Cap. 04

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Abri os olhos lentamente, me acostumando com o que eu via e tentando lembrar onde estava ou o que fiz. Olhei para o lado, Nanda dormia feito anjo, o que me fez ficar admirando-a por alguns minutos. Alguns minutos até eu notar algo. Ao olhar através da janela eu notei a luz da rua acesa, ou seja, já se passava das cinco e meia da tarde.

Se alguém lembrou da festa, acertou.

Me levantei da cama sem acordar minha namorada, o que foi falho, pois ela logo abriu os olhos e sorriu como forma de Oi. Sorri de volta, mas fui em direção à calça para pegar o papel do endereço. Toquei os bolsos, enfiei a mão, nada do papel. Meu sorriso se desfez e uma expressão de preocupação tomou conta do meu rosto.

— O que foi, amor? Está procurando alguma coisa? — Ela se senta na cama, observando minhas ações.

— O papel que a Maia anotou o endereço da festa. Sumiu.

Chacoalho a calça afim de cair algum papel, mas nada.

— Nossa, a gente dormiu muito — assim que passo meu olhar por ela a vejo analisar o tempo que passou e o horário atual em seu celular.

— Claro, depois do que a gente fez — faço cara de cafajeste.

— Miguel! — Taca uma almofada da cama em mim. Em seguido a gente riu.

— A gente namora a sete anos, sem vergonha, vai.

— Quem disse que estou? — Faz cara de convencida.

— Não está mais aqui quem falou —levanto as mãos para o alto, me rendendo.

— Não é mais fácil ligar ou mandar mensagem para as meninas? Ou alguém do grupo?

— Não sei se você percebeu mas a internet deu pau — mostro a tela do meu celular, que não mostrava o sinal do Wi-Fi.

— Que estranho, paguei tudo certinho... — parece lembrar do que pode ter acontecido. — E se essas coisas forem um sinal para não irmos, amor? Sei lá, vai que a gente...

— Shiii! — Posiciono o meu indicador em seu lábios após ficar por cima dela. — E se essas coisas forem um sinal para continuarmos o que começamos? — sorrio malicioso.

•••

— Amor? — Deitada em meu peito, passando seus dedos delicadamente por cada canto dele, como se estivesse descobrindo curvas nunca vistas antes, ela levanta o olhar para mim.

— Eu — sorrio.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Sempre.

— Mas é para ser sincero.

— Mas é claro. Diz aí.

— Como você se imagina daqui a cinco anos?

— Uai, mas isso é fácil. Quero dizer, não é não — risos. — Bom, eu sei quem quero manter por perto, mas não sei como e nem se vai acontecer, entende? Tudo muda em um estalar de dedos, quem garante que as coisas estarão sendo as mesmas.

Vi ela ficar pensativa.

— Mas você quer saber de uma certeza? Tipo, das mais certezas de todas? Sem dúvidas? — Seguro seu queixo e ela sorri sem mostrar os dentes, como se fosse uma autorização. — Eu estarei completando quatro anos de casamento com você — lhe deposito um beijo.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora