Já havia se passado um mês desde que Duda se mudou para Minas Gerais. Nos primeiros dias ela precisou colocar sua vida no lugar. Sua mudança chegou no primeiro domingo, sendo entulhada no quintal de seu irmão. Jonathan e Daniela estavam muito tranquilos em relação a isso. Na verdade, eles sempre estavam de bem com a vida em relação a tudo – exceto na ansiedade pelos filhos.
Na semana seguinte, iniciou-se a procura por um apartamento. Só havia três prédios residenciais naquela cidade, sendo um deles o que Diego morava – mas que não havia nada à venda. O segundo era numa área nobre da cidade, muito mais caro do que ela poderia pagar. O terceiro era próximo da casa de Jonathan, o valor do condomínio não era exorbitante e ela conseguiria pagar o imóvel com a parte que herdou dos bens de Laura. Não era muito grande, apenas dois quartos medianos, uma sala pequena com uma cozinha americana integrada e um espaço para uma mesa de jantar. Mas era perfeito para ela, que pela primeira vez morava apenas com seu filho.
A terceira e a quarta semana foram em busca de um emprego. Por mais que gostasse de fotografar, sabia não poderia se dar ao luxo de viver de eventos esporádicos. Além de um filho para criar, logo teria também um apartamento para pagar. Diego e Gabriela a ajudavam como podia na busca por uma vaga. Sua cunhada a indicou na agência de viagens que trabalhava, já seu namorado procurava outra alternativa sem que ela soubesse.
Foi naquela noite do dia dezesseis de março que Diego marcou de jantar em uma pizzaria com Duda e Arthur. Queria levar Pedro também, mas este era o final de semana de Nicole. Duda já estava o esperando no sofá enquanto conversava por vídeo com Steve, que segurava Christmas Eve no colo como se fosse um bebê, mostrando o cão para Arthur, que sequer se lembrava do animal.
"O Diego chegou, depois a gente se fala. Te amo, saudades", ela se despediu ao ouvir a buzina do carro. "Não façam outro filho", o rapaz respondeu, recebendo um dedo do meio na tela antes que a chamada fosse desligada. Duda entrou no carro e Diego parecia mais ansioso do que nunca, falando o tempo todo sobre como estava feliz. Arthur não parava de chamá-lo, e ele não se cansava de ouvir todos os "papais" que saiam da boca da criança.
Chegaram na pizzaria e Duda se lembrou do local, foi ali que comemorou sua alta do hospital após o acidente há mais de três anos. Mas isso não era mais importante agora que tudo estava bem. Os três se sentaram em uma mesa próxima à janela e fizeram o pedido. Enquanto aguardavam, Diego não parava de sorrir.
– Posso saber o motivo dessa felicidade toda? – Duda perguntou com um sorriso.– Eu ia esperar pelo menos a bebida chegar pra gente brindar, mas eu sou ansioso e não consigo – Diego sorriu – E eu também não sei se você vai querer... Ah, antes que você se assuste, eu não vou te pedir em casamento! Não ainda...
– Não vou mentir que por um segundo eu pensei que fosse isso – riu – Mas e então?
– Bom, você sabe que eu sou coordenador agora né? – Duda assentiu e ele continuou – Então, eu andei conversando com o João esse mês, mostrei os dados, a procura crescente por cursos de idiomas e o convenci a abrir mais três turmas de inglês, mas precisaria contratar um professor... – sorriu – Eu falei de você e...
– Amor, não vai me dizer...
– Se você quiser, a vaga é sua – abriu um sorriso largo – Se você não quiser, eu entendo.
– Mas e se eu não der conta? Não sei, eu não tenho faculdade...
– Amor, o professor que a gente tem lá também não tem faculdade, mas é fluente. Já teve uma que tinha curso superior e sabia só o inglês intermediário. Você é fluente, morou fora, tem toda uma vivência...
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Incompletos
RomanceLivro 2 da Duologia Sete Bilhões! Para entender este, é preciso ler Imperfeitos primeiro! ••••• Dizem que o tempo cura tudo. Sejam as dores, sejam antigos amores. Mas o tempo é capaz de apagar o amor em duas pessoas apaixonadas? Seria o tempo ca...