03 [ beyond the love - choni ]

Além do amor

Cheryl B. Topaz – Point Of View

Minhar respiraçãoofegou assim que adentrei o quarto, coração batendo forte contra o peito enquanto puxava o ar tentando controlar qualquer tipo de emoção naquele momento. Dois pares de olhos rapidamente focaram em mim, Veronica e Katy estavam no quarto aos prantos. 

— Pode me dizer seu nome? 

A voz de Amelia Shepherd preencheu meus ouvidos, busquei com o olhar a neurocirurgiã e a vi do lado da maca da minha esposa – que permanecia deitada, uma pequena lanterna enquanto analisava suas pupilas.

— Antoniette Topaz.

Minha boca se abriu em surpresa com a resposta de Toni. Só poderia estar delirando ou minha esposa realmente estava acordada? Entrei em choque, estática no mesmo lugar enquanto ainda segurava a maçaneta da porta, buscando por algum apoio já que minhas pernas ficaram fracas.

— Cheryl.

Veronica me chamou, demorei alguns segundos para encara-la.

— Ei, você está bem? 

— Ela... A Toni... 

Embolei as palavras, minha amiga sorriu.

Tocou em meu ombro.

— Sua mulher acabou de acordar, Bombshell. – sorriu largo, uma lufada de ar saiu por entre meus lábios. — E adivinha a primeira pessoa por quem chamou? 

— Ronnie...

Murmurei sentindo os olhos embaçarem.

— Toni chamou por você, Cheryl. 

Pressionou o toque em meu ombro.

As lágrimas caíram. 

— Cherry? 

Virei meu rosto com o chamado. 

Não estava acreditando que aquilo era real. 

Toni estava sendo sentada, a Dr. Shepherd ainda ao seu lado, mas a ignorando totalmente para ter a atenção em mim. Não conseguia sair do lugar, com medo de tudo isso ser apenas um sonho bom. 

— Cheryl, pelo amor de Deus... Você está me ouvindo? Me vendo?

Os seus castanhos inundaram-se e meu coração apertou no peito, balancei a cabeça em confirmação, parada no mesmo lugar e chorando como uma garotinha medrosa.

— Toni, você...

— Porra, não acredito que vou ter que ir até ai... 

Fez menção de levantar, Dr. Shepherd a parou e a partir desse momento agi automaticamente. Passos apressados até a maca, o suficiente para chegar perto e ter minha esposa novamente em meus braços. Nós nos apertávamos com tanta força que podia ouvir sua respiração mais acelerada e alguns gemidos de dor. 

Eu a senti. Deslizando o nariz por seu pescoço e a colando em mim, senti sua respiração, resmungos, o calor do seu corpo. Eu a senti.

Ela está viva.

— Está mesmo aqui? 

Perguntei, segurando seu rosto entre as mãos.

— Deus queira que sim, Cherry, porque... – suspirou, relaxando os ombros. — Tive um pesadelo onde vi meu próprio enterro e as crianças esquecendo de mim, você precisando da minha ajuda... Foi horrível. 

As lágrimas caíram por seu rosto, enxuguei as mesmas com os polegares, colocando a boca sobre a sua e confirmando naquele selar que Toni havia retornado pra mim.