34 - Provas

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          Duda empurrou Diego e encarou Mônica, que estava vermelha de raiva. Já ela estava com as bochechas coradas de tanta vergonha. Na hora sentiu vontade de chorar, pois mesmo tendo aceitado namorar Diego, não queria que todos soubessem ainda. Tudo parecia um pesadelo e ela não via a hora de acordar.

          "Eu tô esperando uma explicação, Diego! Sai dessa piscina e vem aqui agora!", Mônica gritou mais uma vez e entrou para a cozinha. Diego ainda estava sem reação, voltou-se para Duda e tentou falar algo, mas nem sabia o que queria dizer. "Vamos", ela disse segurando sua mão.

          Os dois saíram da água e se enrolaram nas toalhas. Entraram na cozinha abraçados ao próprio corpo para amenizar o frio que sentiam por conta do vento frio da madrugada. Mônica estava sentada ao lado do fogão à lenha com cara de poucos amigos, e bastou Duda olhá-la para sentir vontade de sair correndo.


– Eu quero saber o que foi que eu vi aí fora! – se exaltou, batendo a mão no banco de madeira.

– Mãe, a gente pode expl...

– Maria Eduarda, o que sua mãe ia dizer disso?! – o interrompeu e encarou Duda com certa decepção.

– Mônica, eu... – sentiu os olhos arderem – Não importa o que minha mãe ia dizer... – suspirou – Infelizmente ela tá morta.

– Eu quero uma explicação! – gritou – Diego, vocês são primos!

– Eu estou tentando explicar, mas você não deixa! – gritou ainda mais alto – Eu não tô nem aí pra isso! A gente é primo de sei lá quantos graus!

– Olha o que você está falando! – apoiou os cotovelos nos joelhos e passou a mão pelos cabelos – Eu não acredito...

– Mãe, eu me senti culpado por isso tempo demais pra deixar outra pessoa se incomodar por mim! Eu não me importo!

– VOCÊS SÃO PRIMOS!


          O grito de Mônica fez as luzes da sala de acendem e a movimentação nos outros cômodos começar. Gabriela apareceu vestindo seu pijama, seguida de Steve, que estava apenas de shorts. Bastou o gringo olhar para os três para entender o que estava acontecendo ali.


– Mãe, o que aconteceu? A vó tá bem? – Gabriela perguntou preocupada.

– Esses dois! Eu não aceito!

– Você não tem que aceitar! – Diego voltou a aumentar o tom de voz – Eu já tô cansado de esperar a aceitação de todo mundo!

– Eu ainda não entendi – Gabi falou em meio a um bocejo.

– Eu vi esses dois se beijando! – Mônica falou ainda desacreditada.

– Ah é só isso... – relaxou os ombros – Eu fiquei assustada.

– Como assim é só isso, Gabriela?! – ralhou – Vai me dizer que você acha isso normal?!

– Na verdade eu acho sim. Eu já sabia – deu de ombros.

– E você não me contou?! Qual é o problema de vocês?! – gritou.


          O barulho de chinelo se arrastando chegou na cozinha, seguindo os passos de Jonathan e Daniela. Maria e Pedro caminhavam devagar até o cômodo, já que acordaram com os gritos da filha. Jonathan ajudou sua tia-avó a se sentar na cadeira e pegou um copo de água para a senhora, que olhava para todos ainda confusa com o que acontecia.


– Mônica, minha fia, o que aconteceu? – perguntou com a voz doce.

– Esses dois, mãe! Você acredita que eu saí pra apagar a luz do quintal e vi esses dois se beijando na piscina?! – apontou os dois.

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