Capítulo 3

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- Eleanor nós não devíamos estar saindo sem permissão, ou pior sem guardas! Se o rei descobrir que saímos irá ser repreendida e eu estarei encrencada com Gaspar - Melissa continuava dizendo desacreditada com as atitudes de Eleanor.

Os convidados da festa de Eleanor já haviam diminuído conforme a noite foi chegando. Era a oportunidade perfeita para se infiltrar no meio da aglomeração e sair pelos portões do castelo sem ser notada.

Substituindo seu vestido glamoroso e pesado por uma blusa simples e calças que a mesma fez escondida de seu pai, a princesa se escorava nas sombras da parede junto de Melissa. Procurando o momento certo para sair despercebida. Sempre se precavendo com sua espada na bainha.

- Meu pai não pediu minha opinião antes de me dar em casamento para um príncipe qualquer, por que devo pedir permissão para sair do castelo? E além do mais, oficialmente sou de maior - Ela sorri feliz com esse pensamento.

A ideia de ser independente e ter a liberdade que os limites dos muros do castelo a tiravam, despertava uma sensação que ela não podia explicar. Se seu pai pensava que ela iria se casar por conta de um contrato feito antes mesmo dela nascer, estava bem enganado. Ela precisava sair, ela precisava pensar melhor fora desse lugar sufocante em que estava. Poder ver como está o seu povo e se misturar no meio dele sem ser como a princesa Eleanor.

Apenas mais uma Bravence.

- É nossa deixa vamos - Eleanor diz cobrindo seu rosto com seu capuz vinho e Melissa faz o mesmo com seu capuz verde.

As duas entram no meio dos convidados que saiam do castelo em direção ao cocheiro que guardara suas carruagens.

- Ah a noite de hoje foi esplendorosa! - Uma mulher muito produzida diz.

Eleanor a reconhece como a atual Baronesa da província de Zapheri.

- Sim sim, uma pena a princesa não ter aproveitado o restante da noite conosco - Uma versão mais nova da Baronesa Léia, sua filha Diná diz.

A Baronesa resmunga diante do comentário.

- Sangue real minha filha, todos iguais. Não tem tempo para desperdiçar conosco nem mesmo nos seus próprios bailes!

Eleanor revira os olhos chateada. Era assim que o povo achava que eles eram? Se a própria baronesa que era nobre pensava de tal forma, o que ela era para os súditos?

- Alto lá! Senhor de capuz vinho! - Um guarda fala e Eleanor para bruscamente.

-Aí essa não... - Melissa diz quando ele se aproximava.

Eleanor ainda não havia se virado para ele.

- S-sim? - Diz engrossando a voz o máximo que pode para parecer mais masculina. Mulheres não usavam calças, ela estava disfarçada.

- Deixou cair seu saco de moedas - Ele diz e Eleanor se vira de cabeça abaixada - Mais cuidado na próxima vez. Boa noite.

- O-obrigado guarda - Ela pega o pacote com suas moedas e continua andando.

Agora com o passo mais acelerado.

- Vamos sair desse maldito lugar! - Resmunga para Melissa - Mas não a pé.

Eleanor sorri com uma ideia maluca em mente.

Passando pelo jardim da entrada, protegido por guardas ficava o estábulo real.

- Isso não vai funcionar, isso não vai funcionar - Melissa dizia se lamentando por ter vindo junto. Mas o que ela podia fazer? Seguia ordens da princesa rebelde de Bravença.

Seu nome é EleanorOnde histórias criam vida. Descubra agora