Para Sempre Desde Sempre

Cap. 27

Música Maps - Maroon 5 (Legendado)

— Meu amor, você está aí? Por favor, me responde. Fala comigo! — Praticamente grito na ligação enquanto desço as escadas do motel. Apenas entrei no carro e segui o percurso que ia para a boate, ela estaria pelo caminho, caso tivesse acontecido o que eu imagino que tenha acontecido. Já tinha deixado tudo pago, então não me preocupei em não olhar para trás.

Encerro a ligação, provavelmente ela não responderia. Apesar de a estrada estar livre de carros e outros meios de transportes, cada segundo que eu não sabia o que tinha acontecido com ela me preocupava mais e mais. Meu Deus, que ela esteja bem e que nada de sério tenha lhe acontecido. Eu só não estava tão mal porque eu sabia que ela poderia estar bem. Ela está bem! Eu nem sei o que aconteceu. Vai que ela só foi roubada. Tenho que pensar positivo.

Mas ao mesmo tempo também é tão difícil. A ansiedade em saber logo o que aconteceu e a fez perder o sentido da ligação... Passou-se uns quinze minutos, eu ainda estava na estrada, mesmo acelerando — até mais do que eu poderia. Chego próximo à praça que nos encontramos horas atrás, vejo de longe uma movimentação diferente. Aliás, bem incomum. Um carro estava virado para baixo, quase que em baixo do caminhão, que provavelmente foi o causador do acidente.

— Não... não...

Eu negava para mim mesmo ao sair do carro e ir me aproximando cada vez mais da cena do acidente.

— Liguem para o resgate!

— Já ligamos, eles estão a caminho. Mas o hospital mais próximo fica um pouco longe, o que preocupa.

— Aqui tem um telefone desbloqueado, estava em ligação com alguém... vou ligar de volta, talvez a gente consiga informar o que aconteceu.

Eu ouvia todas as vozes bem distantes. Era como se eu estivesse bêbado, apenas caminhando até um ponto onde eu encontrasse sentido. Meu celular toca. Todos imediatamente me olham e abrem espaço. Eu não estava acreditando no que eu estava vendo.

— Não... NÃOOOOO!!!!!!

Corro na direção dela. Ela estava de cabeça para baixo, como o carro. Sua testa, suas narinas, sua boca... tudo sangrava. Tinha sangue por todos os cantos.

— Nanda! Por favor, Nanda! Acorda! — Toco seu rosto, quase que irreconhecível por conta dos cortes sofridos. — MEU AMOR!!!

Tento puxar o cinto, mas ele não sai do lugar. Aquilo faz meu coração acelerar de tal maneira que sou incapaz de explicar, só sentir. O medo tomava conta de mim de um jeito que só eu sei. De repente todos os nossos momentos juntos vieram a tona nos meus pensamentos. As conversas de horas mais cedo... isso tudo não pode ser real. NÃO PODE!

— Me desculpe... — ouço uma voz masculina atrás de mim. — Eu perdi o controle, ela estava na minha frente e...

— CALA A PORRA DA BOCA! — Grito com todo o meu ódio. Não acredito que esse cara ainda tem a cara de pau de pedir desculpas. Eu só queria tirar a Nanda de lá, nada mais me importava. Não por enquanto. Eu não sei como, mas com a força e a adrenalina do momento eu arranquei o cinto da trava, fazendo com que Nanda caísse nos meus braços.