Cap. 21

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— Agora vamos terminar de correr e voltar para casa porque eu já estou acabado — faço careta. Acabamos rindo. Estendi minha mão após me levantar, então Romero segurou firme nela, aproveitou o impulso e me puxou em sua direção. Um abraço. Daqueles que a gente pede ou dá quando precisamos ser ajudados ou ajudar alguém.

— Obrigado, meu irmão. Muito obrigado. Por sempre estar comigo, me apoiar, me incentivar, e o mais importante, que é nunca me deixar cair. Eu ganhei na loteria quando Deus me deu a oportunidade de ter você como além de melhor amigo, primo e irmão que a vida me deu. Eu te amo.

— Eu também te amo, primo mais velho — risos.

Terminamos de correr algumas horas depois. Contando o tempo dos desabafos, de toda aquela conversa, junto com a parte que de fato nós corremos, deu em torno de umas cinco horas. Mas parte disso também foi o caminho de casa.

Estávamos na portaria. Há alguns minutos Nanda mandou uma mensagem dizendo que estava tudo pronto, que não seria problema acelerarmos os passos. O porteiro liberou a nossa entrada na parte dos moradores e...

— Miguel e Romero, os senhores, por gentileza, poderiam avisar ao morador que está fazendo festa lá no salão para abaixar o volume? Tem alguns outros moradores incomodados com o som.

— Agora? Mas não estamos escutando nada — me finjo, já sabendo que o pessoal combinou com o porteiro todo esse teatro.

— Eles abaixaram porque ainda agora teve reclamação. Assim como as outras cinco vezes, e não faz nem uma hora ainda. Assim que passar alguns minutos eles vão continuar, então eu peço por gentileza que vão lá conversar com ele. Eu acho que os senhores conhecem bem, é vizinho de vocês, eu acho. Talvez ele ouça vocês mais do que qualquer um aqui. Ele está prestes a levar uma multa.

— Relaxa, tranquilo, Xavier! Vamos, Miguel. Deve ser o vizinho lá, de mais idade. Ele é super tranquilo, ainda mais com você. Ele vai te ouvir.

— Sim, é claro. Vamos lá.

Pisquei para Xavier quando Romero se virou, o mesmo sorriu travesso. Seguimos andando até a porta do salão, deixei que Romero tomasse a frente ao abrir e se deparar com...

— SURPRESA!!!!!!

Meu primo levou um baita susto, até arregalou os olhos e cambaleou para trás de início. Não demorou muito para surgirem lágrimas e um sorriso imenso em seus lábios.

— Mãe! Pai! Eu não acredito que vocês vieram para o meu aniversário!!!

Romero acelerou os passos, assim como meus tios. Todos pararam para observar o abraço coletivo da família. Eram lágrimas para todo lado! A emoção era tão forte que provavelmente meu melhor amigo ainda não viu que na verdade todos estão aqui. Enquanto ele matava a saudade dos pais eu aproveitei para ir até o meu.

— Meu filho, você está cada dia mais bonito — dá uma leve bagunçada no meu cabelo.

— Puxando ao papai, né? — Risos. Nos abraçamos, mas era muita saudade para conter em um só abraço.

Eles vêm nos visitar mais ou menos a cada um mês e meio depende muito dos pais e das condições no trabalho. Como por exemplo a Clarinha, meus tios vêm quase toda semana hahaha. Sim, eles não confiam muito nas travessuras dessa menina. Brincadeiras a parte, uma vez por mês eles acham uma boa. Agora, meu pai, como já confia em mim e também pela falta de tempo no trabalho, é mais ou menos uma vez a cada dois meses, ou a cada um mês e meio, depende das circunstâncias.

— Eu não ganho nenhum abraço?

Olhei para meu lado direito, Sarah sorria, mas fingia indignação.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora