É, sou eu

Capítulo 18 - Questionamentos

    Acordei com o Ani e eu deitados de conchinha. Não queria que aquele momento acabasse. Suspirei me lamentando, o que fez ele acordar.

- Bom dia Ally.

- Bom dia Ani - sorri.

     Alguém começou a bater na porta, levantei rapidamente, e o Ani fez o mesmo.

- Vai pra debaixo da cama, rápido! - sussurrei.

    Ani se enfiou lá, me ajeitei um pouco, fui até a porta e a abri.

- Bom dia senhorita - falou Amanda entrando.

- Bom dia. Pode deixar que hoje, eu mesma ajeito meu quarto.

- Mas é meu dever, olha a bagunça desse quarto! - ela apontou para o chão que havia milhares de embalagens de comidas.

- Pode deixar, eu baguncei, eu limpo.

- Tudo bem então, tenha um bom dia - ela falou saindo do meu quarto.

- Pra você também - ela fechou a porta e eu a tranquei.

- Pode sair agora Ani - falei arrumando o cabelo.

- Ai minha coluna, aqui não é um dos lugares mais confortáveis do mundo.

- Pois é, isso se chama chão.

- Eu baguncei eu limpo - ele tentou imitar minha voz.

- Engraçadinho. Você tem que ir agora.

- Mas porque? Tá tão bom aqui - ele se aproximou de mim e me abraçando como se eu fosse um urso.

- Sai pela janela.

- Aé, vou me jogar e quebrar meus ossos.

- Esqueci que estamos no segundo andar e que isso só acontece em filmes românticos, em que os dois dormem juntos só que aí amanhece e o príncipe tem que ir embora para casa mas... - Ani colocou o dedo na minha boca em sinal de silêncio.

- Quer minha ajuda princesa? Para arrumar tudo?

- Não precisa.

- Então já vou - Ani beijou minha testa, pegou seu livro que estava no chão e saiu pela porta.

    Para a minha sorte, todos ainda estavam dormindo e Amanda lavando o banheiro. Coloquei uma roupa apresentável, e fui preparar meu café. Pensei em tudo que havia ocorrido ao longo da semana. Olivia está trabalhando com um possível assasino, que pode ser um tal de Kenan, velho amigo do Ani, mas qual seria o motivo de pegar o carro do Anakim e matar uma garota? Tenho que investigar mais a fundo, as pistas e as provas estão muito pequenas. Olivia minha irmã queridinha é a vítima ou cúmplice. Howw! Ela pode ser a assasina! OMG! Céus me ajudem! Sou uma besta quadrada mesmo! Será que estou paranóica? E se estiver imaginando coisas? Tenho quase certeza que estou ficando doida. O carro do Ani pode ter sido pego por alguém que não é o assasino. Já fiz algumas das etapas do método científico: observação e perguntas.

    Terminei com meu sanduíche, e fui para fora pegar sol, olhei para a garagem do Ani e seu carro estava lá, com placa e sem nenhum arranhão nem marca de pneus no asfalto, tudo muito suspeito, pra que o ladrão pegaria emprestado, se ele pode roubar? A não ser que ele possa querer incriminar alguém, o Ani. Meu Anakim está em perigo, pode ser preso por algo que ele não fez, ainda bem que nós temos os vídeos para provar a sua inocência. A rua está bem movimentada, nunca vi tanto carros passando por lá ao mesmo tempo. Até agora, não vi outra Mercedes prata, como foi descrito no jornal, ou seja, há mais chances de poderem incriminar o Ani. Ainda não sei como os policiais não o investigaram ele mas logo logo irão faze-lo.

- Tenho que dizer para Ani que ele está em perigo - sussurrei para mim mesma.

    Fui em direção a casa do meu Anakim, olhei pela janela. Vi a senhora Cindy sentada no sofá, chorando, tentando conter as lágrimas. Talvez seria melhor voltar uma outra hora. Senti como se estivesse sendo observada, olhei em volta, mas não havia ninguém. Estou começando a ficar paranóica mesmo. Alguém me cutuca por trás dando um susto.

- Aí que susto! - falei colocando a mão no coração.

- Oi Ally, desculpe pela minha atitude de ontem - disse Larissa arrependida. - A verdade é que eu fiquei com ciúmes de você.

- De mim? - perguntei sem acreditar

- Sim - ela abaixou a cabeça. - Meu irmão nunca havia levado uma outra garota lá em casa, eu menti. Ele só falava delas para meus pais, mas nunca as apresentava à eles. Você é especial para ele, dá pra ver nos olhos dele.