C A P Í T U L O 2

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"O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração." (Lucas 6:45) - Esta parte está correta.

J O A B E   L U C A S

O som do despertador tocou, fazendo-me contorcer pela dor de cabeça que foi causada.

— MISERICÓRDIA! — gritei, pondo as mãos sobre a cabeça tentando de alguma forma não sentir a dor.

Ainda com dificuldade, sentei à beira da cama, coçando os olhos para despertá-los um pouco. Ajoelhei-me ao lado e comecei minha oração.

— Querido Deus, eu me apego facilmente e agarro as coisas com força, então, por favor, não deixe minha mente querer coisas que eu não posso lidar. Não deixe minha mente me enganar para querer coisas que eu não preciso ou coisas que não são boas para mim. Por favor, não deixe meu coração sentir falta das coisas que não me edificam. Não deixe meu coração ansiar por aqueles que partiram. Não deixe meu coração se enganar por coisas da carne. Eu sei que seu plano é desconhecido, mas até que você o revele para mim, por favor, me ajude. Não me deixe segurar o que eu preciso deixar ir. Não me deixe lutar pelo que preciso liberar. Não me deixe desejar o que acabará por me destruir, mas me ajude a amar o próximo por mais difícil que seja. Deixe-me sentir tua presença.

Concluí minha oração, levantando-me do chão. Em alguns minutos, tomei meu banho e desci as escadas com as malas sobre as mãos, deixando-as sobre o chão da sala. Caminhei até a cozinha onde minha família já se encontrava se alimentando pela manhã. Todos estávamos nos preparando para as mudanças. Meu pai teria que mudar por conta do trabalho, mas isso não seria novidade.

[...]

Finalmente havíamos chegado a nossa nova casa, e já conseguimos organizar algumas coisas.

— Parece ser legal aqui. — pensei em voz alta, mas logo me assustei.

— JOABE, E JAYANNE, VENHAM AQUI AGORA! — minha mãe gritou. O que será que eu fiz de errado? Eu não lembro de nada, Jesus!

— Está tudo bem, mãe? — Perguntei já na sala, cansado por ter que correr, antes que uma chinela voasse sobre mim.

— Sim, bom olha o que ganhamos dos nossos vizinhos. — Falou animada.

— Me parece uma delícia. — observei a torta sobre suas mãos.

— Bom, se arrume cedo, pois hoje à noite não vamos jantar em casa. — Anunciou, saindo de vista.

— Tudo bem. — Dei de ombros.

— Onde está o papai? — Jayanne surgiu do além, fazendo-me assustar.

— Que susto, minha filha, quer me matar do coração, é? — Coloquei minha mão sobre o peito.

— Hehe, engraçadinho você viu. — Falou com desdém. — É sério, cadê o nosso pai? — perguntou com impaciência.

— Foi conhecer seu novo emprego. — Respondi sem animação. Nosso pai raramente está em casa, só à noite, então, digamos que não somos tão próximos.

— Ah, bom! Entendi. — Exclamou, indo até a cozinha, provavelmente para fazer companhia à nossa mãe.

[Horas depois]

Passaram-se longas horas e já anoitecia quando decidi tomar um banho antes que minha mãe viesse a gritar, seja lá de onde. Enquanto terminava de me arrumar, ouvi minha mãe falar.

— Vamos, filho? — minha mãe chamou.

— Vamos. — Peguei meu celular em cima da cama e o coloquei no bolso da calça verde-escuro.

Como posso dizer? A casa é tão distante... é óbvio que isso foi uma ironia.

M A R I A   R E B E C C A

Ouvi o som do despertador soar pelo quarto, fazendo com que eu desse um pequeno pulo da cama. Caminhei em direção ao banheiro ainda me arrastando pelo chão, com zero vontade de vestir o uniforme escolar e ir para aquela escola.

Depois de algum tempo, estava na escola, caminhando até a sala de aula. Coloquei a mochila sobre a bancada em uma das cadeiras da frente. Nunca me sentei atrás, diferente do meu irmão, que geralmente senta quase no fundo. Múrillo e eu estamos na mesma série devido às nossas idades, que são quase as mesmas. Enquanto o sinal demorava a soar, resolvi desbloquear a tela do meu celular e jogar qualquer joguinho que desse.

J O A B E   L U C A S

Senti uma claridade invadir todo o quarto, fazendo com que meus olhos se abrissem com tamanha dificuldade. Caí de joelhos sobre o chão e fiz minha oração.

— Bom dia, família! — exclamei, chegando na cozinha após já ter me organizado para o primeiro dia de aula em uma nova cidade.

[...]

Em passos largos, caminhei eu e minha irmã em direção à diretoria. Bati à porta.

— Pode entrar. — uma voz ecoou do outro lado da porta.

— Com licença. — disse de forma educada, abrindo a porta e entrando acompanhado da minha irmã.

— Olá, bom dia. Vocês devem ser os Viera. — a mulher falou, e percebi que a mesma era a diretora. — Bom, eu me chamo Catarina Gonçalves, sou a diretora do colégio. Venham, vou acompanhá-los até suas futuras salas. — assenti, e nós a seguimos.

— Fique aqui, não vou demorar. Irei apresentar ao professor e daqui a pouco mostro sua sala. — minha irmã a seg

uiu, então fiquei parado esperando-a.

— Está bem. — Respondi, arrumando a mochila nas costas.

— Venha, vamos. Vou lhe mostrar sua sala. — Ela se aproximou, e eu a segui pelos corredores.

Ela abriu a porta e logo falou, com um homem barbudo, o qual provavelmente deveria ser um dos professores.

— Bom dia, professor. Bom dia, alunos! — Cumprimentou.

— Bom dia! — responderam em coro.

— Trouxe-lhe aqui um de seus novos alunos. — falou sorridente.

— Ah, claro, senhora Gonçalves. Seja bem-vindo, garoto. Eu me chamo César Rodriguez, sou o professor de filosofia. Venha, se apresente para a sala de aula, por favor. — Ele se apresentou, logo me dando oportunidade.

— Ok! — Falei, e a diretora se retirou da sala.

— Silêncio, por favor! — o professor quase gritou, e todos ficaram quietos.

M A R I A  R E B E C C A

Não acredito, o que ele está fazendo aqui?

Ele não podia estar em outra sala?

— Silêncio, por favor! — o professor aumentou seu tom de voz para que todos se calassem, e foi o que aconteceu. — Bom, como todos estão vendo, temos um novo aluno. Vamos deixar que ele se apresente. — anunciou, dando licença.

— Bom dia! Eu me chamo Joabe Lucas Viera, tenho 17 anos e me mudei há pouco tempo. Gosto bastante de fazer amizades e também gosto muito de música. — Joabe demonstrava segurança em sua postura.

— Senhor Viera, pode se sentar atrás da Senhorita Aguiar. — Apontou para a mesa por trás de mim.

Ótimo, perfeito, maravilhoso!

— Oi, Rebecca. — Seus lábios entornaram em uma linha reta com um simples sorriso de canto.

— O-oi! — Gaguejei.

Mas, o que deu em mim?

𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗧𝗲 𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗲𝗶.Onde histórias criam vida. Descubra agora