Os dias que separavam o Natal do Ano Novo foram corridos para os donos do Bobiça's. Jonathan e Daniela planejaram uma festa para comemorar a virada do ano ainda em novembro, mas deixaram para organizar tudo de última hora. O auxílio de Gabriela como sempre era crucial, e o fato de Duda e Steve estarem lá para ajudar tornava tudo ainda mais fácil. Diego estava de férias do trabalho e também ficou disponível.
Durante aquela semana Diego e Duda voltaram a conversar pelo WhatsApp, mas os assuntos giravam apenas em torno de Arthur. Era óbvio que ela tinha vontade de mandar mensagem todas as vezes em que se lembrava dele e que ele queria puxar um assunto somente para se sentir próximo dela mais uma vez, mas tudo parecia menos complicado se eles conversassem apenas sobre o filho dos dois.
Foi no dia trinta de dezembro que Diego pediu para levar Arthur para passear. Não iria muito longe, apenas no parquinho perto da praça. O menino começou a chorar assim que o rapaz chegou para buscá-lo. Apesar de ser seu pai, Diego ainda era um semidesconhecido para ele. Duda tentou conversar com o filho, mas o menino se negava e não era justo obrigar a criança a ir sozinha, assim como não era justo deixar Diego longe do filho mais uma vez.
"Eu vou com vocês", Duda falou ao pegar seu celular de cima do sofá. Steve, que estava deitado no tapete e já entendia um pouco de português, arregalou os olhos e num sussurro perguntou se ela queria que ele fosse também, mas ela negou, apenas pegou a mochila com os pertences do menino e colocou no ombro.
Os dois caminharam até o automóvel em silêncio, somente a voz de Arthur repetindo o tempo todo que iria passear quebrava o gelo entre eles. Diego colocou o filho na cadeirinha de Pedro e entrou no carro, destravando a porta do passageiro em seguida. Duda sentou-se ao seu lado e sentiu o coração acelerar. Por um segundo fantasiou que eles eram uma família, mesmo sabendo que era apenas uma ilusão.
A praça não era longe da casa de Jonathan, em menos de dez minutos eles já estavam descendo do carro. No percurso eles ainda trocaram algumas palavras, mas o silêncio se fazia mais presente em Diego, que ainda não sabia bem qual reação ter por estar com ela ao seu lado mais uma vez.
Arthur subia no escorregador com a ajuda de Diego, já Duda preferiu observar de longe para deixar os dois terem o momento "pai e filho" que ela tanto privou. O menino estampava um sorriso tão largo quanto o do rapaz e um pequeno alívio tomava seu peito ao vê-los juntos. Chegou a sacar o celular para tirar uma foto disfarçadamente, mas o guardou logo em seguida. Ainda não sabia se Diego se sentia à vontade com aquilo.
Depois de correr o parque inteiro na companhia do pai, Arthur finalmente parou e sentou na calçada ao lado da mãe. Diego ainda estava com a respiração cansada quando se sentou ao lado do menino. Duda estendeu uma garrafa de água para o rapaz, que nem pensou em recusar.
– Esse menino tem um puta pique hein? – Diego falou ao entornar a água.– Você ainda não viu nada – sorriu.
– Isso ele puxou de você, certeza – estendeu a garrafa de água para ela.
Duda ofereceu a água para Arthur, que antes mesmo de terminar o gole que dava, se levantou e pegou na mão de Diego para voltar a brincar.
– Não, filho! – Duda segurou a mão do menino – Deixa o seu pai descansar!
Diego a encarou surpreso, já ela sequer tinha percebido o que tinha dito. O menino largou a mão do pai e saiu correndo em direção às outras crianças, sem se importar com o que sua mãe falou.
– O que foi? – Duda franziu o cenho.– Sei lá. Achei legal o que você disse. Pensei que ainda estivesse se acostumando com a ideia de o Arthur saber que eu sou pai dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Incompletos
RomanceLivro 2 da Duologia Sete Bilhões! Para entender este, é preciso ler Imperfeitos primeiro! ••••• Dizem que o tempo cura tudo. Sejam as dores, sejam antigos amores. Mas o tempo é capaz de apagar o amor em duas pessoas apaixonadas? Seria o tempo ca...