C A P Í T U L O 7

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⁷ Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. ⁸ Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ⁹ Ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova. (Jó 14:7 ao 9)

💜 MARIA REBECCA 💜

Acordo com uma baita dor de cabeça, me levanto rápido e olho as horas em meu celular.

Ah, não perdi uma aula — penso — por que ninguém me acordou? — me levanto da cama.

Levanto rápido e corro até a cozinha e avisto todos sentados à mesa como se não esquecessem de nada.

— Ué, vocês não vão pra escola não? — Olho para meus irmãos — vocês dois não vão trabalhar? — Aponto para meus pais.

— Não — falam uníssono.

— Ué, e por que não? — Não tô entendendo nada.

— Hoje é feriado — meu irmão se pronuncia.

— Ah, tá — ponho a mão na cabeça como sinal de frustração e viro as costas subindo para o meu quarto tomar um banho.

Assim que tomo meu precioso banho, visto uma roupa confortável e desço novamente para tomar meu café da manhã.

— Não vai orar? — Minha mãe pergunta bem na hora que iria colocar o pão com Nutella na boca.

— A-ah a... é mesmo né? — Falo sem graça.

Logo entrelaço as minhas mãos e faço minha oração. Na verdade, não sou muito boa em orar; um fato, não sei mais como orar. Tomo meu café tranquila até os dois animais... ops! Quer dizer, meus irmãos virem correndo falando tudo embolado, o que me faz não entender nada.

— Vamos pro parque? — Falam juntos — você vai? — ambos falam juntos, se olhando com desdém.

— Calma aí, vocês acham que eu sou o que? — Eles me olham sem entender — vocês falam tudo de uma vez, ué, eu só sou uma, minha gente — me levanto da mesa lavando meu prato.

— Mas você vai, né? — Merry pergunta, escorada na mesa.

— Ãn... vou sim — faço suspense.

— Ebaaaaa — Merry faz uma dancinha estranha.

— Por que será que eu só tenho irmã sem juízo em? — Múrillo reclama com as mãos erguidas para o céu.

— Para de reclamar e vigia, irmão — aponto o dedo indicador pra ele.

— Eita, tá mais crente que eu, tô gostando de ver — Merry fala animada.

— Tá bom, chega de enrolação e vamos logo — oh menino apressado.

— Já vai, o senhor apressado — resmungo e o mesmo revira os olhos.

[...]

Já estamos no parque ao qual eu não venho desde o ano passado. Estamos comprando açaí quando o telefone do meu irmão começa a tocar, e ele atende.

— Oi... estamos no parque... é... tá bom... estamos te esperando... ok... tchau — desliga a ligação.

— Quem era? — Pergunto.

— Joabe — me encara.

— Hum — finjo não me importar, mas vejo que Múrillo ainda me encara de braços cruzados enquanto Merry compra seu açaí — que foi? — Pergunto sem entender.

— Nada — vira as costas em direção à nossa irmã mais nova.

E eu fico admirando a vista, o parque está mais lindo do que antes. A lagoa no meio do parque está mais limpa e agora com vários patinhos nadando sobre ela, a grama verdinha, as árvores preservadas e até mesmo algumas flores em algumas áreas do parque.

Fico tanto tempo admirando até uma voz me tirar a atenção.

— A paz do Senhor, pessoal — alguém fala e eu me viro em direção à voz... Joabe, o que faz meu coração bater acelerado.

O que está acontecendo? — Penso.

Mas logo saio do devaneio quando Joabe me cumprimenta.

— A paz do Senhor, irmã Rebecca — estende a mão como forma de cumprimento.

— Amém, a paz do Senhor — sorrio.

— Então, que tal irmos lá para debaixo daquela árvore ali? — Meu irmão aponta para a árvore.

— Ok — respondemos uníssono.

Enquanto vamos em direção à árvore, observo que Joabe tinha consigo um violão.

— Então, o que vamos fazer? — Merry pergunta, mexendo em seu cabelo.

— Vamos jogar bola — Jayanne mostra a bola em sua mão, a qual eu não havia visto.

— É uma boa ideia. Vamos? — Merry se levanta e logo pergunta.

— Vamos! — Joabe e Múrillo respondem.

— E você não vai, não, Becca? — Joabe pergunta.

— Ah, eu não sei jogar muito bem — falo sem graça.

— Ah, que isso, a última vez que a gente jogou bola você me deu um chute bem nas minhas pernas — Múrillo fala, e logo começo a rir lembrando do dia — e ainda diz que não sabe jogar — cruza os braços.

— Vamos, levanta daí — Joabe estende a mão para que eu possa levantar.

E assim começamos a jogar:

— Joga a bola pra cá, Becca — Jayanne grita, e logo eu chuto a bola, mas algo de errado acontece, a bola bate bem na testa do Múrillo, o que fez com que o mesmo caísse no chão.

(Nossa, gente, o Múrillo não tem muita sorte com essas coisas, ainda bem que ele tem Deus, né, coitado dele 😂)

Merry não parava de rir, Jayanne correu para perto dele preocupada, e Joabe se segura para não rir, mas logo corre em direção ao meu irmão estendido no chão, e eu não sei se choro ou se sorrio. Mas logo corro em direção ao meu irmão, pedindo desculpas pela bolada.

— Aí, me desculpa, Múllo, não foi minha intenção. Você tá bem? — Pergunto receosa.

— Não se preocupa, eu estou bem — passa a mão na cabeça — aí — resmunga de dor.

— É melhor a gente ir pra casa — falo, ajudando-o a levantar do chão.

— Não, depois nós vamos, eu estou bem melhor — olho pra ele e franzo a testa.

— Tem certeza? — Cruzo os braços.

— Claro que tenho, ei, Joabe, toca uma música aí — meu irmão fala.

Logo após, nos sentamos novamente no mesmo lugar de antes, e Joabe começa a tocar a música.

[...]

O dia foi divertido, mas cá estamos nós na frente de casa, nos despedimos de Joabe e Jayanne, mas antes de tudo, o barulho de uma sirene nos para; era uma ambulância. A ambulância para bem em nossa frente e entra na nossa casa o mais rápido possível.

O que será que aconteceu? — Penso desesperada.

Mãe...

𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗧𝗲 𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗲𝗶.Onde histórias criam vida. Descubra agora