Cap. 11

188 14 0
                                    

Irmã chata ❤

Sim, mas só foi eu e ela
13h24
Nada demais n, de boa
13h24

Hoje

E , maninha
09h04
Cheguei a pouco tempo e estou bem, viu?
09h04
Vou descansar um pouco agora
09h05
Te amoo❤
09h05

Me deitei protegido contra o frio com o cobertor na cama, acabei perdendo o celular em meio a coberta, mas dei de ombros e tentei dormir. O sono não só batia na porta como também dava porradas.

Mais ••• tarde

Desperto com risadas vindo de fora do quarto. Olho para a janela e já está de noite. Suspiro. Ainda sim parece que um trator passou por cima de mim, mas preciso levantar antes que eu hiberne. Procurei pelo meu celular no meio daquela bagunça que se tornou minha cama, acabei não encontrando. Resolvi pegar o edredom e sacudir em cima da cama, para mim, não cairia no chão. Pois é, caiu.

Droga.

Torço para que ele não tenha rachado, muito menos quebrado por dentro. Ao ligar e aparecer minha foto com Maia fazendo careta e o horário, 18h39, pude respirar aliviado por não ter que pagar prestações de um novo aparelho. Calço meus chinelos, logo em seguida saio do quarto. Passei no banheiro antes para escovar meus dentes e dar uma olhada na minha aparência, que não deve estar nada agradável. Pois é, também não estava. Tô com olheiras, não muito escuras, e meu cabelo está bagunçado. Até que eu curto ele assim também, dá um ar de natural.

— Olha só quem acordou!! — Romero, que estava virado para mim na mesa que sentados tinha, Maia e Nanda de costas, chama a atenção das mesmas ao me ver caminhar pelo curto corredor.

Elas automaticamente viraram para me olhar.

— Nossa, um caminhão pipa passou por cima de você, foi?

Olho para Maia com um olhar matador. Só eu posso perceber isso em mim, ok?

— Quando você tiver que passar por uma operação de cinco horas ao todo e entrar em um poço por um sistema de redução de força em plena madrugada você me deixa ver como você vai ficar também — mostro língua, coisa de criança que a gente vive fazendo.

— Nossaaa, não está mais aqui quem falou — levanta as mãos para o alto.

— Nossa, mano, tudo isso para resgatar a Samara?

Dessa vez foi Romero me fazendo olhar para o mesmo feito idiota.

— Cala a boca — risos. — Oi, vida — deposito um beijo na boca dela e em seguida um abraço por trás.

— Oi, amor — sorriu. — Como você está? Conta mais aí sobre a operação.

Me sentei na mesa junto à eles, aproveitei para comer umas frutas e torradas que tinha nela acompanhados de vinho.

— Então, me ligaram umas onze e pouco falando que tinha uma emergência de uma menina que caiu em um poço. Não sei muito bem a causa, mas parece que ela estava se escondendo dos pais, na brincadeira, e acabou por cair. Chegando no local me foram passadas coordenadas, umas duas horas e meia só de testes para checar profundidade, que era de doze metros, e equipamentos de segurança para finalmente eu entrar e resgatar a menina. Foi moh pesado, sabe? Estava escuro, era assustadora a cena. Os pais também, super amedrontados e me pedindo com toda a fé para que eu trouxesse a filha deles. Então quando cheguei lá em baixo tinha um resto de água ainda, não era raso. A menina de mais ou menos cinco anos quebrou a perna esquerda e o braço direito, sem contar as escoriações por todo o corpo. Mas o mais importante é que estava com sinais vitais.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora