C A P Í T U L O 24

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Claro, aqui está o texto com as falas utilizando travessões:

Paz que eu deixo com você; minha paz te dou. Não como o mundo dá, eu dou a você. Não deixe seu coração perturbado, nem tenha medo. (João 14:25)

💙JOABE LUCAS💙

Ao ver Aline, logo estava a centímetros do meu rosto, mas desviei o olhar ao ver talvez uma miragem?

— Rebecca? — Senti-me surpreso, ainda sem acreditar.

Não, não é apenas uma miragem. Logo vi Rebecca sair correndo e tentei segui-la o mais rápido que pude.

— REBECCA! — Gritei ao ver a garota de cabelos cacheados correndo.

— Eu preciso ir — Falei, olhando para Aline, e logo corri.

— REBECCA! — Gritei novamente ao perceber que a porta estava trancada. — BECCA! — Gritei e logo senti uma mão no meu ombro.

— O que houve, cara? — Virei-me e dei de cara com Murillo.

— Eu preciso conversar com a sua irmã — Falei, mexendo a mão, talvez pelo nervosismo.

— Ah, então tá — Murillo pegou a chave e logo abriu a porta. — Ela deve estar no quarto, vai lá — Apontou com a cabeça para as escadas.

— Certo — Subi quase correndo e logo entrei, pois a porta do quarto estava semiaberta, mas me deparei com uma cena nada agradável.

— REBECCA! — Gritei ao vê-la quase morrendo sufocada. Peguei a cadeira e a coloquei em cima dela, arrancando a corda do pescoço, algo que nem sabia que conseguia desatar um nó tão rápido.

— O que ouv... — Murillo entrou no quarto. — Meu Deus, o que significa isso? — Murillo olhou para a corda pendurada no teto enquanto eu ajudava Rebecca a se sentar na cama.

— Ainda não entendi — Murillo olhou para sua irmã enquanto ela chorava. — O que você ia fazer? Quer me matar do coração? Já chega, REBECCA, CHEGA! EU NÃO VOU SUPORTAR PERDER MAIS ALGUÉM, EU SEI QUE VOCÊ SOFREU, MAS VOCÊ NÃO É A ÚNICA. ENTÃO, PELO AMOR DE DEUS, O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA, HÃN? — Murillo ficou totalmente alterado.

— Murillo — Repreendi-o, e ele logo se arrependeu das palavras ditas.

— Me desculpa, desculpa — Murillo se aproximou de Rebecca chorando e a abraçou. — Me desculpa... é que eu te amo — Ele a abraçou forte. — Não faça mais isso, tá me ouvindo? — Ele falou e logo ela assentiu.

— Vou deixar os dois a sós, mas... depois quero falar com você — Apontei para Becca e logo saí, dando a oportunidade para me pronunciar.

— Ei, olha pra mim — Chamei a atenção dela que antes estava no chão. — Não faz mais isso, por favor. Eu sei que você tem passado por momentos difíceis na vida, mas você não precisa guardar tudo para si ou querer acabar com sua vida. Isso não vai te levar a lugar algum, na verdade, nunca levou. Você entendeu tudo errado... — Falei da cena que antes havia acontecido em casa. — Eu estava apenas tentando ajudar a Aline e ela acabou escorregando. E ela é apenas minha amiga, você sabe que eu ainda gosto de você, não sabe? — Perguntei, e Becca ainda continuava parada, sem nenhuma expressão. — Becca, por favor, fala algo — Falei frustrado.

— O que você quer que eu te diga? A vida é sua, não é? Você não me deve satisfação — Ela falou cínicamente, ela é bipolar, só pode.

— Então é assim? — Perguntei.

— Assim o quê? — Ela limpou as lágrimas e me olhou séria.

— Você, Rebecca, poxa, você dificulta tudo!= — Ela me olhou incrédula.

— Eu? Até parece, eu não fiz completamente nada, e não vem com essa conversinha que gosta de mim não, eu vi com meus próprios olhos, Joabe, você quase beijou aquela lá — Ah, é isso, comecei a rir e ela me olhou sem entender. — O que foi? Para de rir — Ela jogou o travesseiro em mim.

— Você está com ciúmes — Comecei a rir, e a cacheada me olhou com raiva.

— Não estou não! — Reclamou.

— Agora é sério... A gente precisa conversar sobre essa corda aqui — Apontei para onde a mesma estava pendurada. — Olha só, eu vou ter que te manter bem longe disso, e de agora em diante você não vai mais ficar sozinha, e também nada de facas, lâminas e cordas, principalmente cordas — Falei sério, como liderança de pai.

💜MARIA REBECCA💜

Joabe continua com seu sermão, confesso que ainda tenho vontade de chorar, mas também estou com raiva. Apenas finjo não sentir nada.

— Posso te fazer uma pergunta — Vou mandar a real.

— Você já fez uma, mas eu deixo você fazer outra — Joabe me olha apreensivo.

— Você ainda me ama? — Joabe me olha com uma cara indecifrável.

— Você gosta de perguntas difíceis, mas... Sim, eu te amo — Logo um pingo de esperança volta ao meu coração. — E você? — Me faz a mesma pergunta.

— Eu o quê? — Faço-me de desentendida e o mesmo me olha como se soubesse que eu estava fingindo. — Ah, tá bom, é claro que eu ainda te amo — Logo sinto minhas bochechas vermelhas.

— Mas... — Ele me olha. — Você precisa mudar — Olho para ele sem entender.

— Como? — Questiono.

— Mudar, Rebecca, mudar! — Repete a mesma palavra.

— Mas por quê? — Pergunto.

— Porque você não é assim, e eu não quero a Rebecca triste, que guarda rancor. Eu quero a Rebecca sorridente, feliz e que, acima de tudo, não desista, e o principal, não desista de Deus — Fala, olhando no fundo dos meus olhos.

— Eu não desisti, Deus quem desistiu de mim — Falo triste.

— Ele não desistiu de ninguém, Rebecca, nem mesmo de você. Ele tem um plano exato para cada pessoa. Mas para isso, a gente precisa suportar.

— Suportar? Eu não consigo, você não entende, eu não consigo suportar nada — Sinto meus olhos lacrimejarem.

— Você consegue, e se não conseguir, nós conseguiremos, eu, você e Deus — Logo a lágrima que iria escorrer volta novamente, me fazendo abrir um sorriso.

𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗧𝗲 𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗲𝗶.Onde histórias criam vida. Descubra agora