Tempestade em Seattle I

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Cheryl B. Topaz – Point Of View

O meu último encontro com Toni novamente terminou em briga, tenho a sensação de que todas as vezes que nos vermos será assim porque simplesmente fazemos de tudo para machucar uma a outra, parece uma competição para ver quem é mais orgulhosa.

Sai de Los Angeles em um domingo, hoje já é sexta-feira e fazem cinco dias que voltei para nossa casa, não definitivamente porque com certeza terei que analisar como ficaremos quando ela retornar, mas voltei porque sentia falta do Leo – por incrível que pareça, e da Debora, principalmente da sua comida. 

A escola é um saco sem a Sabrina, porém diferente da semana passada sem que ao menos percebesse minha interação com Maeve estava normalizada. Juro que mal notei, porém em um dia não olhava em sua cara e no outro estávamos rindo de uma foto de nossa amiga com a barriga de oito meses, pés inchados e bochechas enormes. 

Ela não sabe sobre meu tempo com Toni, na verdade... Não por mim, só que todos na escola perceberam que a semanas a lutadora não pisa mais no meu local de trabalho, que passo mais trabalhando do que em casa então, ocorre alguns boatos entre os funcionários, mas ela em momento nenhum me perguntou ou se aproveitou disso, não até hoje.

— O que você vai fazer depois do expediente? 

Maeve estava sentada na cadeira a minha frente, pirulito na boca e postura que lhe daria muitas dores na coluna. Fazia apenas alguns minutos que tinha a repreendido por deixar os pés em cima de minha mesa. 

— Descansar, o trabalho tem se tornado em dobro sem a Sabrina. 

Respondi sem tirar os olhos de uma papelada que organizava.

— A gente poderia fazer algo... – ouvi o estalar de seu pirulito saindo da boca. — Podemos visitar aquela grávida insuportável.

— Maeve. – a encarei. — Estou exausta, só quero minha cama e um café.

— Só isso? – ela fez um beiço. — Que tal a companhia de uma loira? Aliás, loiras são ótimas em fazer massagem para relaxar.

Sugeriu, sorrindo de canto.

— Passo. 

Desviei nossos olhares voltando a atenção aos papéis. 
Ouvi um riso baixo de Maeve e não me importei quando vi de relance a mesma levantar de seu lugar, mas deveria porque veio para minhas costas e não demorei a sentir suas mãos em meus ombros iniciando uma massagem.

— Você está tensa, ruiva.

Pressionei os lábios, fechando os punhos sobre a mesa e tentando de todas as formas negar o quanto aquele toque dela era bom. Respirei fundo uma, duas, três... Incontáveis vezes enquanto batalhava internamente comigo sobre continuar recebendo aquela massagem ou para-la. Não havia nada de mal, certo? Mas... Diabos, é tão bom que sinto meu pescoço automaticamente se remexer enquanto fecho os olhos.

— Gostoso? 

O sussurro de Maeve veio bem em meu ouvido, arrepiando-me dos pés a cabeça e quase sentindo seus lábios tocarem minha orelha. Estalei o olhar, um misto de completamente excitante e totalmente errado se apossando de minha mente.

— Chega! 

Meu tom saiu alto, as mãos bateram contra a mesa e elevei o corpo obrigando Maeve a retirar as suas de mim. A mais nova tinha um sorriso nos lábios quando voltou para a frente de minha mesa, os ombros balançando em uma falsa inocência.

— Está me desconcentrando, preciso terminar aqui e ir embora. 

— Uhn, ainda te desconcentro? 

03 [ beyond the love - choni ]Onde histórias criam vida. Descubra agora