 10 mil dólares pagos ao agiota.
- que bom Dulce que meu noivo te achou, você já chegou a pensar no que seria sua vida daqui a um ano?
- eu não costuma pensar muito no futuro não, eu preferia viver um dia de cada vez, mas eu acredito que eu poderia estar morta. - Dulce deu ombros, Christopher soltou o talher e olhou sério. - eu não sei o dia de amanhã, eu não tinha muitas esperanças.
- isso é verdade não sabemos o futuro, claro que pensar em si mesma morta não é legal. - Carla falou. - não quero ser inconveniente, mas era prostituta?
Christopher se engasgou, que pergunta era aquela? Ele olhou assustado para Dulce esperando ouvir o não vindo da boca dela.
Dulce já tinha percebido que a mulher queria deixá-la sem jeito, tocando em assuntos delicados.
- não, eu tenho meus princípios, não vou mentir que isso nunca passou pela minha cabeça, porque passou. Mas teve um incidente e eu percebi que nunca conseguiria viver assim. - Dulce falou e nesse momento chegou o prato principal filé com as aspargos e molho cítrico.
Christopher tinha perdido a fome com aquele assunto, ele viu que Carla continuaria a perguntar e apertou a mão da noiva para ver se ela ficava quieta. A mulher entendeu o recado e terminaram a refeição em silêncio.
Na hora de ir embora, a noiva não perderia a oportunidade de provocar pela última vez.
- amor eu vim se Uber, pode me levar em casa? - perguntou manhosa, Dulce revirou os olhos.
- claro, vamos. - na hora de entrar no carro aquela cena constrangedora as duas foram no banco da frente, Dulce percebendo sua gafe riu sem graça e foi para o detrás. Fazendo Carla sorrir vitoriosa.
O caminho até a casa da mulher preencheu o carro com uma conversa entre o casal, regada de beijinhos e carinhos. Dulce virou o rosto para a janela, ela era educada, mas nem por isso era obrigada a ficar assistindo a cena romântica no banco da frente.
Quando chegaram a mulher convidou os dois para tomarem um vinho, Christopher aceitou e Dulce mesmo a contragosto entrou. Foram para a cozinha ela tinha uma casa muita bonita, cheia de artigos de luxo, lembrava sua casa em Cabo São Lucas, sua mãe sempre gostou de decorações caras e objetos estravagantes.
- senta Dulce, fica à vontade. - Carla indicou as banquetas da ilha, christopher precisou ir ao banheiro. - escuta o que eu vou to dizer. - Dulce arregalou os olhos. Era com ela? - meu noivo é bondoso e caridoso, mas eu não quero você na nossa vida. Então trate de tirar essa cara de coitada e sorrir, e se eu sonhar que você tá se engraçando pra cima dele eu te tiro da casa do meu futuro marido.
- tá falando do apartamento onde ele mora? - Dulce era gentil e educada, podia estar fragilizada, mas jamais aceitaria aquela mulher falar absurdos. Carla assentiu com nariz em pé. - quero descobrir como você vai me expulsar da minha casa, afinal perante a lei a esposa sou eu. - apontou para si. - tudo que é dele é meu linda, então não força já disse que tenho princípios.
- olha como fala, você não me conhece. - falou entre dentes.
- você também não conhece, linda. - Dulce levou a taça a boca olhando nos olhos da morena.
Carla cerrou os punhos, além de pobre, coitada, viciada ainda era abusada. Ela tinha que tirar essa mulher da vida de Christopher urgente.
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𝘑𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘥𝘪𝘷𝘰́𝘳𝘤𝘪𝘰 ↝ Livro 1
RomanceTudo que Christopher mais queria era ter uma família e sua namorada a mais de 5 anos Carla era a candidata a esposa perfeita, após anos ele a pediu em casamento e queria fazer tudo o mais rápido possível. Ele um psicólogo de 33 anos, literalmente lo...