Steve roía as unhas enquanto olhava para Duda, que estava em dúvida se faria piada e pegaria no pé do amigo ou se manteria a conversa séria. Por mais que seu desejo fosse a primeira opção, ela nunca viu o gringo sequer falar que se interessou por alguém o suficiente para um segundo encontro, imagine então dizer que gostava de alguém. Decidiu não fazer nenhuma brincadeira, por mais que por dentro estivesse com várias ironias prontas. Levou Arthur para o berço e voltou a se sentar de frente para ele.
– E o que você pretende fazer em relação a esse sentimento?– Para com essa fala de terapeuta! – fez uma careta – Cadê a minha amiga que vai dar risada e fazer piadinhas sem graça?!
– Ai, graças a Deus! – relaxou no sofá – Eu sabia! – vibrou – Gabizinha conquistou seu coraçãozinho de pedra!
– Viu?! É assim que eu gosto! – riu – Eu não sei ainda se ela já conquistou porque eu sou muito difícil...
– Difícil? Você?! – arqueou uma sobrancelha.
– Não falei que sou difícil de pegar, falei que sou difícil de conquistar, é diferente... Enfim, eu tenho tentado sair com essas meninas e todas elas são muito legais, lindas, uma delas tem o inglês tão impecável que eu nem precisei pensar antes de falar, mas... eu prefiro sentar com a Gabi e passar uma hora tentando me comunicar com ela do nosso jeito meio errado.
– Você tem noção de como é bonito isso que você está falando?!
– Que bonito o quê! Eu aqui sofrendo porque quero me obrigar a sair com outras pessoas e você falando que é bonito!
– Mas por que você se obriga?! É só não sair. O Carnaval está aí, logo nós iremos para lá...
– Porque ela está saindo com outras pessoas... Ela deixou claro que faria isso assim que eu viesse embora.
– E você acha que ela está fazendo isso?
– Duda... – abriu um sorriso irônico – É a Gabi...
"Tem razão", Duda respondeu sorrindo. Steve continuou desabafando sobre os encontros que teve. Contou que apesar de linda, Paula mantinha um certo ar de superioridade o tempo todo e isso fez com que ele desistisse da conversa e partisse para o beijo de uma vez. O comportamento de Anna era o oposto, era gentil com todos na rua, mas com ele ficou mais contida, principalmente depois que ele a beijou. Já Juliana ele sentiu que desde o começo os dois dariam uma bela amizade, principalmente pelos gostos parecidos. Ele a beijou por vontade, mas desde o primeiro "olá" teve a certeza de que seriam apenas amigos – e por isso pretendia manter o contato com a moça.***
A segunda-feira chegou e o fim das férias de Diego também. Sua primeira turma se dividiu entre aprender um novo conteúdo e comentar sobre o que fizeram no último mês. Por ser a primeira aula do ano, ele não exigiu muito dos alunos, permitindo que todos contassem todas as suas novidades, afinal a aula sobre Excel poderia esperar um pouco mais.
Quando a aula finalmente terminou, Diego aproveitou o horário de descanso para comer alguma coisa e mandar mensagem para Duda, mesmo sabendo que ela só responderia depois de chegar do trabalho. Pediu um sanduíche natural e um refrigerante. Mal deu a primeira mordida no pão e foi chamado pela recepcionista.
– Diego, o João quer falar com você – ela falou apressada.– Você sabe o que ele quer? – perguntou ao terminar de mastigar.
– Como eu vou saber? Ele é o chefe, mandou, eu obedeço – riu – Agora vai, professor! Antes que ele me faça sair da recepção de novo! – deu leves tapas no ombro de Diego para acelerá-lo – Hoje o dia tá cheio e ele fica me chamando toda hora, olha eu não aguento mais...
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Incompletos
RomansaLivro 2 da Duologia Sete Bilhões! Para entender este, é preciso ler Imperfeitos primeiro! ••••• Dizem que o tempo cura tudo. Sejam as dores, sejam antigos amores. Mas o tempo é capaz de apagar o amor em duas pessoas apaixonadas? Seria o tempo ca...