(37) Can you not?

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Querido M,

Nem sei o que te escrever, faz um ano desde que nos conhecemos. Eu sei que não te lembras mas só quero que saibas que nestes ultimos meses tenho andado muito a sentir a tua falta.

Mas depois penso para mim própia... 'Amanda Marie como é que podes ter saudades de alguém que nunca viste?' , é esquesito sinto-me feliz quando vejo o tão famoso envelope branco e fico ansiosa até que chegue a próxima.

'Afinal somos só crianças', palavras da minha mãe. Talvez podemos ser crianças mas eles sabem lá o que se desenvolve cá dentro, se são processos quimicos ou simplesmente anjos e almas dos mesmos tons de sépia. Eles sabem lá se o céu é azul ou cizento.

'Deixais tar ás crianças.', como diria Hamlet (mas que nunca disse na sua vida.)

É melhor parar com as citações, fiquei viciada nelas desde da ultima aula de Língua Portuguesa, a minha favorita (e ultima) é 'Nunca digas adeus, porque adeus significa ir embora e ir embora significa esquecer. ', Peter Pan.

O Peter Pan é o meu filme favorito, sabes? Quem me dera nunca crescer, os mais velhos estão sempre tristes e não quero ficar triste.

Escreve-me em breve.

Beijinhos,

Mandy.

Não sei se o Michael não me teve coragem para contar ou simplesmente não queria falar do assunto mas mesmo assim sabendo sobre ele, queria que me conta-se na mesma porque ouvir da boca dos rapazes deixa-me confusão.

Será que ele ainda gosta dela? ou que mesmo assim por voltar a vela despertou-lhe algum tipo de sentimento? Essa é a minha incognita, porque apesar dos gajos não quererem admitir muitas vezes eles é que são mais dificeis que nós e isso aborrece-me.

Que aquele cabeça dura oxigenado em tinta para o cabelo não perceba que eu faço isto porque faço e muitas vezes de cabeça fria como aquela cena que fiz na rua com a Cabrastine. (Christine, quero eu dizer).

Sai do quarto onde estava com os outros rapazes a conversar com a camera ligada em direção ao Michael que estava sentado numa mesa á espera da cabeleireira. Ele olhou para mim com um olhar de 'o que é que está a fazer?' mas eu sorri-lhe e continuei a filmar.

" Ah, olhem para isto companheiros. "- sussurei fazendo um sotaque australiano, aproximando a camera da cara dele.- " Um Clifford selvagem no seu habitat natural. "

" O Clifford é como um camaleão muda de cor de cabelo frequentemente para camuflagem. É eficaz."- declarei, fazendo o Michael franzir o sobrolho.- " É algo raro para vocês ver um Clifford, eles são bastante raros e bastante belas criaturas. "

" És uma idiota, Amanda. "- o Michael afirmou, sorrindo-me.

" Bela, bela criatura. "- divagei, fazendo-o sorrir ainda mais.

" Amo-te. "- ele soltou, fazendo-me sorrir por detrás da camera.

Sinto a mão dele no meu antebraço e ele puxa-me na direção dele, fazendo-me ficar sentanda ao seu colo. Pousei a camera na mesa e virei-me de cara para ele, ficando com a pernas enroladas na sua cintura. Os seus lábios tocam no meu pescoço muito rapidamente, nunca percebi o seu fetiche por pescoços mas prontos, eu não disse que não gostava. O Michael sobe ao nivel da minha cara, sorrindo-me por uns segundos e beijando os meus lábios levemente. Por momentos encostou a sua testa á minha.

" Sabes que me vou vingar, certo? "- sussurou, esboçando-me um sorriso malicioso.- " Não podes aparecer e simplesmente do nada filmar-me. "

" Não esperava outra coisa de ti, GOR-DON. "- afirmei dando ênfase ao seu nome do meio que ele tanto odiava, sorrindo-lhe levemente.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora