Capítulo 9 - Vizinhança

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   Os dois concordaram com a cabeça. O Anakim estava sem nenhuma expressão facial, sei lá, ele parecia estar com raiva, mas ao mesmo tempo não. Eles todos saíram do quarto e eu fui me arrumar, é claro. Coloquei um vestido florido bem bonito e uma sapatilha. Havia terminado de me produzir, desci as escadas e vi que todos estavam sentados à mesa, comendo, e eu os observava. Jonathan me chamou com a mão para me sentar com ele, fiz um sinal negativo com a cabeça e fui andando até a pia, peguei na geladeira um suco de laranja e fiz um pão com torradas para mim. Quando acabei, fui indo me sentar lá fora, já que não havia lugar na mesa, sem contar que é bem melhor comer lá fora com a vista que possui. Me sentei na grama e fiquei olhando os carros passarem. Como lá é um lugar legal. Alguém me cutucou por trás, minha nova irmã, Olivia.

- O que você está fazendo aí? O Stewart está te chamando! - falou grossa.

- Já vou.

- É pra hoje!

   Me levantei com o resto de paz que ainda me restava e fui para dentro. A Olivia se sentou ao lado do Ani e ele colocou o braço no ombro dela, não estava acreditando que aquilo estava ocorrendo, os dois juntos? Ele parece ser tão legal para estar com ela! Pior não pode ficar!

- E aí Ally, dormiu bem? - Stewart perguntou se aproximando.

- Mais ou menos... Me diz, nossa irmã, é o que do Ani?

- Eles são amigos de muitos anos.

- Ah tá - falei desanimada.

- A namorada dele não aprova os dois serem amigos e ... - o interrompi :

- Namorada?! - gritei.

- Sim, a Manuela.

   Esquece o que eu disse sobre não poder piorar. Esse dia, não está sendo um dos melhores, comecei com o pé esquerdo e tropecei no direito.

- Hoje não é meu dia - falei me sentando na mesa.

- Animação Ally, amanhã vamos visitar sua nova escola.

- Era para me animar com isso?

- Haha. Lá é bem massa, você vai gostar.

   Concordei com a cabeça e me virei para procurar o Jonathan, ele estava para minha infelicidade ao lado do Anakim, que maravilha! Tentei chamar sua atenção, mas a criatura não me olhava, inventei de bater na mesa, mas não deu certo, fiquei abanando minha mãos no ar como um pombo mas, também não deu muito certo. Ohhh menino com dificuldade de visão e audição! Finalmente Jonathan olhou e fez uma cara de desentendido.

   Falei para deixar para lá, ele fez isso direitinho, virou a cara e começou a conversar, e agora eu estou sem ninguém para dialogar. Minha vida continua na mesma solidão, só eu e meus pensamentos. Fiquei lá com a mão no queixo mostrando meu tédio, cansei de ficar lá sentada pensando que meu Ani tinha uma namorada. Resolvi ir para meu quarto, ficar ainda mais depressiva, entrei e me joguei na cama, olhei para o teto, nem havia reparado no lustre - muito bonito. - A Amanda entrou no quarto para o arrumar, então, tive que sair, o que eu iria fazer? Uma brilhante ideia veio na minha cabeça: andar por aí para descobrir lugares.

   Comecei a caminhar. As calçadas têm flores amarelas, muito bonitas, era bem arborizado por lá, o que me fez respirar bem melhor. É o dia do tédio, mas deixando isso de lado, as casas tinham boas fachadas, aquele bairro é só de ricos, me sinti insignificante perto de tudo e todos, não sou como eles, não nasci nesse luxo todo, mas vou tentar me acustumar com isso. Voltei na hora do almoço, entrei em casa, todos aqueles meninos já haviam ido embora, minha mãe estava no sofá olhando pro chão como se tivesse acabado o mundo. Ela olhou para mim assustada, se levantou e me abraçou falando:

- Aonde você estava? Fiquei muito preocupada Ally!

- Desculpe só sai para andar - falei soltando ela.

- Só me avisa quando for sair. Liguei para seu pai, ele ficou muito preocupado! Ainda mais com a profissão que ele tem.

- Com o que ele trabalha?

- Ele é perito criminal. Falando nele, vou ligar de novo, para dizer que você está bem - ela se virou e foi até o telefone que tinha na sala perto do sofá.

É,  sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora