Cap. 15

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Iniciamos uma dança lenta, de acordo com a música, que no começo era mesmo lenta. Minha mão direita saiu de sua cintura indo parar na nuca. Paramos de nos movimentar como antes, passando somente a prestar atenção, ou melhor, viver o momento. Nossos corpos mexiam em ritmos completamente iguais, dessa vez, mais lentos ainda.

— Through the storm, we reach the shore... You give it all but I want more... — ela começa a cantar no pé do meu ouvido, de um jeito que só ela faz. Tão natural que acabava sendo sexy.

— And I'm waiting for you... With or without you...

— With or without you... ah, ah...

— I can't live...

Nos distanciamos um pouco, colando nossas testas uma na outra. Os olhos estavam fechados mas sabíamos que estávamos de frente para o amor de nossas vidas. Sem sombra de dúvidas. Então os abrimos. Uma nova distância foi criada por ambos, dessa vez para admirar cada detalhe no rosto um do outro.

— I can't live — repito, indo fora da ordem do cantor. Eu realmente não posso viver sem ela. Por isso dizia olhando em seus olhos. No profundo do seu olhar.

Seu sorriso meigo se abriu assim que seus olhos fecharam. Suas covinhas apareceram. Era tão lindo isso nela. A deixa ainda mais linda.

Nem percebemos o quão rápido aquele momento durou. A música acabou e ainda estávamos ali, com uma conexão extremamente absurda. Assim que nos separamos, mesmo sem falar nada, encerramos aquele momento mágico e único com um selinho. Aliás, único não, pois cada momento com ela, se for com ela, sempre terá a mesma sensação. Cada vez até melhor.

Não tinha música agora. Não tinha melodia. Nanda só começou uma, uma que dizia muito sobre nós. Olhando nos meus olhos, dos quais não se mantinham em outra direção senão nela.

— You're my end and my beginning...

— Even when I'm losing I'm winning — completo o raciocínio sorrindo, assim como minha noiva.

Poxa, cara, eu ainda nem acredito nisso. Essa mulher incrível é a minha noiva. Nunca vou poder agradecer à Deus da forma que eu gostaria, porque ela é demais para mim. Ela é muito mais do que eu pedi para ele. É muito mais do que eu sempre esperei.

— Eu-te-amo — risos.

— Eu te amo um montão, meu amor — ela ri. A gente riu porque é bobagem dizer isso, já que é possível ver em nossos olhares.

A chuva passou também, foi rápida. Parece até que aquele momento foi programado. Programado por Deus. Para ser só nosso. Um momento... inesquecível.

No dia seguinte...                12/06  (qui)

Acordei com o som de porta batendo e uma correria. Notei que dormi no sofá, Nanda estava deitada no meu peitoral, então quando dei uma leve inclinada para observar o corredor ela já abriu os olhos.

Era Romero. Ele tinha acabado de bater a porta de seu quarto, por um segundo vi a porta do quarto de Maia encostando rapidamente, como alguém que empurra a mesma mas acaba não fechando.

Me levantei assustado tomando cuidado para não machucar Nanda, que parecia confusa por ter acordado dessa maneira. Minhas costas e pescoço doíam, eu dormi a noite toda no braço do sofá, não era para menos, ainda mais com o peso de Nanda no meu peito.

Corri até o quarto da minha irmã. Não me passava nada na minha cabeça, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Estava tão confuso quanto Nanda. Abri a porta, me deparando com uma cena um tanto quanto... responsável.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora