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Toni Topaz – Point Of View

Um pequeno resmungo saiu por entre meus lábios enquanto remexia o corpo na cama, mesmo de olhos fechados sentia uma claridade no quarto me incomodar. Aos poucos, abri os olhos me certificando de que ainda estávamos no quarto de motel, o sol invadindo o cômodo por uma janela no topo em meio aqueles inúmeros espelhos. Minha atenção foi desviada para a ruiva ao meu lado, completamente apagada e com a cara afundada no travesseiro.

As lembranças de ontem a noite rapidamente vieram a minha mente, um sorriso se apossou de meus lábios e deixei um beijo em sua bochecha antes de levantar. A iluminação roxa do quarto continuava inutilmente presente, obrigando-me a procurar pelo controle e desliga-la. No mesmo momento em que larguei o aparelho no suporte, senti a barriga roncar de fome e ri comigo mesma. 

O motel que Cheryl escolheu é o melhor, além de estarmos no melhor quarto, era como estarmos em um hotel chique com direitos como: café da manhã. Liguei para o atendimento, pedindo por nossa primeira refeição do dia. A ruiva na cama continuava dormindo, provavelmente exausta de nossas brincadeiras ontem.

Enquanto o café não chegava me encaminhei para o chuveiro depois de fazer minha higiene. Assim que a água entrou em contato com meu corpo, relaxei, mas meu conforto não durou quase nada porque quando comecei a ensaboar minha pele senti ardências por todas marcas que as unhas da minha esposa deixaram. O meu olhar caiu para a barriga, havia alguns vergões vermelhos espalhados e também vi o piercing que a ruiva tanto amou. 

Levantei a cabeça, olhando para a cama que ficava na direção do chuveiro, os vidros completamente transparentes facilitaram minha visão de Cheryl – agora, acordada e com o olhar fixo em mim. Sua cabeça levemente inclinada para o lado conseguindo me admirar melhor enquanto mordia o lábio de forma provocativa. Abri um sorriso negando e virei de costas para minha esposa. 

— Gostosa! 

Ela fez questão de falar, soltei uma risada terminando o banho sobre o olhar atento de Cheryl. Até poderia lhe dar mais alguns minutos de um show particular, mas o café poderia chegar a qualquer momento. Me sequei com a toalha que o motel fornece, vestindo um roupão também do local. Em passos lentos, aproximei meu corpo da cama, inclinando-me para beijar os lábios grossos da ruiva.

— Bom dia, Cherry. 

— A visão antes estava muito melhor. 

Sorriu maliciosa pegando no laço de meu roupão para desfaze-lo.

— Ei, mocinha! – a impedi. — Pedi café para nós, que tal um banho pra relaxar, uh? 

— Estamos em um motel, só quero relaxar de um jeito...

Insistiu, voltando a tocar no laço.

— Amor, estou morrendo de fome. 

Usei meu tom manhoso.

— Tudo bem. – sentou na cama, suspirando. — É sempre bom alimentar a presa antes de come-la. 

— Cheryl! 

A repreendi rindo, ela balançou os ombros.

— Estou indo para o banho... 

Cantarolou se arrastando pelo colchão para sair da cama, sorri para a ruiva lhe pegando pela cintura no caminho para o chuveiro e depositando um beijo em seus lábios. 

— Não me provoca. – murmurou contra minha boca. — Eu não tenho o seu autocontrole.

— Verdade, esqueci que é louquinha por mim. 

Pisquei, descendo minhas mãos para sua bunda e estalando um tapa em suas nádegas. Cheryl arfou segurando-me pelas barras do roupão para que não desgrudasse dela.

03 [ beyond the love - choni ]Onde histórias criam vida. Descubra agora