POV do Anakim- Ally, Ally! Fala comigo! - bati de leve em seu rosto para que ela acordasse.
Fiz respiração boca a boca, mas não adiantou, seus olhos continuavam fechados. Coloquei meu ouvido em seu peito para ouvir seu coração, os seus batimentos cardíacos estavam fracos, mas pelo menos havia esperança. Enquanto fazia o trabalho dos paramédicos, o pai de Ally algemava a Olivia no pé da cama, depois, enrolou um pano em sua perna que sangrava muito pelo tiro. Minha vontade era de esganá-la por ter feito aquilo com a Ally!
- Por que você fez isso!? - gritei para Olivia com raiva, ela só deu uma gargalhada.
- Você matou aquela menina não foi!? - o pai de Ally gritou furioso.
- Sim! - os olhos de Olivia ficaram vermelhos.
- Por que!? - ele guardou a arma no bolso de trás.
- Aquela &@#$ queria sair do nosso grupo! Não deixamos qualquer pessoa entrar e depois cair fora! Ou fica ou morre! - ela ficou ainda mais assustadora com aquela tintura no rosto.
- Você está envolvida nos casos das outras meninas!? - Luís ficou vermelho, irado.
- Não! Quem as matou foi meu líder! O pai de todos.
- Quem é ele!? - questionei sem paciência.
- Você é ingênuo mesmo né !? Não vou contar!
Olivia começou a falar em uma língua estranha, acho que latim. Os paramédicos logo chegaram, em seguida colocaram Ally na maca e começaram a descer pela escada com muita dificuldade, os ajudei. Finalmente, conseguimos sair da casa, o Senhor Luís soltou Olivia do pé da cama e algemou suas mãos. Stewart, Jonathan e a Senhora Paula saíram do carro em que estavam, espantados, indo em direção à Ally, todos queriam subir na ambulância com ela, mas só um poderia ir, e foi sua mãe. O Luís ligou para a polícia para prender a Olivia, e disse que depois iria para o hospital. Fui correndo até a garagem da minha casa, peguei meu carro e o Stewart o dele, seguimos a vãn.
Aquelas palavras que Olivia havia dito não saíam da minha cabeça : pai de todos. Quem seria esse homem? Ally sabe dele? Isso está começando a ficar mais sério a cada segundo. Não posso parecer preocupado, tenho que manter a calma. Pareceu uma eternidade até chegar ao hospital, suei frio. Graças a Deus chegamos, os médicos pararam em frente a porta do hospital e correram o mais rápido possível com Ally para dentro, estacionei meu carro e entrei no hospital, pedi informações para as enfermeiras,mas nenhuma pode me dizer notícias.
Sentei no banco que naquele instante era o mais confortável do universo, minhas pernas estavam fracas, estavam tremendo de nervosismo. Depois de alguns segundos a mãe de Ally e seus filhos se aproximaram esbaforidos, eles me viram e se sentaram ao meu lado, preocupados tanto quanto eu.
- Tem informações? - A Senhora Paula perguntou chorando.
- Não - respondi tentando recuperar a força.
- Cara, vai lá se lavar no banheiro, você está todo sujo de sangue - Stewart falou olhando para minha blusa.
Olhei para baixo e vi a situação, me levantei e fui para o banheiro mais próximo, tranquei a porta, tirei minha blusa e a lavei na pia. Passei papel higiênico no meu rosto e nos meus braços. Sequei minha blusa no secador de mãos e saí dali. Mandei uma mensagem para meus pais: eu vou passar a noite no hospital, estou bem, mas Ally não. Tenho que ficar com ela, não sei quando vou voltar.
Assim que a enviei, recebi uma mensagem de um número desconhecido: Sonhos se tornam realidade certo? Mas, pesadelos também são sonhos, PDT.
Quem será? Acho que foi engano. Coloquei meu iphone no vibratório e fui me sentar com a família da Ally que precisavam de companhia. Reparei em volta, tinha uma criança passando mal e uma velhinha com dores na perna, não há muitas pessoas, mas o pior lugar de se estar é dentro de um hospital, vendo os outros sofrerem. O tempo não estava ao nosso favor, olhava no relógio e só havia se passado meia hora, mesmo parecendo uma eternidade.
Não consegui cochilar nem por um segundo, só me vinha na cabeça a Ally sofrendo. Já eram cinco horas da manhã, e nada, a cirurgia estava demorando séculos! Tentei ocultar minha ansiedade, mas fiquei andando de um lado para o outro, cabisbaixo. O pai de Ally ainda não havia chegado, ele so mandou uma mensagem para sua esposa dizendo que ele ia resolver tudo na delegacia . Uma enfermeira veio em nossa direção com expressão de tristeza. Ela parou bem na nossa frente, sentou-se do lado da senhora Paula e disse nessas palavras:
- Sua filha acabou de sair da sala de cirurgia - suspiramos alíviados. - Mas...
- O que? - questionou Paula, interrompendo a médica.
- O ferimento foi muito profundo, ela precisa ficar em repouso por alguns dias, vamos dar remédios para que a paciente possa dormir, para não sentir tanta dor.
- Ela está bem mesmo? - Stu perguntou preocupado.
- Sim. Vão para casa, descansem e mais tarde vocês voltam. Ela está em boas mãos - a mulher disse mostrando confiança, depois a mesma se retirou.
- Estou com muito sono - falou Jonathan bocejando.
- O Luís não pode vir, está preso no trabalho, e já eu tenho que levar vocês para casa, quem irá ficar com Ally? - disse Paula.
- Não vamos deixar Ally aqui sozinha - Stu levantou a voz.
- Vão sim,vocês precisam descansar - Paula falou mostrando cuidado de mãe.
- Eu posso - falei. - Podem ir para a casa e depois vocês voltam, fico cuidando dela.
- Me manda notícias a cada segundo okay? - Paula disse como uma forma de agradecimento.
- Sim.
Paula e Jonathan se levantaram, a mãe de Ally me entregou uns documentos de sua filha e foram para fora. Stu me encarou.
- Cuida bem dela - ele bateu em minha costa e depois foi embora mostrando cansaço.
- Pode deixar - disse em vão.
Corri pelos corredores do hospital e alcancei a doutora que havia falado com Paula.
- Qual é o quarto da Ally? - perguntei querendo ve-la.
- Desculpe, mas você é o que dela? - respondeu com outra pergunta.
- Namorado.
- Tem alguém que pode comprovar isso? - ela suspeitou.
- Sim, pode ligar para o pai dela que é perito criminal - dei o número à ela.
- Levo você até lá, senhor? - ela fez uma cara de desentendida.
- Senhor? - estranhei. - Anakim.
- Me siga.
A mulher andou bem rápido, pois tinha outros pacientes para socorrer, ela parou em frente a um quarto que era no final do corredor.
- O senhor pode me dar os documentos dela para tirar xerox? - a mulher olhou para minha mão que segurava os papéis.
- Sim - entreguei.
- Tente não acordá-la. Ela está muito fraca - a moça saiu.
Abri a porta e vi Ally, pálida como a neve. Olhei para sua barriga, seus pontos sangravam , mas isso é normal depois de uma cirurgia. Andei até ela, segurei sua mão e me sentei na poltrona ao seu lado, sem soltá-la. Chorei de alívio, por ver que Ally estava bem e viva. Continuava linda, seus cabelos arrumados para ir a festa, e os lábios vermelhos. Meu celular vibrou, o peguei e vi a mensagem de um número desconhecido : Agora começa a verdadeira caçada para me encontrar, pai de todos (PDT).
É o assasino! Isso já foi longe demais! Ally levou um tiro, e esse pai de todos já matou duas garotas, o que mais ele pode fazer em seguida? Estou muito preocupado com o que ele pode fazer com Ally. Passei minha mão em seus cabelos, mas ela nem se moveu, também com tanta morfina deixando-a apagada. Dormi ali mesmo naquela poltrona segurando uma das mãos da Ally fazendo companhia mesmo que não fizesse diferença agora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
É, sou eu
RomancePlágio é crime! Ally é uma menina de 15 anos que morava em um orfanato. Mas, ela foi adotada junto com seu melhor amigo, Jonathan. Com isso, eles irão viver várias aventuras em sua nova casa. Houve um assasinato perto da sua residência. Ally com...