É, sou eu

Capítulo 4 - A saída

Apostamos uma corrida até meu quarto ( é claro que eu ganhei, como sempre). Me sentei na cama ofegante e Jonathan fez o mesmo.

- A professora Elenice foi embora - comentei triste.

- Eu sei. Ela se despediu de mim ontem, depois do puxão de orelha que a Malawi nos deu... Ally obrigado cumprir a promessa.

- Não foi nada, você é como um irmão para mim... Dá pra acreditar? Nós temos uma família finalmente!

- Parece um sonho!! Que bom que nós dois conseguimos.

- É verdade.

Ele e eu ficamos falando de como seria nossa nova casa, se o nosso novo pai teria chulé, se nossa nova mãe não soubesse cozinhar, essas coisas que todas as famílias normais têm.

1 ano depois...

Já estou com 16 anos, essas paradas das papeladas e do juíz demoram mesmo! É o grande dia em que eu e Jonathan iremos para nosso novo lar. Após o almoço, a senhora sapo ou Malawi, nos convocou para irmos à sua sala. Terminei de arrumar minha mala, não tenho muita coisa comigo, então foi rápido. Fui com Jonathan à diretoria. Ele e eu estamos muito nervosos, minhas mãos suam como nunca, meu coração estava acelerado.

Abri a porta e lá estavam meus queridos pais, meu irmão e minha nova irmã, que até então eu não conhecia, ela possui os cabelos ruivos e olhos azuis como dos irmão, seu nome era Olivia, ela usava uma roupa totalmente preta com uma caveira estampada na blusa, com certeza ela é uma roqueira cabulosa. Abracei cada um deles, mas quando fui fazer o mesmo com a Olivia, ela só apertou minha mão friamente e a do Jonathan, aquilo me deixou meio ressentida, mas não iria parar com minha alegria por causa dela.

Meus pais assinaram alguns papéis e depois fomos embora daquele local, que havia sido meu lar. Indo para o carro, eu tropecei numa pedra e caí de cara no chão. Como o meu nariz doeu! Senti uma dor passageira. Logo veio meu novo irmão Stewart, que me ajudou a levantar.

- Ei, está tudo bem mana? - perguntou Stu, preocupado.

- Não tá não, mas vou melhorar - respondi limpando minha roupa.

- É assim que se fala.

Dei um sorriso para ele, e voltei a caminhar só que dessa vez prestando mais atenção no chão. O carro dos meus pais é uma BMW, só o luxo, já o veículo do meu irmão é uma Hillux branca, muito linda. Minha mãe chamou meu nome e eu voltei dos meus devaneios.

- Então, em qual carro vocês querem ir? Com seu irmão ou conosco? - perguntou Paula.

- Bom, qual dirige mais rápido? -perguntou Jonathan com a mão no queixo pensativo.

- Eu quero ir com o Stewart, adorei seu carro - respondi empolgada.

- Então tá vocês quem sabe - meu pai disse já entrando em seu carro.

Minha irmã, Olivia e Paula entraram na BMW. Já eu e o Jonathan, que agora é irmão ( de acordo com a lei), subimos naquela Hillux gigante. Stewart colocou um CD com músicas eletrônicas, e nós ficamos lá ouvindo até perder a audição, estava muito alto, mas nem liguei para isso, pois eu fiquei olhando a paisagem, nunca havia saído para tão longe, na verdade não conheço muita coisa. O smartphone do Stewart começou a tocar, ele atendeu.

- Fala aí cara!... Sim é hoje a noite, vai ser fera!... Tchau.

Fiquei pensando nessa ligação. O que seria? Mas como ele não comentou nada, eu que não iria perguntar...