É, sou eu

Capítulo 21 - Violão

      

     Subi as escadas com o Jonathan enquanto o Ani consolava sua mãe por motivos desconhecidos. Tentei procurar o quarto da Larissa, mas não sabia qual era ( não ia sair abrindo um bando de portas sem saber qual é), então fui para o quarto do Ani. Jonathan entrou alegre se sentando no chão mesmo, me sentei na cama do meu Anakim. Agora mesmo que reparei em seu quarto, há bastante CDS de músicas espalhados em sua pratileira, pôsteres de bandas que eu nunca ouvi falar, ele também possui um violão que estava encostado ao meu lado.

- Kim. Eu quero - a Larissa abriu a porta olhando para o chão falando, mas  assim que ela ergueu a cabeça e nos viu, logo parou.

  - Er... Oi Larissa - disse indo em sua direção e a abraçando. - Queria te convidar para ir dormir lá em casa hoje.

- Mas tipo, a gente nem é tão amiga assim, para fazer isso - ela desconfiou.

- Por isso, vou fazer isso para nós conhecermos.

- Vou para uma festa hoje, do meu amigo.

- Kenan? Eu também vou.

- Sério? Como vocês se conheceram?

- Na verdade eu não o conheço, mas o seu irmão me convidou.

- Ah tá, mas pode ser outro dia?

 - Claro, quando você quiser.

      Anakim entrou no quarto estranhando a todos, ele estava com uma cara bem triste, não sei o porque, mas só queria o consolar.

- Ei Ani me dá o jogo do Plantas vs. zumbis?

     Ele foi em direção a milhares de jogos em sua prateleira desanimado e deu para Larissa.

- Você joga? - Jonathan perguntou surpreso.

  - Sim, quer jogar também? É "multiplayer".

      Os dois saíram do quarto alegres, falando de jogos. Ani encostou a porta e se sentou na cama comigo. Ele não puxou assunto só ficou com o olhar perdido nos meus.

- O que foi Ani? - passei as mãos nos seus cabelos cacheados.

 - Minha mãe vai ir embora - ele falou tentando conter as lágrimas.

       Só pude dar um abraço nele, não sabia o que dizer, ele chorou em meus ombros, fiz o mesmo. As vezes ficar em silêncio é a melhor opção do que falar algo que não se sabe. Limpei as lágrimas do seu rosto, e ele começou a se recuperar.

- Obrigada Ally - Ani agradeceu por minha companhia, e passou uma das mãos em meu rosto.

 - Não precisamos mais ir nessa festa. Você tem que ficar com sua mãe  - falei.

- Vamos sim. Ela só vai embora amanhã de tarde.

       Não sabia o motivo, mas também não iria força-lo a dizer.

- Mas e você Ally, está bem? - ele perguntou preocupado.

- Não quero te preocupar mais.

 - O que houve?

- Vi uma menina morrer Ani...ela não sai da minha cabeça. - comecei a entrar em pânico.

 - Como assim Ally? - ele assustou.

- Só me abrace.

    Ele me abraçou como nunca antes, me sinto segura com seus abraços.

  - Te amo - disse o soltando. - Já disse que eu adoro seus olhos? Fico hipnotizada por eles.

     Ani me beijou intensamente, me fazendo ficar sem ar, meus sentimentos por ele só crescem a cada momento que se passa.

  - Também te amo minha pequena - Ani falou acariciando meus cabelos.

- Ei toca uma música pra mim? - perguntei pegando seu violão.

 - Nossa faz tanto tempo que eu não toco, mas por você eu faço. Não é pra zoar  ouviu?

- Claro.

     Fiquei olhando para ele com admiração enquanto o Ani afinava o violão.

- Essa música foi eu que fiz - ele disse se preparando para tocar.

 - Escritor também? - Ani tocou a primeira nota.

    - A noite não trás mais a escuridão, com você ao meu lado tudo fica mais claro.

     A cada palavra que ele cantava mais me encantava. Aquelas mechas de cabelo caindo em seu rosto, e sua boca vermelha me fazendo o desejar muito.

 - ...tudo por você - ele tocou a última nota.

     Bati palmas e ele ficou com um sorriso envergonhado estampado no rosto.

- Não sabe tocar é? - levantei a sobrancelha.

 - Não muito bem.

  - Para mim já está perfeito. Depois me ensina viu?

  - Uhum. Ally, vou ir ficar com minha mãe, mas umas oito e meia da noite eu passo lá na sua casa para gente ir na festa juntos okay?

- Tudo bem - o beijei e dei um abraço nele me despedindo. - Tchau.

 - Até mais.