Capítulo 13 - A escola

1.3K 66 6
                                    

     Assim que acabei de me arrumar, desci e fui até a cozinha, a empregada, Amanda, está lavando os pratos.

- Bom dia - disse animada.

- Bom dia senhorita. O que deseja de café da manhã? - perguntou naturalmente.

- Humm... deixa eu pensar - fiz uma pausa. - Não preciso de nada, eu mesma sei fazer minha comida, não precisa - respondi sincera.

- Mas, é o meu dever... - a interrompi :

- Quero você só como uma amiga e não como empregada, okay?

    Ela concordou com a cabeça dando um sorriso. A ajudei a preparar o lanche para todos da casa, pensei seriamente em colocar grama no sanduíche da Olivia, mas quem iria levar a culpa seria a Amanda, e eu não gostaria que ela fosse punida por minha culpa. Terminamos os pratos e o povo começou a acordar, primeiro meu pai que acordava bem cedo, pela sua rotina de investigador, depois meu irmão Stu, logo em seguida Olivia e o Jonathan, todos já estavam à mesa reunidos. Comemos, quando acabei, fui para o quintal pegar um pouco de sol, fiquei lá na espreguiçadeira com os olhos fechados, refleti bastante sobre o Ani, vou mesmo investigar ele, quero saber da verdade! Alguém do nada me cutuca e eu abro meus olhos e os tampo do sol, vejo Jonathan.

- Ally, dá pra acreditar? Vamos visitar hoje nossa nova escola! A mamãe pediu para você se arrumar para nós irmos.

- Okay tô indo, bom dia pra você também! - falei, ele fez uma careta saindo e o acompanhei.

    Coloquei um vestido azul normal de sair e fiz uma trança no cabelo. Fiquei muito bonita, até me surpreendi com a imagem que vi no espelho, agora mesmo que comecei a reparar no meu corpo, tenho bastante curvas de dar inveja e meus olhos acompanharam minha roupa. Enquanto reparava em mim, minha mãe me chamou lá de baixo, saí apressadamente do quarto. Cheguei lá em baixo e não tinha ninguém, então fui lá pra fora, minha mãe estava se despedindo do meu pai com um beijo enquanto o Jonathan estava indo para o carro, olhei em volta, e alguém coloca as mãos em meus olhos.

- Tá bom quem é? - perguntei passando as minhas mãos na mão da pessoa. - É você né Anakim?

- Como soube? - ele tirou as mãos dos meus olhos, me virei o fitando, essas ladainhas! Já não caio mais nelas.

- Instinto. Vou ter que ir mas depois a gente se fala okay? - saí e o deixei, mas ele me puxou pela minha mão.

- Espera, você esqueceu isso!

     Ele me beijou e eu é claro que senti algo, mas mesmo assim o Anakim é um mentiroso! Me afastei fingindo que estava morrendo de paixões por ele, dei um beijo na sua bochecha e fui para o carro. Entrei no carro bufando de raiva, como uma pessoa é assim?

- Já estão namorando? - Jonathan peguntou curioso.

- Não... Acho que ele é o assasino da garota - tampei minha boca, pois havia dito algo que só eu poderia pensar.

- O quê !? - ele ficou pálido e berrou, estorando meus tímpanos.

- Shhhh! - tampei sua boca e ele arregalou os olhos. - Que droga. Mas agora que você já sabe, você tem que me ajudar a encontrar provas contra ele okay? - soltei ele devagar.

- Tá bom. Mas isso é muito perigoso Ally! Precisamos de mais pessoas para nós ajudar que tal o papai?

- Não, quanto menos pessoas melhor. Vamos só pedir informações sobre o caso com o papai, mais nada me entendeu?

- Tá! - ele me olhou estranho. - Desde quando você tem a mesma profissão que o nosso pai?

- Desde de ontem - ri. - Vamos mostrar para todos quem nós somos!

   Nós dois batemos as mãos e meus pais entraram no carro. Rimos um pouco e meu pai olhou para nós supeitando de algo.

- Qual o motivo da alegria? Nós só estamos indo para escola. - Luís falou.

- Lá nem é tão legal assim - Paula concordou.

- Não é nada só estamos animados mesmo - respondi, meu pai me olhou como se soubesse de algo.

- Okay, então vamos logo? - Luís ligou o carro e começou a dirigir.

***

A escola é por fora bem assustadora, parece bem antiga, não sei como descrever, há um jardim enorme em frente a entrada. Saímos do carro e entramos pela gigante porta de madeira, senti um arrepio, mas só porque tava frio lá dentro, é claro. Fomos recebidos pela diretora, ela aparenta ter uns 50 anos de idade, é baixinha, e pra melhorar a altura, ela usava uma saia que a deixava menor do que já é.

- Sejam bem vindos a escola Nogueira, sou a Senhora Kantiana vou mostrar as salas.

     Ela andou bem rápido parecia que formigas estavam a perseguindo, ou baratas. Ri baixinho de seu andar, a senhora Kantiana ouviu e se virou fazendo uma cara feia, que me fez parar na hora, ela só pode ter super audição. A seguimos e fomos parar numa sala não muito grande mas que parecia caber bastante gente, não é a coisa mais confortável do mundo mas é bem legal, vimos outras salas e andamos pelos corredores para conhecer um pouco mais. Há pouca gente que estava trabalhando nesse dia, pois ainda não começou o ano letivo. Estávamos andando no corredor quando vi alguém no final do mesmo, só dava para ver a silhueta que me é muito familiar, comecei a correr em direção aquela pessoa, corri o mais rápido possível, e abracei ela com todas as minhas forças, é minha professora Elenice. Chorei de alegria, e ela fez o mesmo. Nunca fiquei tão feliz por ver uma pessoa na minha vida!

- Ally! - ela limpou suas lágrimas. - Quanto tempo! - Elenice me soltou e olhou para mim com admiração.

- Também senti sua falta. O que você faz aqui?

- Eu? Trabalho aqui. Lembra que eu disse que me chamaram para uma outra escola? Então, é essa.

- Já estava amando essa escola, agora ainda mais.

     Meus pais se aproximaram e a comprimentaram com apertos de mãos, nada muito pessoal, afinal eles não se conheciam. Fiquei tão feliz, que não queria sair mais dali.

- Muito prazer, me chamo Paula, esse é meu filho Jonathan, e meu marido Luís - minha mãe se apresentou. - Me desculpe mas nós temos que ir, foi um prazer te conhecer.

- O prazer foi meu - ela abraçou minha mãe, meu pai e meu irmão. Se despediu de mim com um beijo na testa.

- Tchau professora, vou vir aqui mais vezes - falei triste por ter que ir embora.

- Tchau, vão com Deus.

      Me despedi e fomos para o carro, no caminho para casa, refleti sobre tudo que havia ocorrido ontem a noite, depois de milênios, lembrei que a Olivia também está envolvida nesses acontecimentos ou assasinato para ser mais específica. Vou pegar eles dois no flagra hoje a noite, planejei cada mínimo detalhe. Quando me dei conta, já estávamos estacionados em frente de casa. Saí do carro o mais rápido possível, para que o Anakim não me visse, mas não deu certo, ele apareceu por trás de mim e me deu um beijo na bochecha o que me fez arrepiar, tenho que conseguir o máximo de informações sobre todos que estão em sua casa, saber mais sobre eles.

- Ei Ally, falei com meus pais sobre você, vou preparar um jantar hoje para que eles te conheçam, vai ir? - ele me fitou com aqueles olhos verdes. Para Ally! Concentração! Foco!

- Claro, mas já? Afinal, nem te conheço direito - falei sincera.

- Por isso que irei fazer isso, para que você me conheça mais, e eu você. Vai?

- Vou sim.

    Anakim me abraçou fortemente e fiz o mesmo. Droga! Por que ele teve que fazer isso comigo? Enganando meus sentimentos! Que ódio! Okay, okay, respira. Entrei em casa e fui para meu quarto, me joguei na cama e dei um cochilada, nem almocei. Acordei com um passarinho batendo na minha janela, abri e ele voou me deixando no vácuo, o céu não estava escuro, final da tarde ainda. Me ajeitei e desci as escadas, liguei a televisão da sala, e fiquei vendo o jornal.

É,  sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora