Jantar, crise e divórcio

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Com quatro meses de casadas, Cheryl e Toni estavam finalmente morando em uma casa só delas. Mobiliaram e decoraram tudo como queriam. A ruiva tinha uma sala de música só pra ela enquanto Toni conseguiu fazer uma pequena academia para treinar com os aparelhos e utensílios mais necessários na estrutura nos fundos da casa, com direito a sauna após os exercícios cansativos.

O local enorme não exigia apenas moveis, após três dias na nova casa, as duas perceberam o quanto teriam dificuldade em mantê-la limpa e se alimentarem devidamente, suas profissões tomavam muito tempo. Toni estava novamente em busca de um treinador e as coisas na escola continuavam em uma correria sem fim. Depois de conversarem decidiram contratar funcionários, dinheiro não era problema para nenhuma das duas, a lutadora mesmo tendo bancado tudo da casa, ainda tinha reservas em sua conta. Marina havia contratado um contábil muito bom para suas finanças.

Cheryl ficou responsável por entrevistar as empregadas, uma para ir somente em um dia da semana e dar uma geral na casa, outra para todos os dias onde faria suas refeições e manteria os cômodos limpos. A primeira foi fácil, recrutou uma mulher que aparentava ter experiência e ser dedicada, esperava não se arrepender de tê-la dado uma chance. Não manteriam muito contato, apenas uma vez na semana era quase provável que nem se veriam e a ruiva deixou claro que a empregada do dia a dia seria responsável por recebê-la.

A segunda foi difícil, quer dizer, Cheryl era difícil. Se sentindo uma dona de casa e com duas crianças: Toni e Leo. Precisava ter muita confiança na próxima contratada, analisou muito bem os currículos, passou quase uma noite inteira para eliminar todas que não lhe agradavam. Sobrou somente três, com quem marcou horários respectivos. A primeira a ser entrevistada falava demais, algo que a irritaria logo de manhã cedo, já a segunda gostou logo de cara...

— Debora, sua reputação parece incrível e sem defeitos! – a ruiva a elogiou, um sorriso enorme no rosto. — Quer dizer, as recomendações são ótimas, experiências nas casas são longas e nossa conversa está só melhorando.

— Fico feliz, senhorita Topaz.

Também sorriu, queria muito o emprego.

Debora era mais velha, idade para trabalhar como Cheryl queria apenas cozinhando e fazendo coisas leves era o máximo que seu corpo lhe permitia. Perto dos cinquenta, da pele morena e olhos claros, tinha um sorriso aconchegante, que lembrava muito Mary, a protetora da Blossom na adolescência.

— Pode me chamar de Cheryl ou como preferir. – deu de ombros. — Geralmente não confio muito nas pessoas, mas só de olhar pra senhora tenho certeza que cuidará muito bem da minha casa.

— A senhorita... – parou ao ver a mais nova arquear as sobrancelhas. — Cheryl. Está querendo dizer que...

— Veja bem. – a ruiva iniciou levantando seu corpo. — Podemos ter uma experiência, havia mais uma pessoa para entrevistar, mas irei cancelar e bom, vou mostrar um pouco do lugar.

Indicou o caminho, a mais velha rapidamente assentiu, levantando para acompanhar Cheryl que começou no andar debaixo, mostrando sala, cozinha, sala de jantar e de musica, foram para o segundo andar, onde a ruiva lhe mostrou os quartos deixando o seu e da esposa por último.

— A senhora deve saber que somos um casal homoafetivo, certo?

Cheryl a encarou enquanto a mesma corria o olhar pela suíte.

— Isso quer dizer duas mulheres?

— Sim. – a ruiva riu ao falar. — Espero que não seja um problema.

— Não, tenho uma neta assim. – deu de ombros. — Ela ainda não se decidiu se quer meninos ou meninas, aquela vai dar trabalho...

— Bom, talvez nunca se decida e sempre queira os dois.

03 [ beyond the love - choni ]Onde histórias criam vida. Descubra agora