Capítulo 33 - O golpe

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   Fomos para o carro do Anakim, ele colocou um CD de música para que o clima não ficasse tão pesado. Eu estava muito nervosa, não sabia mais o que dizer, e se for meu último dia? Tentei ao máximo não pensar em coisas negativas mas não deu muito certo. Reparei na paisagem, o lugar parece ser bem distante e afastado da cidade, chega me arrepiei em ver o ambiente que estava nublado.

- Ally eu trouxe um gravador para você gravar a voz de todos enquanto eu estou na seção - ele me entregou e eu coloquei dentro do meu bolso de trás.

- Estou com medo - tentei desviar o olhar dele.

- Nada vai te acontecer - Ani segurou minha mão.

- Eu acho melhor você me colocar no porta mala, vai que alguém do seu grupo me vê?

- Já estamos chegando, vou parar aqui.

   Ele parou no acostamento e eu saí do carro, e estava indo para o porta mala, mas o Anakim me parou.

- Ally, eu te amo. Tome cuidado - Ani falou me olhando fixamente.

- Eu também te amo Ani.

   Ele acariciou meus cabelos e me puxou de leve pela nuca até seus lábios, eu estava com a terrível sensação daquela ser a última vez que eu irá vê-lo. O beijei como nunca antes, em uma forma de adeus, de carinho e ao mesmo tempo de tristeza. Me separei dele e dei um abraço bem forte nele.

- Vamos, se não você vai se atrasar - falei me separando dele e o olhando.

- Te amo muito - Ani falou me dando um beijo na bochecha.

- Também.

   Entrei no porta mala e ele fechou, lá não era dos lugares mais legais mas era para minha segurança. O carro finalmete parou de rodar, Ani abriu o porta mala mas eu não a levantei, esperei uns dez minutos, criei coragem e saí do carro. O lugar é bem escuro, e para ajudar era noite, peguei nos meus bolsos o gravador e liguei, mandei uma mensagem de socorro para meu pai se caso algo acontecesse comigo. Respirei fundo e comecei a andar até uma cabana que estava emitindo luz, lá não havia carros estacionados só a do Anakim, o que me fez estranhar.

   Andei bem devagar para que as folhas de baixo dos meus pés não quebrassem e fizessem sons que poderiam me entregar. Andei até aquela cabana de madeira escura e fui até a janela sem mostrar meu rosto.

- Esse é o momento de termos uma comunhão maior, com sacrifício! - gritou uma voz firme. - Todos vocês terão que oferecer seu sangue para mim! - com certeza era o líder falando, pai de todos, sua voz é bem familiar, mas não consegui distinguir de quem.

- Sim mestre! - todos os integrantes falaram em conjunto, eles estavam usando máscaras pretas que não mostravam a identidade.

- Assim que vocês me oferecerem o sangue, vocês podem tirar as máscaras, e assim revelar quem há por trás.

   A terra que estava debaixo de mim,   estava afundando, era lama, eu sem querer dei um grito, e logo tampei minha boca, assustada.

- Ally! - Ani gritou lá de dentro.

- Traidor! Ele merece morrer mestre! - os participantes do grupo falaram com um tom raiva na voz.

- Tenho o castigo ideal para ele - o líder falou com desprezo.

   Ouvi um barulho de algo muito pesado caindo no chão com brutalidade. Tentei sair dali mas tinha que fazer barulho pra isso, mas foi o que eu fiz. Me segurei na janela e me levantei com muito esforço, consegui sair daquela terra molhada.

- Peguem-na! - Alguém ordenou lá de dentro.

   Saí correndo o mais rápido possível, só podia ouvir passos atrás de mim, fiquei desesperada, não me atrevi a olhar para trás, já perdendo as forças, alguém me alcançou e me deu um golpe na cabeça que me fez cair desmaiada.

É,  sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora