C A P Í T U L O 8

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Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. (Lucas 20:36)

💜 MARIA REBECCA 💜

Mãe...

Por favor, não.

A ambulância para em frente da minha casa e entra rapidamente. Eu apenas corro o mais rápido que posso em direção ao quarto da minha mãe. Meu coração parece que vai sair pela boca de tão nervosa que estou.

Assim que entro no quarto, os enfermeiros da ambulância estavam colocando alguns aparelhos na minha mãe. Eu não sei exatamente o que fazer, não sei se choro, ou fujo, ou me escondo.

Eu não aguento mais. Caio de joelhos no chão enquanto a dor e a tristeza me consomem.

Sinto alguém me abraçar. Apenas retribuo o abraço enquanto as lágrimas que saem dos meus olhos escorrem sobre a camisa de alguém.

— Ei, ei, vai ficar tudo bem... confia em mim, ok? Deus está cuidando dela — levanta meu rosto em sua direção. Só então percebo que era Joabe. — Vai ficar tudo bem — afaga meu cabelo.

Apenas assinto, meio cabisbaixa.

— Becca — meu irmão me chama. — Você vai ou prefere ficar? Se não quiser ir, você pode ficar com a Jayanne... — ele me interrompe.

— Não precisa, eu vou — enxugo as lágrimas.

— Tem certeza? — Minha irmã pergunta, e eu apenas afirmo com a cabeça.

— Então vamos — Múrillo fala rápido, ele só fala rápido quando está nervoso.

[...]

Estamos nesse hospital há horas e nada. Tenho vontade de chorar, mas minhas lágrimas acabaram.

— Parentes da Sra. Aguiar? — Um médico aparece na sala de espera.

— Somos nós — Múrillo afirma.

— Então... a Sra. Aguiar está melhor, mas de agora em diante ela precisa fazer o tratamento, que eu acredito que vocês já saibam qual é — Fala calmamente.

— Sim, nós sabemos — meu pai responde.

— Então está tudo ok, ela irá receber alta amanhã de manhã. Precisamos fazer mais alguns exames ainda — Fala se retirando.

— Ok. Obrigado — meu pai responde, sentando-se na poltrona branca do hospital. — Vamos, eu vou levar vocês e volto — meu pai se levanta novamente.

— Vamos — Múrillo nos chama, e eu apenas respiro fundo.

[...]

— BECCA — meu irmão grita.

— JÁ VAI — grito, terminando de amarrar meu cabelo.

— ANDA LOGO — grita novamente.

— Pronto, pronto, tô aqui já — falo enquanto desço a escada.

Você deve estar se perguntando da minha mãe, né? Bom, ela chegou ontem de manhã, graças a Deus, mas agora ela tem que fazer tratamento para que a doença dela não piore.

— Rebecca, tu demora demais — meu irmão puxa saco e reclama.

— Olha a murmuração, irmão — vou até na cozinha e pego três maçãs.

— Esfomeada não, se amostra — Merry fala, tirando seu foco do celular.

— Eu esfomeada? Três maçãs não dá pra encher nem a metade da minha barriguinha — abro a porta da casa.

— Depois fala que não é esfomeada, né? — Reviro os olhos.

— Olha só quem fala — meu irmão me empurra.

— Ei! — resmungo e volto para empurrá-lo também e acabo empurrando Múrillo e Joabe juntos.

— Iiih, ferrou — Merry exclama.

— Hahaha — Anne apenas ri, aproveitando a cena.

— Corre, Becca — Minha irmã grita, e eu corro enquanto duas girafas correm atrás de mim.

— Corre mesmo — meu irmão grita para Joabe.

— Já era — Joabe fala, se aproximando.

— Ah, não — reclamo quando Múrillo me segura e Joabe começa a me fazer cócegas — para... hahaha — quase caio no chão — hahahahaha — agora sim, eu caio, Múrillo me solta no chão e sai correndo junto com Joabe.

— VOCÊS ME PAGAM — grito, agora irritada, parecemos um monte de crianças. Começo a correr.

— CORRE QUE AGORA ELA ESTÁ ESTRESSADA — meu irmão grita para Joabe.

— É BOM CORRER MESMO, EM — grito novamente.

Chego na frente de casa e avisto duas girafinhas.

— Ora, ora, se não são as duas girafinhas — retiro a mochila das costas e ponho na mão.

— Então é... Vamos fazer um acordo — meu irmão fala nervoso.

— Acordo? Que tipo de acordo? — Arqueio a sobrancelha.

— Eu te pago um açaí e ele te paga um sorvete — Joabe fala, e meu irmão dá um tapa na cabeça dele como negação. Eu olho para os dois com cara de debochada.

— Ferrou — Múrillo sussurra — Corre, se não ela te mata — o mesmo sai correndo, mas eu acerto a bolsa nas pernas dele, o que o faz cair na grama.

— Hahaha, amei a ideia. Vou fazer isso com o Joabe também — Anne fala, se aproximando junto com Merry, enquanto Joabe a olha com um olhar de reprovação.

— Agora só falta você, não é mesmo? — pergunto com um sorriso, indicando que vou aprontar.

— Corre, cara — meu irmão retruca, mas não foi dessa vez. Na hora que Joabe corre, retiro meu tênis e jogo nos pés do mesmo, o que o faz cair na grama também.

— É, meu irmão, tu tá meio acabadinho — olho com pena para o meu irmão.

— Ui, acabadinho — Merry zoa.

— Eu ia dizendo, quem é acabadinho — se levanta.

— Tu mesmo, né? — entro para dentro de casa e subo para o meu quarto.

Tomo um banho e visto uma roupa confortável até que alguém bate à porta.

— Filha? — meu pai chama.

— Senhor? — respondo.

— Eu tenho uma surpresinha — abre a porta do quarto e entra com algo escondido atrás dele.

— Então me mostra, ué — falo curiosa.

— Curiosa, você viu, parece até sua mãe — meu pai exclama. — Toma, foi sua mãe que escolheu — me entrega uma caixinha do tamanho de um livro.

𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗧𝗲 𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗲𝗶.Onde histórias criam vida. Descubra agora