Capítulo 23 - Mensagens

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   POV do Anakim

- Ally, Ally! Fala comigo! - bati de leve em seu rosto para que ela acordasse.

     Fiz respiração boca a boca, mas não adiantou, seus olhos continuavam fechados. Coloquei meu ouvido em seu peito para ouvir seu coração, os seus batimentos cardíacos estavam fracos, mas pelo menos havia esperança. Enquanto fazia o trabalho dos paramédicos, o pai de Ally algemava a Olivia no pé da cama, depois, enrolou um pano em sua perna que sangrava muito pelo tiro. Minha vontade era de esganá-la por ter feito aquilo com a Ally!

- Por que você fez isso!? - gritei para Olivia com raiva, ela só deu uma gargalhada.

- Você matou aquela menina não foi!? - o pai de Ally gritou furioso.

- Sim! - os olhos de Olivia ficaram vermelhos.

- Por que!? - ele guardou a arma no bolso de trás.

- Aquela &@#$ queria sair do nosso grupo! Não deixamos qualquer pessoa entrar e depois cair fora! Ou fica ou morre! - ela ficou ainda mais assustadora com aquela tintura no rosto.

- Você está envolvida nos casos das outras meninas!? - Luís ficou vermelho, irado.

- Não! Quem as matou foi meu líder! O pai de todos.

- Quem é ele!? - questionei sem paciência.

- Você é ingênuo mesmo né !? Não vou contar!

       Olivia começou a falar em uma língua estranha, acho que latim. Os paramédicos logo chegaram, em seguida colocaram Ally na maca e começaram a descer pela escada com muita dificuldade, os ajudei. Finalmente, conseguimos sair da casa, o Senhor Luís soltou Olivia do pé da cama e algemou suas mãos. Stewart, Jonathan e a Senhora Paula saíram do carro em que estavam, espantados, indo em direção à Ally, todos queriam subir na ambulância com ela, mas só um poderia ir, e foi sua mãe. O Luís ligou para a polícia para prender a Olivia, e disse que depois iria para o hospital. Fui correndo até a garagem da minha casa, peguei meu carro e o Stewart o dele, seguimos a vãn.

     Aquelas palavras que Olivia havia dito não saíam da minha cabeça : pai de todos. Quem seria esse homem? Ally sabe dele? Isso está começando a ficar mais sério a cada segundo. Não posso parecer preocupado, tenho que manter a calma. Pareceu uma eternidade até chegar ao hospital, suei frio. Graças a Deus chegamos, os médicos pararam em frente a porta do hospital e correram o mais rápido possível com Ally para dentro, estacionei meu carro e entrei no hospital, pedi informações para as enfermeiras,mas nenhuma pode me dizer notícias.

     Sentei no banco que naquele instante era o mais confortável do universo, minhas pernas estavam fracas, estavam tremendo de nervosismo. Depois de alguns segundos a mãe de Ally e seus filhos se aproximaram esbaforidos, eles me viram e se sentaram ao meu lado, preocupados tanto quanto eu.

-  Tem informações? - A Senhora Paula perguntou chorando.

- Não - respondi tentando recuperar a força.

- Cara, vai lá se lavar no banheiro, você está todo sujo de sangue - Stewart falou olhando para minha blusa.

    Olhei para baixo e vi a situação, me levantei e fui para o banheiro mais próximo, tranquei a porta, tirei minha blusa e a lavei na pia. Passei papel higiênico no meu rosto e nos meus braços. Sequei minha blusa no secador de mãos e saí dali. Mandei uma mensagem para meus pais: eu vou passar a noite no hospital, estou bem, mas Ally não. Tenho que ficar com ela, não sei quando vou voltar.

     Assim que a enviei, recebi uma mensagem de um número desconhecido: Sonhos se tornam realidade certo? Mas, pesadelos também são sonhos, PDT.

      Quem será? Acho que foi engano. Coloquei meu iphone no vibratório e fui me sentar com a família da Ally que precisavam de companhia. Reparei em volta, tinha uma criança passando mal e uma velhinha com dores na perna, não há muitas pessoas, mas o pior lugar de se estar é dentro de um hospital, vendo os outros sofrerem. O tempo não estava ao nosso favor, olhava no relógio e só havia se passado meia hora, mesmo parecendo uma eternidade.

    Não consegui cochilar nem por um segundo, só me vinha na cabeça a Ally sofrendo. Já eram cinco horas da manhã, e nada, a cirurgia estava demorando séculos! Tentei ocultar minha ansiedade, mas fiquei andando de um lado para o outro, cabisbaixo. O pai de Ally ainda não havia chegado, ele so mandou uma mensagem para sua esposa dizendo que ele ia resolver tudo na delegacia . Uma enfermeira veio em nossa direção com expressão de tristeza. Ela parou bem na nossa frente, sentou-se do lado da senhora Paula e disse nessas palavras:

- Sua filha acabou de sair da sala de cirurgia - suspiramos alíviados. - Mas...

- O que? - questionou Paula, interrompendo a médica.

- O ferimento foi muito profundo, ela precisa ficar em repouso por alguns dias, vamos dar remédios para que a paciente possa dormir, para não sentir tanta dor.

- Ela está bem mesmo? - Stu perguntou preocupado.

- Sim. Vão para casa, descansem e mais tarde vocês voltam. Ela está em boas mãos - a mulher disse mostrando confiança, depois a mesma se retirou.

- Estou com muito sono - falou Jonathan bocejando.

- O Luís não pode vir, está preso no trabalho, e já eu tenho que levar vocês para casa, quem irá ficar com Ally? - disse Paula.

- Não vamos deixar Ally aqui sozinha - Stu levantou a voz.

- Vão sim,vocês precisam descansar - Paula falou mostrando cuidado de mãe.

- Eu posso - falei. - Podem ir para a casa e depois vocês voltam, fico cuidando dela.

- Me manda notícias a cada segundo okay? - Paula disse como uma forma de agradecimento.

- Sim.

    Paula e Jonathan se levantaram, a mãe de Ally me entregou uns documentos de sua filha e foram para fora. Stu me encarou.

- Cuida bem dela - ele bateu em minha costa e depois foi embora mostrando cansaço.

- Pode deixar - disse em vão.

     Corri pelos corredores do hospital e alcancei a doutora que havia falado com Paula.

- Qual é o quarto da Ally? - perguntei querendo ve-la.

- Desculpe, mas você é o que dela? - respondeu com outra pergunta.

- Namorado.

- Tem alguém que pode comprovar isso? - ela suspeitou.

- Sim, pode ligar para o pai dela que é perito criminal  - dei o número à ela.

- Levo você até lá, senhor? - ela fez uma cara de desentendida.

- Senhor? - estranhei. - Anakim.

- Me siga.

    A mulher andou bem rápido, pois tinha outros pacientes para socorrer, ela parou em frente a um quarto que era no final do corredor.

- O senhor pode me dar os documentos dela para tirar xerox? - a mulher olhou para minha mão que segurava os papéis.

- Sim - entreguei.

- Tente não acordá-la. Ela está muito fraca - a moça saiu.

    Abri a porta e vi Ally, pálida como a neve. Olhei para sua barriga, seus pontos sangravam , mas isso é normal depois de uma cirurgia. Andei até ela, segurei sua mão e me sentei na poltrona ao seu lado, sem soltá-la. Chorei de alívio,  por ver que Ally estava bem e viva. Continuava linda, seus cabelos arrumados para ir a festa, e os lábios vermelhos. Meu celular vibrou, o peguei e vi a mensagem de um número desconhecido : Agora começa a verdadeira caçada para me encontrar, pai de todos (PDT).

    É  o assasino! Isso já foi longe demais! Ally levou um tiro, e esse pai de todos já matou duas garotas, o que mais ele pode fazer em seguida? Estou muito preocupado com o que ele pode fazer com Ally. Passei minha mão em seus cabelos, mas ela nem se moveu, também com tanta morfina deixando-a apagada. Dormi ali mesmo naquela poltrona segurando uma das mãos da Ally fazendo companhia mesmo que não fizesse diferença agora.





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