Seu nome é Eleanor

Capítulo 14

(Escute a música durante a leitura, recomendo colocar em loop até voltar ao castelo)

Sithar

A carruagem para em frente a entrada da província da estrela, Sithar. Alguns comerciantes próximos aos muros do portão de entrada observam curiosos a jovem loira descer entusiasmada. Sithar era uma província calma e hospitaleira, conhecida especialmente pelo seu bom vinho e hospedarias de boa qualidade, atraindo muitos visitantes.

- Essa é Sithar, a província ao leste do castelo - Eleanor diz apresentando a James que a seguia olhando ao redor - Lembro de ser responsável por representar a realeza nesta província ano anterior, na comemoração da Liberdade de Bravença.

- O modo como fala faz pensar que Annikra os tratava como escravos, os bravences antes eram annikranos, cidadãos de Annikra que seguiam as mesmas leis que seguimos hoje em meu país. Com os mesmos direitos e benefícios - Comenta James.

- Bem, a controvérsias... - Murmura a loira acenando para as pessoas que pararam seus afazeres para observa-los.

- Como assim "a controvérsias"?  - Eleanor suspira não querendo entrar em debate com um Annikrano sobre as guerras passadas entre seus povos.

- Digo, de acordo com a história passada na corte, Annikra prosperava há anos, até o rei Filipos herdar o trono - Lembra das aulas de história que teve com madame Delaney - Ele era cruel e egoísta, cobrava mais do que seu povo podia aguentar. Annikra estava caindo em desgraça enquanto a ganância do rei apenas aumentava. Por isso surgiram rebeldes, dispostos a derrubar o rei e salvar a terra deles.

- Fascinante, é aí que seu bisavô entra e salva a pátria como o líder da rebelião. Conquistando território e apoio dos oprimidos. Foi isso que lhe contaram? - Zomba e Eleanor franze o cenho.

- Sinto muito pelo passado do seu bisavô, mas foi isso o que aconteceu - Eleanor diz e depois para observando algumas crianças brincando nas calçadas.

- Vou te explicar o que realmente aconteceu. Meu bisavô poderia sim exigir muito de seu súditos, mas tudo que pedia era unicamente para comprar mais soldados, mais agricultores, para manter a segurança e a produção de cereais estável. Annikra havia passado por uma grande tempestade de granizo que devastou várias casas e acabou com mais da metade das plantações, isso seu mentor não lhe contou pelo visto - Uma morena bonita passa por eles e James vira a cabeça descaradamente a olhando, Eleanor revira os olhos - Tudo seria devolvido para os annikranos em dobro, mas um bando de rebeldes selvagens começou a crescer. Expulsando as pessoas que se opunham a rebelião de suas casas, crescendo seu território até ser grande demais para o rei controlar.

- Fazendo o rei Filipos  propor um acordo de paz e independência para aqueles rebeldes de seus decretos. Formando Bravença - Eleanor conclui e os dois se encaram pensativos.

Parecia que as histórias contadas em Annikra e Bravença são diferentes. Alguma seria mentira? Ou apenas são ambos lados da mesma moeda, uma completando a outra? Pensavam o que mais não sabiam sobre Annikra e Bravença.

- Aquela moça se parece com a jovem rainha querido, veja - Eleanor e James olham na direção da doce voz, uma senhora de cabelos brancos os observava sentada ao lado de fora de uma humilde padaria. O senhor ao seu lado estreita os olhos os encarando.

- Judith não pode ser a rainha, o que estaria fazendo aqui no dia de sua coroação afinal de contas? - A senhora que pelo visto se chama Judith, permanecia os encarando com os olhos estreitos pela visão debilitada.

Eleanor se aproxima gentilmente sorrindo e James vai atrás.

- Boa tarde, é um prazer conhecê-los - Se apresenta já próximo ao casal. Judith arregala os olhos vendo seu rosto de perto.